Mariana Becker comemora volta à Band e revela desejo de ter programa solo
Repórter foi contratada para seguir na cobertura da Fórmula 1 em casa nova
Publicado em 16/02/2021 às 04:00,
atualizado em 16/02/2021 às 10:02
Depois de 25 anos no Grupo Globo, Mariana Becker está de casa nova em 2021. A Band, nova detentora da Fórmula 1, contratou a repórter, que vai reencontrar Reginaldo Leme e Glenda Koslowski. Mas se engana quem pensa que a "nova casa" é tão nova assim. Becker teve sua primeira experiência na emissora paulista no início dos anos 90, quando trabalhou como estagiária e repórter na afiliada em Porto Alegre.
Em sua primeira entrada em rede nacional, encaminhou o material para Elia Júnior, que recebeu e comentou. "E fiz minha primeira entrada ao vivo no Show do Esporte no domingo (14)", comenta em entrevista exclusiva ao NaTelinha sobre a coincidência. E ainda agradece à Globo: "Foram 25 anos de Globo, e lá fiz toda minha formação como repórter de televisão como jornalista, já entrei lá direto depois da faculdade".
Mariana começou a se interessar por Fórmula 1 por influência do pai. "Víamos as largadas juntos. Bem mais tarde, quando já não podia mais ver as largadas de mãos dadas, corri um Rali dos Sertões. Na verdade, três. E ali, o bichinho me mordeu e não teve mais jeito", recorda.
Avisada em outubro que a Globo talvez não renovaria os direitos, Mariana também diz que essa possibilidade sempre existiu ao fim de cada contrato, mas queria continuar seguindo a modalidade de alguma maneira. "Eu não tinha certeza de nada [sobre a contratação da Band]. A única coisa que sabia é que seria muito legal continuar neste caminho, já que a F1 está nas vésperas de grandes mudanças. É uma fase geral de mudanças, né?", analisa.
Perguntada se gostaria de um programa solo, agora na Band, não titubeia: "Gostaria sim. Não sei. Provavelmente entrevistas em um ambiente fora de um estúdio, em algum lugar alternativo que revele mais o jeito do entrevistado".
A falta de um representante brasileira na Fórmula 1
Segundo Mariana Becker, a audiência da F1 se manteve em alta depois que Felipe Massa saiu, em 2017. "Isos prova que o brasileiro tem uma paixão e um interesse pelo automobilismo que o mantém ligado nesse esporte. Nos mostra também que o esporte tem se mantido interessante", defende.
Ainda que exista um domínio da Mercedes nos últimos anos, as brigas e questões técnicas têm mantido as pessoas interessadas. "Isso é muito legal para nós, significa que não só o esporte está evoluindo, mas que estamos fazendo o nosso trabalho direito", comemora.
Vida de repórter, línguas e desejos
Repórter há praticamente três décadas, Mariana Becker esteve nos mais variados lugares do mundo e, questionada, diz ser complicado eleger algum favorito. "Tento aproveitar tudo de bom que um país e uma cultura diferente me oferece. Geralmente volto apaixonada pelos lugares, com receitas e músicas de lá que ficam comigo por semanas. Mas a garantia de sorriso no meu rosto antes de viajar é Japão e Espanha", entrega.
Além do português, obviamente, Mariana fala inglês e castelhano fluentemente, e consegue conduzir entrevistas em francês e italiano, ainda que, segundo ela, cometa erros nessas duas últimas. "Se você domina o idioma, faz com que o entrevistado preste mais a atenção em você", orienta a profissional, que gostaria de aprender o russo e japonês. "Não passo fome e nem me perco na rua, mas não sei conversar", comenta sobre sua performance na língua asiática.
Como repórter, reflete que gostaria de ter a experiência de reportar a vida das pessoas em uma região de conflito intenso. "Da mesma forma, tenho um encantamento profundo pela natureza e adoraria fazer um documentário sobre comportamento animal. Tinha vontade também de passar uma temporada isolada em uma montanha e retratar o mundo natural e a influência de uma experiência assim na vida de uma pessoa da cidade como eu. Como você vê, ideias não faltam nem vontades", diz.
As coberturas marcantes de Mariana Becker
Especialista na cobertura da Fórmula 1 desde 2007, Mariana Becker elege os momentos mais marcantes da sua carreira: "A ultrapassagem do Rubinho sobre o Schumacher na Hungria em 2010 quando naquele único momento, ele ficou entre o
muro e a roda do adversário, arriscando a vida em uma resposta que ficou engasgada por todo o tempo de Ferrari e a despedida do Felipe Massa da F1 no GP Brasil, quando os mecânicos de todas as equipes, numa atitude inédita, vieram para frente dos boxes aplaudi-lo. Era uma chuva torrencial e ele voltava a pé pelo pitlane. Reportei de queixo tremendo".
"Frustrante é quando não podemos contar as histórias, quando não podemos entrevistar quem é de direito para responder as questões importantes", pondera ela.
A temporada 2021 da Fórmula 1 tem estreia marcada para 28 de março, no Grande Prêmio do Barém.