Gay, filho de Maguila fala da relação com o pai e revela como foram últimos dias de vida

Filho de Maguila (1958-2024), ex-boxeador que morreu nessa quinta-feira (24), Júnior Ahzura fez uma declaração ao pai cinco dias antes da morte do ex-atleta. Ele também revelou como foram os últimos dias de vida do ícone do esporte brasileiro.

Nesta semana, o filho de Maguila, que é gay, prestou uma homenagem ao pugilista ao compartilhar um vídeo dos anos 1990, que viralizou nas redes sociais, no qual o famoso diz em entrevista o que pensava sobre a homossexualidade. Na época, o caçula ainda era uma criança.

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Júnior Azhura afirmou que foi “muito bem acolhido nessa família”. Ele relatou que sofria bullying na infância por ser gordo, o que piorou a partir da adolescência, quando assumiu ser homossexual. Ele relatou:

“Sempre fui um gordinho viado, era nerd também, ainda sou. Mas fui uma criança viada. Eu era muito gay e desde pequeno. E me zoavam muito porque eu era gordo, e depois porque eu era uma bichinha e minha voz não tinha engrossado como a dos outros meninos."

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Júnior, filho de Maguila

Ele contou que Maguila foi seu protetor e companheiro o tempo todo, inclusive em episódios de racismo. Também afirmou ter tido uma “infância meio pública e privada”, com “privilégios sociais e econômicos”, por ser filho de um boxeador famoso.

“Uma vez, um colega [de faculdade] veio me questionar se eu era bolsista. Eu disse que não e quis saber o porquê da pergunta. Ele disse que, como meus amigos eram da periferia e bolsistas, eu também poderia ser. Mas insisti na pergunta. Aí ele falou: 'É só olhar pra você, seu cabelo é duro'.”

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Sobre a relação com Maguila, Júnior afirmou: “Orgulho ter um pai que sempre me aceitou e respeitou! Mais que um herói nacional, meu pai!”.

Maguila "jogou a toalha" com agravamento da doença, diz filho

Nesta sexta-feira (25), após a morte do pugilista, Júnior ressaltou que Maguila parecia "jogar a toalha" no final da vida diante da piora de sua doença. Ele conviveu com a encefalopatia traumática crônica nos últimos 18 anos.

“As últimas interações ele já estava muito debilitado pelo quadro da saúde, mas ainda assim ele muito brincalhão com a gente”, comentou em depoimento à imprensa. “Por mais que ele estava sentido dores, desconfortos, enfim, dentro do quadro dele ele estava ali presente mesmo.”

Ele ainda contou ao portal GE: “Tivemos algumas conversas na qual ele estava sentindo uma falta de força pra continuar lutando. Nas últimas conversas parecia que ele estava jogando a toalha. Mas ele lutou muito, literalmente”.