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Shark Tank: Nova investidora afasta comparações com Cris Arcangeli: "Tenho o meu perfil"

Ela também revela o maior erro dos empreendedores que vão em busca de investimento


Carol Paiffer sentada na cadeira do Shark Tank Brasil
Carol Paiffer é a nova shark no Shark Tank Brasil - Reprodução/Instagram

O Sony Channel estreou a quinta temporada do Shark Tank Brasil na noite dessa sexta-feira (20) e contou com a novata Carol Paiffer, que substituiu Cris Arcangeli. A nova shark é CEO e sócio-fundadora da ATOM/SA, a maior empresa de Traders da América Latina, que no primeiro trimestre de 2020 alcançou um lucro líquido de R$ 3,7 milhões.

Ao NaTelinha, ela diz que ficou surpresa com o convite para integrar o reality e tentou não criar nenhuma expectativa. "Achei que iria participar primeiro como shark convidada, depois meia temporada, e depois a temporada inteira. E daí, de fato, veio a concretização e eu gostei bastante", comemora.

Apesar de substituir a cadeira de Cris Arcangeli após quatro temporadas, ela evita pensar neste termo. "Ela saiu, eu acabei entrando no lugar dela. Claro que as pessoas comparam e que criam expectativa e que estou tentando deixar muito claro que é a Carol Paiffer. Tenho o meu perfil de investimento, vou sempre ser muito sincera e tentar fazer investimentos de acordo com a minha tese de investimentos e rotina", esclarece.

Carol explica que no final do dia, é o próprio dinheiro que coloca em risco, e não esconde existe uma expectativa ou comparação do público. "O que estou querendo evitar é isso. Por enquanto digo que é uma responsabilidade, mas não estou querendo que seja uma comparação, e sim que as pessoas entendam que tenho meu próprio perfil de investimentos", continua.

Admirada de Cris, avalia que ela fez uma ótima jornada dentro do programa, e almeja: "Espero que as pessoas gostem tanto dos investimentos que eu vou fazer como gostaram do dela".

Versão americana e erros dos participantes

Shark Tank: Nova investidora afasta comparações com Cris Arcangeli: \"Tenho o meu perfil\"

Questionada se já assistiu a versão americana do Shark Tank, Carol afirma que sim, e analisa o que falta: "O brasileiro. O brasileiro tem um jeito diferente de fazer negócio, é muito mais emotivo até. O brasileiro tem um carinho, uma preocupação que eu acho que faz todo o charme. Então a versão brasileira de fato tem a nossa cara. Acho eles lá [nos Estados Unidos] bem agressivos, mas também não é de se esperar diferente, é um tanque de tubarões".

O nível desta temporada surpreendeu Carol, e confessa que é até difícil dizer não. "Os empreendedores são muito bons mesmo, estavam preparados. Me surpreendeu bastante também a estrutura do programa, nós não temos nenhum conhecimento sobre nada dos empreendedores antes, nenhum dado."

Sobre os critérios que a fazem entrar num negócio, lista: "Meu principal é olhar obviamente os números de uma empresa, pra saber se ela é escalável, se a margem líquida dela pode crescer ou não, porque existem alguns negócios que infelizmente não existe muito espaço para margem".

"E principalmente, eu gosto de negócios que transformam mais a minha vida e a vida do empreendedor. Então não quero negócios que só me dão dinheiro, quero negócios que transformem a vida das pessoas. Esse é o tipo de critério que uso. Se for só pra ganhar dinheiro, tenho a Bolsa de Valores, onde compro e vendo a hora que quiser. Não quero só que um empreendedor ganhe dinheiro, quero ele de fato resolva um problema, transforme vidas e que ele possa fazer o bem para a sociedade como um todo", reflete.

Segundo Carol, os principais erros dos participantes são não saber seus próprios números ou entender a gestão do negócio. "O empreendedor tem que saber seus números. E também na minha humilde opinião, o Shark tá ali sempre procurando negócios que possam impactar vidas, resolver problemas. Se o empreendedor é arrogante a ponto de só pensar nele, no bolso dele, é o perfil de investimentos que a maioria do Shark vai acabar deixando passar. Um dos maiores erros também é fazer o valuation errado. Ou seja: querer valorizar sua empresa mais do que ela vale naquele momento. Você quer um investidor, um smart money, quer o contato daquele investidor, mas você quer que ele pague lá na lua. E obviamente nenhum investidor quer pagar caro", avalia.

O mercado de Day Trade

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Na moda de alguns meses pra cá, o mercado de Day Trade virou promessa de dinheiro fácil em propagandas no YouTube. Pessoas que prometem pagar um café com um trade e exibindo uma vida dos sonhos. Carol alerta que a Bolsa de Valores exige conhecimento e considera preocupante como as pessoas vêm tratando a profissão nas redes sociais. "Acaba afastando o iniciante", lamenta.

"Eu tenho uma preocupação muito grande em passar seriedade, de trazer mais pessoas da forma correta, entendendo que o mercado é sim uma oportunidade, mas você não vai ficar milionário no primeiro dia. Que é toda uma construção e que é possível sim. O que eu mais gosto no mercado financeiro é que é meritocrático, não depende de quem você é, da sua religião ou do time que você torce. Não importa se você veio de uma família muito rica ou muito humilde, todos temos as mesmas oportunidades na bolsa", enfatiza.

A nova shark também ressalta que se o brasileiro for rígido na escolha de escolher seu professor, terá uma transformação importante: "Isso vale para todos os mercados, não tem como evitar: assim como tem muitos traders iludindo pessoas nesse nível, também tem muitos profissionais ruins na área da saúde, da educação... Em todas as áreas existem profissionais bons e ruins e a internet acaba enfatizando isso, acaba permitindo que essas pessoas decolem. É bom o senso do próprio brasileiro, de selecionar melhor, de estudar antes para não cair na ilusão e a gente poder de fato fazer um crescimento inteligente e não desistir".

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