"Babilônia" estreia com ritmo alucinante, armações e morte

Confira análise de mais uma estreia dramatúrgica no "Enfoque NT"

Beatriz e Evandro são vilões em Babilônia - Divulgação/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 16/03/2015 às 23:15:16

O grande chamariz de “Babilônia” desde o princípio foi a quantidade de vilões. Não uma simples história de amor – e sim a falta dele. Uma história de ódio, com sede de vingança, com atropelos à moral e a qualquer outra coisa que possa ser sinônimo disso.

A nova novela das 21h da Globo estreou nesta segunda (16) com a promessa de fazer os telespectadores despertarem sentimentos adversos diante de duas vilãs que certamente vão dar o que falar nos próximos meses: Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves). Uma, casada por conveniência uma vez e em busca do segundo matrimônio nessa mesma linha, enquanto a outra tenta chantagear a “amiga” após vê-la num amasso com o motorista, subordinado de seu novo marido Evandro (Cássio Gabus Mendes). Tudo para comprar um apartamento que fique longe de uma vista para a favela. 

Foi marcada pelo bom ritmo, até mesmo acelerado, já que Beatriz conseguiu com enorme velocidade seduzir Cristóvão (Val Perré) e arrancar uma grande quantidade de informações, assim como conquistar a confiança e carinho do viúvo Evandro, aquele que logo será seu marido.

Sem contar que, sem paciência para ameaças, Beatriz disparou contra seu affair Cristóvão e o matou friamente sem um pingo sequer de consciência, apesar dele atravessar um momento difícil com a mulher doente e a filha grávida. Tudo isso num intervalo de tempo pequeno. Surreal? É claro. No entanto, ninguém vai se lembrar disso daqui alguns meses, não é? 

Lembranças

É inevitável não comparar Inês com Carminha. Na memória dos telespectadores, ela ainda vai permanecer por mais algum tempo e não há como não lembrar da célebre vilã de “Avenida Brasil”, de 2012, em “Babilônia”.

Outra lembrança bastante curiosa é a de Homero, que é vivido por Tuca Andrada. Rapaz íntegro e honesto, quer crescer da sua maneira na empresa de Evandro, mas a mulher prefere um atalho, nem que para use a ferramenta da chantagem. Apaziguador e sereno, lembra e muito o Caíque de “Da Cor do Pecado”, de 2004, onde fazia o amante de Bárbara (Giovanna Antonelli).

Comum

Sem grande alarde, "Babilônia" exibiu sem qualquer cerimônia um beijo lésbico entre as personagens Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg que vivem juntas há 30 anos na trama. O que já virou motivo de corte em "América" (2005) e censura em outras tramas...

Passou batido

Numa das cenas nas praias do Rio de Janeiro, Inês deu dinheiro a um rapaz para atropelar uma mulher e ela abocanhar um convite de uma festa que sua antiga amiga Beatriz estaria. Acontece que esse dinheiro era uma cédula de R$ 20, modelo lançado entre 2007 e 2008. E aquele era o ano de 2006. 

Lado do bem

Com todo esse ódio e um querendo passar a perna no outro bolando planos, pouco sobrou pra Regina (Camila Pitanga), que terminou o primeiro capítulo grávida, mas ofuscado pelas maldades e tirania das vilãs. Mas valeu a apresentação e, como sempre, a atriz dará conta do recado. 

Perspectivas

Num primeiro momento, o que se espera é uma trama mais densa que “Império” com um universo mais carregado de maldade propriamente dita e muitas reviravoltas. Personagens e situações conflitantes para isso não vão faltar. 

Com a concorrência de “Carrossel”, que passou a ser reprisada pelo SBT e terá longa vida no ar, se continuar com essa audiência (deu 12 pontos), ”Babilônia” terá uma disputa um pouco mais dura.

A trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga marcou 31 pontos na prévia do Ibope. Os números são da Grande SP e equivalem a 198 mil telespectadores.

Conheça os cinco vilões sem escrúpulos de "Babilônia"

Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há dez anos e assina a coluna Enfoque NT há quatro, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter e Instagram: @tforatto

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