Publicado em 03/01/2023 às 04:00:00,
atualizado em 03/01/2023 às 10:48:00
Ricardo Stuckert ganhou fama nacional ao acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em praticamente todos os locais, e chamou atenção durante a posse, no último domingo (1º), ao correr para todos os lados com duas câmeras nas mãos. Agora, o fotógrafo pessoal do político vira o rosto do governo federal na relação entre a administração pública e os artistas. É que o profissional foi nomeado como Secretário Nacional do Audiovisual e será responsável pelo fomento na área de dramaturgia.
O cargo do ministério da Cultura ficará sob o guarda-chuva de Margareth Menezes, nomeada por Lula para a função. Mas Stuckinho, como é chamado por Lula, terá função fundamental no debate de políticas públicas para o audiovisual brasileiro. Embora não fique em suas mãos a criação de critérios, análise e aprovação de projetos da Lei Rouanet, ele terá papel fundamental no relançamento do programa.
Segundo apurou o NaTelinha, caberá ao Secretário do Audiovisual acompanhar e fiscalizar todos os projetos que receberem benefícios fiscais da Lei Rouanet a partir de agora. Isso significa dizer que é Stuckert quem vai decidir se os projetos cumpriram a lei ao receber patrocínio de empresas através de renúncia fiscal. O novo governo Lula, no entanto, ainda não anunciou quais serão os novos critérios para se inscrever na Rouanet.
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Embora esta seja a menina dos olhos da área cultural, não é a única. Outras leis de incentivo fiscal, como a lei Paulo Gustavo, também passarão pelo crivo de Ricardo Stuckert, que se relacionará inclusive com prefeituras, para debater os projetos municipais que serão beneficiados através de edital. Nas mãos do novo Secretário estarão parte significativa dos quase R$ 10 bilhões da Cultura para 2023.
Homem de confiança do presidente, o fotógrafo ainda será responsável por uma área fundamental e que foi transformada em arma ideológica na gestão de Jair Bolsonaro (PL). É Stuckert quem vai coordenar o comitê e nomear membros para escolher o filme brasileiro a ser submetido ao Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
Embora cineastas e técnicos da área tenham tentado impedir que Bolsonaro levasse o Cinema Nacional a passar vexame no Oscar, o presidente conseguiu impedir que obras importantes sequer tivessem chance. Foi o caso de Bacurau (2019) e Marighella (2019). O último, dirigido por Wagner Moura, ainda sofreu o boicote do governo federal para conseguir entrar nas salas de cinema, outra atribuição que agora será do fotógrafo de Lula.
Tendo tanto poder na área cultura, caberá a Stuckert fazer um elo entre o governo federal e os artistas, principalmente com as produtoras e as plataformas de streaming. Nos bastidores já fala-se que o fotógrafo deverá ser o principal articulador da legislação que vai regulamentar o streaming e as produtoras brasileiras. Lula foi eleito com a promessa de que deve regular a questão e vem movimentando os bastidores.
Artistas e profissionais da área estão animados. Em conversa com o NaTelinha, alguns produtores de teatro e cinema se dizem recheados de expectativa para uma guinada da Cultura sob o bastão de Lula. O nome de Ricardo Stuckert não encontrou resistência, mesmo ele não sendo visto como alguém do setor e isso significa que o profissional terá portas abertas para as negociações, ao menos no começo.
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