Em 2000, Tom Cavalcante demorou um ano para estrear programa na Globo
Tom Cavalcante demorou dois anos até ganhar um programa seu
Publicado em 22/02/2020 às 10:25
Em alta no final dos anos 1990 como o Ribamar de Sai de Baixo e com enorme potencial para ter um programa para chamar de seu na Globo, Tom Cavalcante começou a desenhar seu Megatom ainda no primeiro semestre de 1999.
As gravações do programa, que inicialmente seria apresentado nas noites de sábado - numa disputa que o Zorra Total acabou vencendo -, começaram em abril de 1999 em São Paulo. Ao jornal O Globo, o humorista admitiu que foram dois anos no aguardo de ter uma atração sua.
Algumas semanas após o início das gravações, Tom Cavalcante, depois de participar do Sai de Baixo, se despediu da plateia, acreditando que daria um tempo do humorístico para se dedicar somente ao Megatom. A Globo não gostou nada da precipitação de Tom e o puniu, suspendendo o projeto de seu programa.
Logo depois, aceitou as desculpas do humorista, que diz ter pecado pela "inexperiência" em se despedir do público no teatro onde o Sai de Baixo era gravado.
Dezenas de personagens
O programa foi desenvolvido por um ano e deslocado para as tardes de domingo, sofrendo uma série de ajustes para se adequar ao horário. O Megatom foi ao ar em 20 de fevereiro de 2000 com mais de 20 personagens.
O objetivo era fazer com que a audiência da Globo se distanciasse do SBT, que naquela época surfava no primeiro lugar com os games de Silvio Santos e o Domingo Legal, de Gugu Liberato (1959-2019).
O investimento da Globo foi alto. Cada episódio do Megatom custava, em média, US$ 60 mil. Elogiado pela imprensa e público, o primeiro programa cravou 32 pontos de média, vencendo Gugu. E ajudou Faustão no Ibope.
Megatom era o típico programa de esquetes, montado para destacar as habilidades de seu protagonista.
Atritos na equipe
Ainda que Tom Cavalcante tenha conseguido a proeza de bater Gugu no SBT, o Megatom passou por atritos na equipe.
A equipe de redação, que era coordenada por Claudio Paiva, queria priorizar esquetes, enquanto a direção chefiada por Maurício Tavares manifestava o desejo de investir em musicais e quadros de imitação.
O Megatom saiu no ar em maio de 2001 por conta dos campeonatos estaduais e não retornou mais à programação da Globo. Em 2004, Tom Cavalcante migrou para a Record, num negócio que surpreendeu o mercado.