Nem vilão, nem mocinho; William Bonner é apenas jornalista

Enfoque NT

Divulgação/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 21/08/2014 às 18:12:37

Nesta série de entrevistas aos candidatos à presidência da República no "Jornal Nacional", William Bonner tem sido muito mais elogiado do que criticado, mas chama atenção para parte do público - daqueles que vivem repetindo: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” ou dizendo sempre o quanto ela é “manipuladora” - o quanto Bonner tem sido incisivo, direto e contundente com os sabatinados.

O primeiro entrevistado foi Aécio Neves (PSDB), na semana passada. Para espanto de muitos, que consideravam a Globo tucana, William Bonner apertou Aécio com perguntas duras e irônicas, como em relação à Eduardo Azeredo, mensalão mineiro e aeroporto construído em terreno de tio-avô.

No entanto, a entrevista mais aguardada foi a de Dilma Roussef (PT). Na última segunda (18), os âncoras tiveram que intervir inúmeras vezes, muito por conta do total despreparo de Dilma em responder algumas questões, se atrapalhando completamente, e respondendo com dados mensais, quando na verdade deve ter se esquecido daqueles que compreendem do começo do ano até agora. Enfim, não vou entrar muito neste assunto, até porque não é a proposta deste espaço, mas não é preciso ser um especialista para perceber que nossa economia está em frangalhos.

William Bonner fez o que todo mundo ali gostaria de fazer no lugar dele. Que é de questionar, não aceitar respostas vazias ou malandramente mal respondidas (ou não respondidas), tocar o dedo na ferida.

Para muitos, o chocante mesmo foi ver um âncora do “Jornal Nacional”, da Globo (a manipuladora, vilã, etc) com esse tipo de postura, que não causaria tanta estranheza se viesse de Ricardo Boechat e Rachel Sheherazade, por exemplo, que tem maior liberdade editorial.

Quem não gostou, como ele mesmo disse, foram os robozinhos, assessores e cabos eleitorais.


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