Em 2011, RedeTV! venceu licitação pelo Brasileirão, mas não levou
Brasileirão teria nova casa se não fosse por Andrés Sanches ter implodido o Clube dos 13
Publicado em 18/07/2020 às 11:09
Emissora mais nova dentre as grandes, a RedeTV! já teve a esperança de poder transmitir o Campeonato Brasileiro no início desta década. Ela venceu a licitação do certame de 2012 a 2014, mas viu seu sonho ruir depois que o Clube dos 13, que cuidava da transmissão dos clubes, foi implodido.
A venda dos direitos de transmissão ficou seriamente ameaçado em 2011. O nó começou a ser atado quando o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, anunciou o desligamento do time paulista do Clube dos 13. "Não precisamos do Clube dos 13 para negociar com as emissoras", afirmou o cartola, que viu seu discurso ser abraçado por Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense, que também pretendiam acertar seus contratos de transmissão diretamente com as emissoras, sem a intermediação de ninguém.
Esses clubes alegavam que sem o Clube dos 13, poderiam obter contratos mais rentáveis.
A proposta da RedeTV! pelo Brasileirão
Em março de 2011, Fábio Koff (1931-2018) anunciava que a RedeTV! vencera a licitação pelo Campeonato Brasileiro 2012-2014 pela bagatela de R$ 1,54 bilhão, cerca de R$ 516 milhões anuais, sendo R$ 300 milhões adiantados.
A emissora paulista foi a única a ter participado do processo licitatório. Àquela altura, assim como a Globo, a Record também planejava ir diretamente bater na porta dos clubes e negociar os direitos de transmissão separadamente.
A vitória da RedeTV! não teve valor prático, já que todos os clubes precisariam assinar um documento cedendo seus direitos de transmissão para a emissora, o que não aconteceu.
Andrés Sanchez mudou a história do futebol na TV
O processo de dissolução do Clube dos 13 vinha sendo ensaiado desde 2010. Tudo porque Kléber Leite, que já havia presidido o Flamengo, era o candidato de Sanchez para estar à frente do Clube dos 13, o que não aconteceu. Ele perdeu para Fábio Koff.
A partir daquele ano, os direitos de transmissão seriam negociados de forma separadas por plataformas: TV aberta, fechada, pay-per-view e internet.
Depois do Corinthians, o primeiro a deixar o Clube dos 13, saíram os já mencionados Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; depois, Coritiba, Cruzeiro, Santos, Sport e Bahia, até que os próprios apoiadores de Koff sucumbiram, como o Atlético-MG, Athletico Paranaense, São Paulo e Palmeiras.
A postura da Globo em sair correndo do processo licitatório para procurar os clubes individualmente soou como antidemocrática, pois burlava a livre concorrência. Ao passo que a demora da Record em fazer o mesmo (sua proposta era de R$ 912 milhões) foi determinante para que ela perdesse essa batalha de lavada. O Atlético-MG foi o último clube a assinar com a Globo.
De lá pra cá, o modelo de negociação se manteve, e mais recentemente, com a concorrência do Grupo Turner na TV fechada, para os canais Esporte Interativo, que acabaram.
O atual contrato do Brasileirão é válido até 2023.