“Eu queria ouvir Apaixocólico Anônimo, do meu último disco. É uma música que fala de sexo oral. É uma ode ao sexo oral.”
Publicado em 22/11/2022 às 14:45:00
Erasmo Carlos (1941-2022), o Tremendão, manteve atitudes rock ‘n’ roll em todas as fases da vida. O cantor, compositor e multi-instrumentista, que morreu nesta terça-feira (22), aos 81 anos, lançou aos 70 um disco sobre sexo. Naquela ocasião, surpreendeu apresentadores da Record ao falar abertamente sobre o tema, ao vivo, no matutino Hoje em Dia.
Durante a entrevista com Erasmo Carlos em 2011, o Hoje em Dia executou um trecho da música Vem Quente que Eu Estou Fervendo, sucesso do cantor nos anos 1970. “Acho que tem muito a ver com essa onda que você está agora de sexo”, comentou a então apresentadora do programa Gianne Albertoni.
Em seguida, ela pediu que o ícone da Jovem Guarda escolhesse uma música que remetesse àquele momento. “Falando de sexo?”, perguntou o cantor. “Você é que sabe”, respondeu Gianne. O artista então optou por Apaixocólico Anônimo, integrante de seu disco recém-lançado Sexo, e explicou a escolha:
“Eu queria ouvir Apaixocólico Anônimo, do meu último disco. É uma música que fala de sexo oral. É uma ode ao sexo oral.”
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Gianne ficou ruborizada com o comentário. “Olha a hora!”, disse, ao passo que o cantor reagiu: “Não sei, porque para mim não existe hora para fazer sexo oral”. A fala surpreendeu os apresentadores, e o Tremendão ainda arrematou: “Tá na hora da chuleta”, em brincadeira com o chef Edu Guedes, que tentava mudar de assunto.
A fala também arrancou risadas, um pouco constrangidas, dos outros dois apresentadores presentes no Hoje em Dia, Celso Zucatelli e Chris Flores. Relembre o episódio:
Erasmo Carlos falou de sexo oral de forma romântica nos versos de Apaixocólico Anônimo: “Desde o dia em que provei/ O sabor do seu desejo/ Nunca mais tive sossego/ Como um bêbado me vejo/ Escravo do seu mel/ Do seu mel”. A canção entrou para a trilha sonora da novela Aquele Beijo (2011), exibida às 19h na Globo. Ouça a música:
Erasmo Carlos morreu nesta terça-feira (22), aos 81 anos, no Rio de Janeiro. O cantor, compositor e multi-instrumentista estava internado no Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense. O artista, que já havia passado por outra internação em outubro, precisou ser intubado na segunda-feira (21). A causa da morte ainda não foi divulgada.
No início de novembro, Erasmo Carlos comemorou a alta após duas semanas internado. Mês passado, ele realizou exames e tratou uma síndrome edemigênica, doença que envolve desequilíbrio das forças bioquímicas que mantêm os líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Naquela ocasião, ele e a esposa, Fernanda Passos, desabafaram sobre os boatos envolvendo a saúde do veterano.
Com Roberto Carlos e Wanderléa, o artista se tornou um dos principais representantes da Jovem Guarda, movimento pioneiro do rock no Brasil, nos anos 1960 e 1970. Depois, seguiu carreira solo. Ao longo da trajetória artística, emplacou diversos sucessos, como Além do Horizonte, É Preciso Saber Viver, Gatinha Manhosa, Minha Fama de Mau, entre vários outros hits.
Além da esposa, o artista deixa dois filhos, Gil e Leonardo, frutos do primeiro casamento, com Sandra Sayonara, a Narinha, que durou de 1978 a 1991. O filho mais velho, Alexandre Pessoal, morreu em maio de 2014, aos 40 anos, vítima de um grave acidente de moto.
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