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Música, contrato rasgado e churrascos: a história não revelada do "Encrenca"

Programa é a maior audiência da RedeTV!


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Fotos: Divulgação / RedeTV!
Em 29 de junho de 2014, estreava pela RedeTV! um programa de humor com o quarteto irreverente Tatola Godas (53), Ricardinho Mendonça (51), Dennys Motta (38) e Ângelo Campos (39), formando assim o "Encrenca".
 
Donos de um raciocínio rápido e extremamente debochados, os rapazes de riso fácil foram conquistando o telespectador através de variados quadros e comentando vídeos que chegam através do principal aplicativo de celular da atualidade, o WhatsApp, ou simplesmente "Zap Zap", ganhando até edição especial, uma noite de gala, em que os apresentadores premiam os melhores do ano, gravado nesta quinta-feira (15) e que será exibido na noite de Natal.  
 
Unidos pela música
 
Vendo a sintonia dos quatro na telinha, muita gente imagina que tudo começou há dois anos e meio. Mero equívoco. Esse grupo tem história. E o elo não é propriamente o humor e sim a música. Todos de alguma forma emergiram nesse universo trabalhando em gravadoras e rádios. 
 
"Sempre fui segmentado, nunca fui um cara popular. A história do rock passa pela minha mão", diz Tatola, o mais falante de todos. Na rádio 89 FM, o sucesso é garantido através do "Quem Não Faz Toma". Eles se dividem entre as duas mídias e apesar de conviverem sete dias por semana, não reclamam. O segredo é "se zoarem" bastante. Claro que de vez em quando rola umas discussões, nada que transcenda o aspecto pessoal, já que segundo Ricardinho tudo é resolvido na hora. 
 
 
"Encrenca", a maior audiência da RedeTV!
 
Eles garantem que não se envaidecem com esse título. "Não é por uma questão de vaidade, já estamos velhos pra isso. Se fosse aos 20 anos de idade...", explica Dennys.
 
Nas quase três horas que dividem o palco ao vivo, não costumam seguir roteiro, desconhecem qualquer sequência, vão medindo de acordo com o momento, porém tudo bem comandado pelo diretor Ricardo de Barros. "Temos o melhor diretor do país ao nosso lado, a gente se diverte muito do lado de cá também", festeja Ângelo. 
 
Casados, os quatro ressaltam não sofrer assédio feminino nas ruas ou no trabalho, por serem artistas. E ainda conseguem fazer churrasco para entrosar as famílias sempre que possível. 
 
Foi num clima de total descontração, que a reportagem do NaTelinha foi recebida em um dos espaços da RedeTV! para um bate-papo direto com os integrantes da atração, convite que além de boas gargalhadas, rendeu algumas revelações no almoço servido a salmão assado com batatas.  
 
Confira:
 
NaTelinha: Qual a sensação de saber que o "Encrenca" é o programa de maior audiência da RedeTV!? Isso os envaidece? A responsabilidade aumenta?
 
Dennys: A responsabilidade aumenta muito, porque a gente se cobra, mas não pela pressão da TV. Eles nos deram um baita tempo para acharmos o nosso rumo, e quando o encontramos, as coisas começaram a dar resultado. Não é por uma questão de vaidade, já estamos velhos pra isso. Se fosse aos 20 anos de idade... 
 
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NaTelinha: Mas ter uma audiência elevada é o sonho de qualquer comunicador de TV, é uma espécie de termômetro...
 
Tatola: Nesse negócio de audiência, tem algo muito marcante para mim. Nosso primeiro contrato foi de um ano, um pedido nosso, a RedeTV! queria fazer por dois anos, eles tinham a fama de não pagar ninguém (risos), achamos melhor não... E se não desse certo, voltaríamos para o nosso cantinho. No primeiro programa demos média de 0,8, nunca demos menos que isso. E só para lembrar, estreamos no mesmo horário do jogo da Copa do Mundo. Quando renovamos o contrato, já dávamos 1,4, 1,5, 1,7 de audiência. Tínhamos assinado por mais um ano, quando o Marcelo (de Carvalho, dono da emissora) voltou e rasgou o documento, dizendo que gostaria de fazer um de três anos! Ficamos uns 20 minutos nos olhando e não tinha muito o que fazer a não ser assinar, nenhum dono de emissora faria isso se o programa não desse certo. 
 
NaTelinha: De que maneira vocês se reuniram para formar esse quarteto de sucesso não só na TV, como no rádio?
 
Ricardinho: A gente se juntou pela música, nós quatro sempre trabalhamos nesse universo do rádio e gravadoras. 
 
Tatola: No rádio sempre fui segmentado, nunca fui um cara popular. A história do rock passa pela minha mão. A vida inteira fiz isso. A gente não esperava que o nosso programa chegasse aonde chegou. Não queríamos focar somente de futebol, mas que pudéssemos falar de tudo, fosse algo dinâmico. Um fato curioso foi o Lucas Jagger ter escutado nosso programa de rádio, comentou com o Marcelo que achava muito bacana e até hoje ele nos envia mensagem. Marcaram uma reunião com a gente e perguntaram se nós tínhamos pensado em ter um programa de televisão. Nos deram dois dias para apresentar um formato e levar nossas ideias. Eu sei que assinamos em abril e estreamos em 29 de junho de 2014, sem ter gravado um único piloto (teste).
 
Ângelo: Claro que na TV temos uma boa equipe de produção que nos ajuda, mas na rádio somos responsáveis por tudo, desde pautas até as brincadeiras.
 
NaTelinha: A direção da emissora costuma interferir nas pautas do programa?
 
Dennys: Até hoje só recebemos sugestões, palpites para acrescentar, nunca uma imposição. 
 
Tatola: O programa tem comando através do nosso diretor Ricardo de Barros. Ele toma conta de todos os detalhes, é o quinto elemento que faz tudo funcionar. 
 
NaTelinha: Os quadros gravados são responsáveis por boa parte do êxito da atração. Como surgem? Vocês renovam sempre? Vão trocando os temas e brincadeiras?
 
Ângelo: Os quadros mudam rápido, não há um tempo especifico. Nossas reuniões de pauta costumam ser às terças. Jogamos toda nossa criatividade lá. Contamos bastante com a participação da galera de casa, todo domingo temos promoções. 
 
Dennys: Atualmente temos mais de 20 quadros, o mais antigo é o "Fuçada na Rede", que trouxemos da rádio. É um jeito novo de fazer fofoca, falar da sujeira dos outros; eles escrevem e nós comentamos. 
 
Tatola: Às vezes, o marido quer ver o "Encrenca" e a esposa pensa em trocar de canal para conferir as notícias. Então decidimos criar uma brincadeira que se chama "Rolou na Semana". São informações transmitidas de forma rápida. Não somos um programa de jornalismo, mas também não ficamos alienados. 
 
NaTelinha: Que tipo de retorno do público chega até vocês pessoalmente ou pelas redes sociais?
 
Tatola: 100% dos pais são ocupados. A semana é muito corrida, quando chega domingo, o pai janta com o filho, faz pipoca ou pede uma pizza e, às 8 da noite, ele senta no sofá pra ver o "Zap Zap". 
 
Ângelo: Chegam vários depoimentos através do Facebook. Uma mulher falou que o marido ficava nesse horário no boteco bebendo e chegava agressivo. Hoje ele se diverte vendo o "Zap Zap". 
 
 
NaTelinha: Como funciona a dinâmica nas três horas seguidas em que a atração é exibida ao vivo?
 
Ricardinho: É ao vivo e sem roteiro, não temos nada escrito das coisas que falamos. A gente grava bastante conteúdo e vai medindo o que dá certo. Não sabemos as sequências dos vídeos. 
 
Tatola: Se está dando certo, a gente deixa, senão, partimos para outra. Se não fosse para ser dessa forma, gravaríamos o programa e colocaríamos no ar. Temos a possibilidade de entrar ao vivo, podemos modificar tudo na hora. 
 
NaTelinha: Qual a fórmula desse sucesso?
 
 
Ricardinho: São vários fatores. Embora as pessoas comentem muito do "Zap Zap", um monte de gente passa vídeo, e nos perguntam o porquê os do "Encrenca" fazem sucesso. As pessoas sentem que estamos juntos com elas, apesar de estar só assistindo, parece que ele está participando também. Somos quatro pessoas normais, não os donos da verdade. 
 
NaTelinha: No início ficaram receosos de serem comparados ao "Pânico", que também migraram do rádio? Como é vencê-los na audiência?
 
Tatola: Independente de quem seja, vencer é tudo de bom. Colocaram quatro caras que nunca tinham trabalhado em TV, em pleno domingo concorrendo com o "Fantástico", "Domingo Espetacular", "Domingão do Faustão", Milton Neves, "Programa Silvio Santos" e o "Pânico", que fazem um programa bem feito há muito tempo. 
 
Dennys: A gente conhece a galera do "Pânico", mas nunca fomos amigos. Não temos nada contra eles, não faz parte da nossa história qualquer rixa. 
 
Ângelo: Nós os conhecemos na época que a gente trabalhava em gravadora. Mas nunca comemos uma pizza juntos. 
 
NaTelinha: Qual a definição para o estilo de humor de vocês?
 
Ângelo: Nós somos quatro amigos bem-humorados. Nosso intuito é nos divertir e dar risada. Mas não é só por causa da televisão. Somos assim. A gente se zoa muito. 
 
NaTelinha: Mesmo com todo esse bom humor no dia a dia, vocês brigam bastante ou não?
 
Tatola: Brigamos, mas nunca levei mágoa pra casa, resolvemos tudo na hora. 
 
Ricardinho: Às vezes estou brigando feio sobre um assunto sério. Quando voltamos do intervalo, você pensa que vou continuar, mas já estou em outro assunto.  
 
 
NaTelinha: Quais são as próximas ideias que estarão no programa em 2017?
 
Ricardinho: Temos muitas ideias, não conseguimos guardar muito (risos). A gente tenta segurar para usar no ano que vem, quando percebemos já utilizamos esse ano mesmo. Nosso programa não é feito por temporadas. 
 
NaTelinha: Vocês passam boa parte do tempo trabalhando juntos. Conseguem ter contato pessoal com as famílias uns dos outros?
 
Dennys: O churrasco é sempre na residência do Tatola, o único que mora em casa, o resto é tudo apartamento. 
 
Ângelo: Além disso, jogamos bola juntos há muito tempo. No final a gente ia à lanchonete e trocava figurinhas cada um com seu álbum. É sério (risos).
 
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