Publicado em 17/06/2020 às 08:10:00
O advogado Ângelo Carbone, responsável pela queixa-crime que denunciou Neymar Jr pela suposta prática de homofobia, comparou os "parças" do jogador ao grupo extremista KKK (Ku Klux Klan) e garantiu que o atleta fugiu ao deixar o Brasil com destino à França, onde joga pelo PSG. Por causa disso, o jurista entrou com pedido de prisão.
Em conversa exclusiva com o NaTelinha, Carbone explicou que a abertura da queixa-crime contra Neymar vai muito além do jogador ter chamado o ex-namorado da mãe do atleta de "viadinho", como vazou em um áudio. O advogado explicou que, ao ser procurado pela Associação LGBT+, representada por Agripino Magalhães, percebeu que ia muito além de uma simples afirmação homofóbica.
"Ele queria matar o sujeito", afirmou Carbone ao citar que Neymar teria incentivado a prática do empalamento, que consiste na introdução de um objeto pelo ânus até a sua morte. O ato, como lembrou o advogado, era feita pela KKK, grupo extremista americano que perseguia homossexuais e negros.
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Questionado pela reportagem, o advogado explicou que abriu uma queixa-crime porque era a prática adequada. "Queixa-crime é um pedido de abertura de inquérito policial, normalmente feito porque nenhuma delegacia quer investigar", explicou ele. Segundo o jurista, como advogado da Associação, ele solicitou junto ao Ministério Público a queixa-crime e foi acatado pela Promotoria, que já encaminhou o processo para que Neymar seja oficialmente investigado.
Se o pedido da LGBT+ teria sido acionar a Justiça porque Neymar teria cometido uma prática de homofobia, o processo ficou muito maior. O advogado lembrou que o jogador é uma figura pública e não pode sair impune de ter dito num grupo que o então namorado da mãe deveria morrer. "Ele queria matar o cara só porque era bissexual e namorava a mãe dele. Ele tem que entender que tem lei pra todo mundo", foi categórico.
Carbone afirmou ainda que considera que Neymar fugiu quando deixou o Brasil com destino à França. Segundo o representante jurídico da Associação no processo, o jogador não poderia ter saído do país e por isso fez um pedido de prisão preventiva. No documento que o NaTelinha teve acesso, o advogado é taxativo: "O crime de homofobia é inafiançável e imprescritível, as penas podem chegar de 2 a 5 anos, dessa feita, caso o Nobre Juízo entenda possível também a prisão temporária, requisitando-se o querelado no país que fugiu".
E o pedido prossegue: "Tratando-se de caso singular, e um crime homofóbico, que não é aceito em nenhum local do mundo, digno de repulsa, que seja realizado os atos imediatamente, cuidando da integridade física do querelado para que não sofra agressões pela população carcerária quando transferido for, e por medida de direito de segurança".
À reportagem, o advogado explicou que o pedido foi feito ao Ministério Público que irá encaminhar ao delegado responsável pelo caso e, caso entenda a necessidade disso, fará a solicitação a um juiz. Caso não seja aceita a prisão, o documento pede que Neymar seja trazido coercitivamente ao Brasil para ser ouvido.
O advogado ainda explicou que Agripino Magalhães vem recebendo ameaças desde que entrou com o processo judicial por homofobia contra Neymar e garante que o caso também foi orquestrado pelo jogador, mesmo com ele fora do país.
Questionado pela reportagem, o jurista explicou que a ligação com as ameaças estava com o número bloqueado, mas que foi possível identificar tratar-se de uma pessoa com sotaque que aliava o francês e o espanhol. O MP também foi informado desses fatos e requereu apuração da situação.
O NaTelinha entrou em contato com assessoria de Neymar, que não se vai se manifestar.
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