Publicado em 30/07/2019 às 05:01:31
O jornalista Roberto Cabrini vem sofrendo assédio da Record na produção do seu "Conexão Repórter", no SBT, conforme noticiou o colunista Flávio Ricco, do UOL. Alguns profissionais do programa investigativo já pediram demissão tendo como próxima parada na carreira a TV da Barra Funda. Mas será que as perdas ameaçarão o trabalho de Cabrini?
De imediato vamos nos lembrar que em 1972, a Globo tomou o diretor de Flávio Cavalcanti que estava na TV Tupi e liderava o Ibope aos domingos. A emissora queria Maurício Shermann para dirigir o “Fantástico” que entraria ainda naquele ano.
Mas Shermann não fez a menor diferença ao programa de Flávio Cavalcanti, que continuou líder no horário. O apresentador comandava as reuniões de pauta pessoalmente e determinava tudo, até o que diretor iria dirigir. Em verdade, Flávio Cavalcanti produzia, dirigia e apresentava o programa.
Assim também era Chacrinha, que na sua pior fase na Record, em 1976, recebia em seu camarim uma relação de quem iria participar da atração, um pouco antes de entrar no ar. A verba de produção não existia e Chacrinha tinha que apresentar os artistas que apareciam lá sem cachê e que em pleno sábado à noite não estavam fazendo show.
VEJA TAMBÉM
O apresentador entrava no palco e percebia a temperatura do público para definir a ordem que os artistas entrariam, de acordo com o que ele acreditava que daria dinâmica de palco. O roteiro estava em sua mente.
Chacrinha foi sucesso sendo apenas ele no palco, independente de quem era o diretor ou quem compunha a produção.
Silvio Santos é a mesma coisa. Tanto faz quem é o diretor de Silvio ou produtor. Ele só precisa do Roque para organizar a plateia e o Liminha para lembrar quem vai chamar no palco.
Não queremos com isso menosprezar nenhuma produção. Mas as personalidades dos apresentadores citados é muito maior que qualquer produção e eles é que são o Ibope.
Assim podemos colocar Roberto Cabrini, no mesmo patamar, apenas em outra área que é a do jornalismo. Cabrini é obcecado pelo trabalho e seu programa. As reuniões de pauta e a edição feita por ele têm um objetivo de perfeccionismo, preciosismo e virtuosismo.
Cabrini só se contenta com o incrível e grande excelência de trabalho. Sua história de vida e trabalho vai até reportagens feitas no meio da guerra do Iraque e Afeganistão, onde ele fez reportagem tendo um guerrilheiro com a arma apontada para sua cabeça. Quem conseguiria sequer falar alguma coisa numa situação como essa?
Além disso, Roberto Cabrini passou pela descoberta do esconderijo de Paulo Cesar Farias, o escândalo da Georgina do INSS, além de inúmeros prêmios recebidos. Ele respira jornalismo investigativo e faz disso seu show.
A Record pode tirar quem ela quiser, como a Globo fez com Flávio Cavalcanti. Roberto Cabrini, aos moldes dos grandes nomes da televisão, vai continuar tendo seu programa colocado no ar com qualidade ímpar, com excelência de trabalho e Ibope notável.
Quem sabe faz e quem não sabe manda buscar.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web