Publicado em 01/08/2024 às 05:27:00,
atualizado em 12/08/2024 às 10:31:12
Nesta semana, Marcos Mion protagonizou uma polêmica ao questionar a falta de incentivo aos atletas brasileiros na Olimpíada de Paris. Porém, antes da declaração que foi vista como um ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o apresentador da Globo já havia criticado o petista e tecido elogios ao encontro que teve com o ex-chefe do governo, Jair Bolsonaro (PL).
A confusão da vez começou quando o titular do Caldeirão publicou um vídeo lamentando que os esportistas do Time Brasil se desculpem com o público quando não alcançam um bom desempenho nos Jogos Olímpicos realizados na capital francesa. "Se alguém tem que pedir desculpas, é o nosso governo, que não construiu um histórico, não construiu uma tradição de investimento no esporte, não vocês", opinou ele.
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O famoso acabou se baseando em dados de um site não confiável para avaliar as bolsas recebidas pelos atletas e foi acusado por internautas de repassar informações imprecisas aos mais de 20 milhões de seguidores que acumula nas redes sociais. A web também lembrou que foi a gestão anterior que extinguiu o Ministério dos Esportes e cortou o bolsa atleta.
Marcos Mion voltou às redes na quarta-feira (31) para negar que tenha feito uma crítica direta ao presidente Lula. O veterano alegou que sua intenção foi destacar a falta de estrutura para que jovens consigam praticar esportes como os que são disputados na Olimpíada de Paris.
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"Eu falei que a gente, o grande público, só fica sabendo de modalidades em época de olimpíada, e, por isso, deveríamos repensar o conceito todo, se somos ainda o país do futebol absoluto ou se somos de todas essas modalidades e atletas. Como eu condicionei essa atual condição ao histórico do governo brasileiro, eu abri precedente, sem querer, para uma disputa política", explicou.
O apresentador seguiu: "Eu cometi um erro, eu falei: 'O nosso governo tem histórico', eu estava me referindo ao nosso governo brasileiro, mas os gladiadores políticos da internet viram a brecha, tiraram de contexto e interpretaram que eu estava falando do governo atual. É claro e evidente que é a história do governo desde sempre".
No pronunciamento que fez para negar que tenha atacado Lula, Marcos Mion reclamou da discussão política que se formou em torno de seu desabafo sobre os esportes e afirmou que não quer falar sobre esse tema em suas redes sociais. Internautas, porém, lembraram do passado do apresentador com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2020, o famoso se reuniu com o político para a sanção da Lei 13.977, que estabelece a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA). A norma carrega o nome de Romeo Mion, filho do artista.
"O meu partido é o autismo. Eu luto pelo autismo e vou sempre lutar. Quando eu sentei na mesa ali e tava uma discussão muito grande, confesso que fiquei muito impressionado de ver o presidente falar que ele queria fazer a vontade do povo, que ele tava aqui para representar e fazer a vontade do povo. Isso foi inspirador", elogiou Marcos Mion, que também agradeceu à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Esse episódio também foi lembrado em abril de 2023, quando o dono do Caldeirão reprovou algumas falas de Lula sobre deficientes intelectuais, quando o tema era os ataques às escolas brasileiras. Em reunião com ministros e governadores, o petista usou o termo "pessoas com deficiência mental", em vez de "deficiência intelectual".
O funcionário da Globo reprovou a declaração, que classificou como capacitista: "Temos de nos policiar, de aprender, de nos adequar. Isso não só é muito pejorativo, quanto incentiva outras pessoas que continuem usando esses termos, que precisam ficar no passado".
Após dizer que o termo certo é "deficiente intelectual", Mion afirmou que boa parte da população poderia reproduzir o discurso do chefe do governo: "Sem contar a enorme quantidade de brasileiros que não têm acesso à informação, daí chega o presidente e fala isso".
"A gente, aqui, lutando pela aceitação, conscientização, normatização de todas essas condições, noite e dia. Essa pessoa sem informação pode olhar para seu filho com deficiência intelectual e perder as esperanças, porque se o presidente diz que ele tem um parafuso desequilibrado, para que ela vai continuar lutando?", questionou.
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