Entrevista exclusiva

Alan Severiano evidencia evolução do SP1 e celebra 40 anos do telejornal

Noticiário local da Globo contará com edições especiais na próxima semana


Alan Severiano apontando para o telão do SP1
Alan Severiano comanda o SP1 desde outubro de 2021 - Fotos: Marcos Rosa/TV Globo

Telejornal local da Globo em São Paulo, o SP1 completa 40 anos no ar na próxima semana e ganhará edições comemorativas a partir de segunda-feira (3) até sábado (8). No período, Alan Severiano apresentará o programa de diferentes pontos da capital paulista, além de reportagens especiais e a participação de artistas.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Severiano analisou como o SP1 enfrentou essas quatro décadas e se adaptou aos novos tempos. "Quando o SP1 estreou, em 1983, o Brasil vivia os últimos anos da ditadura. Não existia celular. São Paulo era cheia de outdoors e não tinha rede de ciclovias. Na tecnologia, nos costumes, nos valores, a sociedade mudou profundamente em 40 anos e o jornal acompanhou essas transformações", lembrou ele.

O jornalista também evidenciou a importância dos telejornais locais: "Eles trazem os assuntos que afetam nossa vida no dia a dia: o problema no trem, a falta d'água num bairro, o aumento dos assaltos numa região, a obra que atrapalha o trânsito... São informações que mexem com nossas escolhas e com as decisões que tomamos todos os dias".

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Alan Severiano assumiu o SP1 em outubro de 2021, em meio a algumas mudanças promovidas pela Globo, como a ida de César Tralli para o Jornal Hoje, assumindo o lugar de Maju Coutinho, que migrou para o Fantástico. Na época, o mundo vivia a pandemia de Covid-19.

"Assumi o SP1 poucos meses depois de conseguir tomar a esperada vacina contra a Covid. Era um momento de alívio, os números da pandemia tinham melhorado depois do período mais crítico no começo daquele ano, mas ainda havia uma série de limitações, como o uso obrigatório de máscaras. Saúde, claro, era o assunto de maior destaque", lembrou ele, destacando ainda como foi voltar à normalidade e absorver algumas práticas da restrição.

Ainda nesta entrevista, Severiano falou sobre suas origens, em Natal (RN), como virou praticamente paulistano ("natalitano", em suas palavras) e contou com mais detalhes do que vai acontecer na semana especial do SP1.

Confira na íntegra o papo com Alan Severiano, apresentador do SP1

Às vésperas de completar quatro décadas no ar, como você acha que o SP1 acompanhou esse ritmo e se adaptou aos novos tempos?

Alan Severiano - Quando o SP1 estreou, em 1983, o Brasil vivia os últimos anos da ditadura. Não existia celular. São Paulo era cheia de outdoors e não tinha rede de ciclovias. Na tecnologia, nos costumes, nos valores, a sociedade mudou profundamente em 40 anos e o jornal acompanhou essas transformações. Violência, corrupção, falta de acesso à saúde continuam sendo assuntos atuais, mas outros temas e discussões ganharam destaque com o passar do tempo, como a preocupação ambiental e com as regras de ocupação da cidade, a inclusão de pessoas com deficiência, o respeito à diversidade.

As transmissões via internet e a redução no tamanho das câmeras trouxeram ainda mais agilidade para o SP1, que sempre teve como marca o dinamismo das entradas ao vivo. O jornal incorporou a participação dos telespectadores por redes sociais, e passou a apresentar reportagens maiores, mais aprofundadas. No ano passado, ganhamos mais 15 minutos diários, começando mais cedo, às 11h45. São 75 minutos no ar por dia como o telejornal mais visto na hora do almoço na maior região metropolitana do país.

Alan Severiano

É uma companhia na hora do almoço, que apresenta as notícias do dia de forma leve, mesclando temas variados, como a iniciativa bacana de uma escola para facilitar a alfabetização das crianças, dicas sobre o show de graça no fim de semana ou entrevistas ao vivo com candidatos à prefeitura e ao governo em ano de eleição.

Alan Severiano evidencia evolução do SP1 e celebra 40 anos do telejornal

Há cerca de dois anos à frente do SP1, também houve transformações no mundo nesse tempo. Ainda existia algumas restrições de pandemia e a própria Globo voltava à produção em um ritmo mais lento. Como foi acompanhar isso pra você?

Alan Severiano - Assumi o SP1 em outubro de 2021, poucos meses depois de conseguir tomar a esperada vacina contra a Covid. Era um momento de alívio, os números da pandemia tinham melhorado depois do período mais crítico no começo daquele ano, mas ainda havia uma série de limitações, como o uso obrigatório de máscaras. Saúde, claro, era o assunto de maior destaque. Vindo da "média móvel" do Jornal Nacional, acompanhei com a equipe do SP1 a evolução da pandemia no estado. Incentivamos a vacinação e divulgamos por vários meses cada etapa do avanço do calendário. As vacinas salvaram milhões de vidas e permitiram a volta à normalidade que vivemos hoje.

Se o cardápio de assuntos do jornal retomou a variedade de antes, o jeito de fazer absorveu práticas do auge da pandemia, como gravar algumas entrevistas pela internet, o que permite às equipes economizar tempo de deslocamento no trânsito e se dedicar mais à apuração das reportagens na rua. No estúdio, o aprendizado é diário. A mudança da reportagem para a apresentação foi desafiadora, mas suave.

Agradeço a toda a equipe da TV e ao Cesar Tralli, que ficou 10 anos à frente do jornal, pela parceria e pelo apoio nessa transição. A maior satisfação do nosso trabalho é poder dar voz a quem não tem - e ver, na prática, a diferença que o jornalismo faz na vida das pessoas: a escola abandonada que enfim é reformada; pacientes que, depois de uma longa espera, conseguem fazer seus exames. E vemos histórias assim praticamente todos os dias.

Sobre as comemorações do SP1, o telejornal será comandado de pontos turísticos? Como foi feita a seleção de locais que o SP1 vai ao ar em julho? Como está sendo esse desafio?

Alan Severiano - Estamos muito ansiosos com essa apresentação dos 40 anos. Queria ancorar o jornal fora do estúdio faz tempo e, agora, sem as restrições da pandemia, vamos recuperar o tempo perdido com seis participações de uma vez. Os lugares são uma surpresa, mas vamos a pontos marcantes da cidade como praças, comunidades, museus... O maior desafio é a logística e a afinação de uma equipe enorme envolvida numa operação como essa. Mas todo mundo está muito empolgado, em busca do melhor resultado.

A ideia é comemorar o aniversário com cenários diferentes, e mais perto das pessoas. Vamos recuperar alguns momentos marcantes do jornal, mas o foco é mostrar a força e a diversidade de São Paulo. Tudo embalado em trilhas sonoras especiais feitas por músicos de diferentes estilos, como Alok, a Orquestra Sinfônica de Heliópolis e os Demônios da Garoa. É uma honra participar desse aniversário de 40 anos do SP1 que imaginamos como um presente para a cidade.

Você é potiguar, mas há tanto tempo em SP, já se considera um paulistano? Como foi esse processo de "paulistanização"?

Alan Severiano - Sou de Natal, e passei mais ou menos metade da vida lá e metade aqui. Tenho muito orgulho das minhas origens potiguares, sou apaixonado pela minha família e pela terra onde nasci, que visito com frequência. Vim para São Paulo sozinho, assim que me formei na UFRN, para fazer um programa de trainee na TV Cultura. Seriam apenas três meses, a ideia era voltar logo, mas surgiram outras propostas, e acabei ficando. Da Cultura, fui convidado para a reportagem da Globo em 2001, e construí aqui minha carreira.

É engraçado, mas a imensidão de São Paulo me fez sentir acolhido, logo de cara, com a ajuda dos amigos que fiz por aqui, e que são para a vida inteira. E assim fui fincando raízes. Casei com Rachel, uma paulistana, e temos duas filhas nascidas em São Paulo, Olívia e Anita. Essa mistura de culturas que não se vê em outro lugar do Brasil é o que mais me atrai até hoje. Para mim, São Paulo é oportunidade, é aprendizado, e amor. E para não ter guerra, posso dizer que sou um "natalitano", uma mistura de natalense com paulistano.

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