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MG: Funcionários de afiliada do SBT fazem protesto e polícia é chamada

Grupo que comanda TV Alterosa está passando por uma crise


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Fotos: Jornalistas de Minas/Facebook

A situação na TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, ganhou ares cada vez mais graves na manhã desta terça-feira (29).

Prometida para esta segunda (28), uma paralisação foi feita entre todos os contratados. Os funcionários da emissora reivindicam o recebimento do décimo terceiro salário, que ainda não foi pago. O "Jornal da Alterosa", exibido durante a noite, teve de ser gravado à tarde apenas com matérias do interior do estado e do SBT de São Paulo. Porém, na manhã de hoje, os jornalistas de todo o grupo Diários Associados - incluindo o jornal Estado de Minas e Aqui MG - estão paralisados.

A edição desta terça do jornal é praticamente uma republicação do Correio Braziliense, exemplar do mesmo grupo que é publicado em Brasília. Jornalistas do grupo estão na sede dos Diários Associados protestando e pedindo o que lhe é direito desde as 6 da manhã.

O NaTelinha conversou com um jornalista da emissora afiliada ao SBT, que protesta na frente do prédio. Por medo de retaliação, ele pediu para não ser identificado. O profissional relata a atual situação do grupo e diz que os Diários Associados estão falindo: "Nós somos uma afiliada do SBT, mas pertencemos aos Diários Associados. Só que o grupo está falindo. Este ano, o jornal Estado de Minas deu um prejuízo de 28 milhões de reais. Só que, segundo a própria empresa, a TV Alterosa deu um lucro de 14 milhões de reais, mas essa divisão do ônus não está acontecendo. Desde ontem, estamos parados. O jornal da noite foi gravado à tarde com matérias do interior e do SBT de São Paulo. A capa do Estado de Minas é igual ao do Correiro Braziliense, é ridícula".

O jornalista relata ainda que o dia a dia dos trabalhadores neste ano de 2015 tem sido difícil: salários atrasados, direitos não repassados e até mesmo dificuldade para entrar em férias. "Convivemos com salários atrasados faz um ano. INSS tá sendo recolhido, mas não é repassado ao governo. FGTS não é pago faz um ano. Quem teria que tirar férias em novembro, precisou provar que está com um pacote de passagem pago no RH da emissora, porque se não, não poderia tirar férias", contou.

O periodista também afirma que todos os jornalistas foram surpreendidos quando chegaram para o protesto e notaram que a Rotam, tropa de elite da Polícia Militar mineira, estava na porta da emissora. Cerca de 100 policiais, em 11 viaturas e um ônibus foram chamados pela direção, conforme confirmado pelos próprios oficiais. "A gente fechou a rua, que curiosamente tem o nome de Assis Chateaubriand. Hoje, a gente foi surpreendido com 11 viaturas da Rotam e um ônibus do batalhão. Eles confirmaram que foram chamados pela direção. São mais ou menos 100 policiais, contamos onze viaturas. Pelo que vejo, quem são os maiores bandidos de Minas Gerais hoje são os jornalistas", reclamou.

Em nome do movimento, o jornalista acusou Ricardo Carlini, gerente de jornalismo da TV Alterosa, de assédio moral e de chamar os grevistas de "analfabetos" durante uma reunião para discutir o problema: "Carlini está ameaçando os jornalistas. Recentemente, tivemos uma reunião com a direção, e eles nos chamou de analfabetos. O assédio moral está fortíssimo pra cima da gente". Por fim, ele afirma que a posição da emissora é uma só em relação ao pagamento: "Eles dizem que não têm dinheiro. Não tem dinheiro para pagar e pedem para a gente ter paciência. Mas nós estamos vendo a paciência deles... Polícias na porta".

O NaTelinha procurou a TV Alterosa para dar sua versão dos fatos, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria. Ricardo Carlini também foi procurado para responder a acusação do grevista, através de mensagens e telefonemas, porém afirmou estar bastante ocupado no momento e que daria sua versão dos fatos posteriormente.

O espaço está aberto.

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