Publicado em 03/11/2019 às 05:14:19
Com um mercado publicitário retraído, diante de poucos anunciantes ativos e um cenário político de grande instabilidade, Globo, SBT, RedeTV! e Band enfrentam enormes dificuldades de fecharem o faturamento no positivo em 2019. Em conversa com a coluna, um executivo de TV prevê uma queda de receita de até 20% em comparação ao último ano.
Para dificultar ainda mais essa equalização de caixa, a verba oriunda do governo federal sofreu uma forte queda e com critérios de distribuição cada vez mais condicionadas a interesses que não cabem aqui nesse espaço discutir.
Até os horários comprados pelas igrejas para seus telecultos, dinheiro que ajuda muito a sobrevivência dos canais menores, teve uma puxada de freio longo do ano.
E nessa crise publicitária, cada emissora vem se virando como pode para conseguir atravessar 2019 e evitar maiores problemas financeiros futuros. Infelizmente, a primeira atitude nessa situação acabando sendo o enxugamento da folha salarial com demissões.
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Diante desse cenário nebuloso no mercado televisivo, a Globo vem ensinando aos demais canais caminhos pra driblar a crise. Vem apostando, cada vez mais, em novos formatos de comercialização, quebras de paradigmas e em produtos que venham atender ao interesse das agências de publicidade.
Nesse aspecto, a novela de Walcyr Carrasco, A Dona do Pedaço, representa essa nova Globo que se apresenta ao mercado. Aceitando inserções comerciais mais curtas nos breaks, ações de merchandising inéditas envolvendo personagens e o ator, misturando assim, a ficção e o real, algo que no passado era expressamente proibido, além de faturar nas redes sociais com a personagem vivida pela atriz Paolla Oliveira, a digital influencer Vivi Guedes.
E nesse pacote de empresas que investem em merchans na trama de A Dona do Pedaço, tem aplicativos de delivery, loja de departamento, marca de fogão, e por aí vai. E não por acaso. Novela das 21h não é só o principal produto da Globo, mas da TV brasileira.
Quantas vezes o telespectador não sentiu vontade de experimentar o bolo mágico da Maria da Paz ao longo da trama? Até nisso, a Globo pensou e já disponibilizou sua venda em uma plataforma digital. A Dona do Pedaço virou uma máquina de dinheiro para a Globo e ela vem sabendo explorar. O folhetim é um divisor de águas na sinergia do setor artístico com o comercial.
Esse caminho deveria também ser referência para outras emissoras. Que embora sofram de forma ainda mais intensiva com a crise no mercado publicitário, acabam não criando produtos ou ações que possam despertar o interesse das agências. Hoje, a RedeTV! aposta no popularesco, a Band não tem grade no horário nobre e o SBT, ainda pior, mantém 11 horas de programação diária destinada ao mundo cão e desenhos animados. Quem hoje investe nisso?
Curiosamente, a única que se aproxima da Globo nessa questão de mercado vem a ser a Record, ainda que de forma distante, embora todos saibamos que lá dinheiro nunca será o problema.
Ninguém é líder por 55 anos sendo incompetente, e a Globo mostra com essa crise no mercado, mais uma vez, porque se tornou um império de comunicação. Cabe às outras emissoras, com A Dona do Pedaço, aprenderem a lição da professora. A RedeTV! não pode depender apenas da Sônia Abrão, a Band, do MasterChef, e o SBT, do Programa Silvio Santos.
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