Publicado em 18/05/2019 às 15:09:28
"Era um dos maiores autores do Brasil, mas sabia que não era o maior autor nem da sua casa", assim se descrevia Dias Gomes. Dono de grandes sucessos como "Roque Santeiro" (1985) e "O Bem Amado" (1973), o roteirista de teatro que migrou com sucesso para a televisão e que sempre ficou à sombra de sua esposa, Janete Clair, morria há 20 anos.
Se formavam uma família feliz, como bem testemunham filhos e netos, na televisão Janete e Dias eram completamente diferentes. Tanto que numa célebre entrevista para o "Roda Viva", ele relembrou os momentos ao lado da esposa quando discutiam telenovelas. "A Janete insistia que televisão era emoção e não ligava muito para coerência", disse ele.
"Eu lia os roteiros e falava, 'Janete, pelo amor de Deus, isso não faz sentido'. Ela dava uma gargalhada e respondia que o público iria adorar porque emocionava. E, claro, ela tinha razão".
Embora lidasse com o realismo fantástico muito mais que ela, Dias optava por tramas sátiras da política nacional, devido à sua formação do teatro, Janete optava por novelas mais realistas que exploravam o romantismo.
Por falar em grandes sátiras, cabe a Dias Gomes o nome no caso mais emblemático da censura a uma produção de dramaturgia da TV no período de Ditadura Militar. Em 1975, a censura proibiu a exibição de "Roque Santeiro" em vias de entrar no ar. A Globo bem que tentou a liberação, mas não conseguiu e a trama acabou sendo produzida apenas 10 anos depois, tornando-se um estrondoso sucesso.
O dramaturgo foi homenageado nesta década no horário das 23h da Globo. Ricardo Linhares escreveu uma nova versão de "Saramandaia", clássico de Dias Gomes que foi exibida originalmente em 1976 e chamou a atenção por conta do realismo fantástico e personagens arquétipos.
Na TV, ele ainda fez muito sucesso com as minisséries. É de Dias Gomes as obras "O Pagador de Promessas" (1988) e "As Noivas de Copacabana", além do clássico "Dona Flor e seus Dois Maridos" (1998), seu último trabalho na TV.
Em novelas, Dias Gomes se despediu em 1996 ao escrever para a Globo um remake de "Irmãos Coragem", clássico de sua falecida esposa.
Ao contrário de Janete Clair, que sofria com uma doença e muitos já esperavam sua despedida, Dias Gomes morreu de forma trágica. Em 18 de maio de 1999, ele faleceu devido a um acidente automobilístico, pouco menos de um mês depois do aniversário de vida de Janete Clair que, neste ano, completaria 94 anos.
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