Publicado em 12/02/2021 às 05:45:39,
atualizado em 12/02/2021 às 14:26:59
"Se você pudesse me dizer. Se você soubesse o que fazer. O que você faria... Aonde iria chegar?". O verso da música Vida Real, de RPM, embala o Big Brother Brasil há 19 anos. E em pleno BBB21, com um reality "manjado" na visão de alguns, há quem consiga reproduzir comportamentos reprováveis na visão do público, ainda que todos saibam quais são eles. A pressão do confinamento e outros fatores pode nos levar a quem não somos?
No BBB21, os casos mais emblemáticos são o de Karol Conká e Lumena Aleluia. Esta última, vista pelo público como quem "milita errado" e não promove o que prega aqui fora. O que ocasiona em comportamentos tão discrepantes daquele que supostamente a pessoa vive no mundo exterior? Para Jean Massumi, do BBB3, o problema surge quando você percebe que o ambiente de um BBB é hostil, já que todos ali vão ter o mesmo objetivo: R$ 1,5 milhão.
"Além disso, a convivência vai ser dificultada pelas dinâmicas do jogo, principalmente pelas votações e Jogo da Discórdia. O impacto nesse ambiente varia de pessoa para pessoa", analisa ele em conversa com o NaTelinha, ressaltando que o Grupo Pipoca pode ter até uma vantagem, já que não comportamentos anteriores como referência.
Na visão do psicólogo Alexander Bez, há um fator de cenário pandêmico, que por si só já desestabiliza o emocional de muitos. "O confinamento acaba potencializando condutas e emoções em decorrência da alteração mental. Lumena acabou se envolvendo em muitas questões conflitantes e que divergem, supostamente, de sua conduta aqui fora. O confinamento pode gerar intensificações, mas não transforma personalidades", alerta à reportagem.
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Segundo Bez, ainda que a participação e exposição no reality seja consciente, todos ali toparam participar do programa. De tal modo, o estresse e frustrações são inerentes. "No caso, da Lumena, existe uma problemática, pois a participante apresentou as repressões no comportamento desde o início do jogo, antes mesmo dos ânimos começarem a se exaltar", observa.
Jean, que participou do programa há 17 anos, estranha quando alguns participantes como Karol Conká e Projota dizem frases como "eu não preciso disso". "Se não precisa, por que entrou? Seria muito mais honesto falar: 'Eu não estava preparado para isso'. Mas, por vaidade mencionada, inicia-se um ciclo vicioso de desdém, soberba e distopia, que soa muito mal aqui fora. E acaba que o tiro sai pela culatra nas estratégias assumidas", pontua.
Na visão de Massumi, o emocional pode sim mexer com o participante para fazer algo que não queira fazer, mas pondera que o confinamento e toda a pressão que isso envolve, apenas afrouxe os freios sociais. "Não cria uma outra 'persona' como muitos alegam", crava.
O clássico "fazer um personagem", na visão de Jean, pode ser plausível. "Você pode facilmente manter um, mesmo que isso implique em certas 'forçações de barra'. Tudo depende do seu talento, nesse aspecto, os Pipocas tem uma vantagem enorme. Três meses não é muito tempo", reitera.
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