Publicado em 11/02/2020 às 13:55:00
Há um ano, o helicóptero que levava o jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, e o piloto Ronaldo Quattrucci, de 56 anos, caiu no Rodoanel de São Paulo, mas as investigações da Aeronáutica e da Polícia Civil sobre o motivo da queda da aeronave ainda não foram concluídas, segundo informações da Força Área Brasileira (FAB) e da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado.
Carlos Boechat, irmão do jornalista que morreu em 11 de fevereiro de 2019, afirmou ao portal de notícias da Globo que a família ainda sente falta de Boechat e não houve explicações oficiais sobre o motivo do acidente.
"Ninguém nos deu respostas ainda sobre o que aconteceu. Ainda tem que ser esclarecida muita coisa. O que houve? Por que houve? Por que caiu? Eu espero que a investigação esteja fazendo isso e nos dê respostas", questionou Carlos. Foi um acidente muito grosseiro, cruel, ele não merecia morrer daquela forma", acrescentou engenheiro.
A Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) explicou que o caso é complexo e não há um prazo definido para encerrar a apuração do que pode ter feito o helicóptero cair.
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A instituição ainda relatou que, quando os trabalhos forem encerrados, um comunicado apresentando todas as informações com medidas preventivas para aeronaves do mesmo modelo será divulgado.
A SSP-SP explicou que a investigação da polícia busca esclarecer as causas do acidente, tentando compreender se algum órgão contribuiu para o acidente que matou Ricardo e o piloto, mas deixou claro que o caso segue em sigilo.
Só que a 46º Distrito Policial (DP), em Perus, ainda espera o documento da FAB relatando sobre a queda da aeronave para poder dar fim a investigação na esfera criminal. É o relatório que dará um norte para investigação.
Os responsáveis pela investigação tentam descobrir se houve falha no motor ou no rotor do helicóptero, um Bell 206 de prefixo PT-HPG. Há também a possibilidade de ter tido deficiência técnica na manutenção da aeronave.
Boechat morreu numa tarde de segunda, quando aconteceu a queda de um helicóptero na rodovia Anhanguera, na altura do quilômetro 7 do Rodoanel. Seu destino era o heliponto da Band.
O jornalista vinha de Campinas, onde deu uma palestra sobre ética para funcionários de uma indústria farmacêutica. Ele apresentava o Jornal da Band desde 2005.
Ricardo Boechat foi um dos jornalistas mais respeitados do Brasil. Prestigiado, é o recordista de prêmios do Comunique-se e venceu três vezes o troféu Esso.
Boechat iniciou sua carreira na década de 70, escrevendo em jornais como O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, entre outros.
Também fez parte do casting da Globo. A partir de 1996, foi comentarista diário no “Bom Dia Brasil”, além de ter trabalhado no Jornal da Globo. Sua saída aconteceu em 2001, de forma polêmica.
Ao longo da sua extensa carreira, passou pelo SBT e foi diretor de jornalismo da Band. Atualmente, era contratado para ser âncora da Band News FM e do Jornal da Band. Também escrevia para a revista IstoÉ.
Além de ganhar a credibilidade do mercado publicitário, Boechat tinha o carinho do público e respeito dos seus colegas de trabalho.
Conhecido pela personalidade forte, marcada por opiniões controversas, Ricardo nunca deixou o bom humor de lado e sua carreira será marcada pelo bom profissional que foi e pela facilidade em dialogar com as pessoas.
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