Iza critica meritocracia e detona: "Eu estar na TV não significa que o racismo acabou"
Cantora participou do Domingão do Faustão
Publicado em 12/01/2020 às 19:00
Em participação no Domingão do Faustão deste domingo (12), a cantora Iza aproveitou o espaço para criticar a meritocracia defendida em várias partes da sociedade e também não perdeu a chance de comentar sobre racismo ao afirmar que atualmente ela se vê muito mais representada nos lugares do que quando criança.
As afirmações sobre temas polêmicos aconteceram durante bate papo com o apresentador Fausto Silva que questionou a respeito do racismo e Iza explicou que ela não sofre. "Hoje eu considero assim, que eu to numa posição muito privilegiada, sabe? Porque eu não estou mais andando, por exemplo. Eu lembro que eu ia para o trabalho e eu acho que aqui todas as mulheres passaram por isso. Quantas vezes a gente é cantada indo para o trabalho", iniciou.
"Hoje, por conta da minha profissão, a questão do assédio, a questão do preconceito, do racismo, fica velada. Não some, ne? Mas fica velada. As pessoas têm aquele receio, sabe? De se expressar como, talvez, elas gostariam. Mas eu estar numa capa de revista, na TV, não significa que o racismo acabou, ne?", explicou ela.
Iza foi além e continuou falando do tema. "Mas não é porque eu não sofro que eu vou dizer que o racismo não existe. Existe e a gente precisa falar sobre ele. É preciso ocupar espaços para acabar com isso no Brasil", defendeu ela ao levantar a bandeira da representatividade.
Sem medo de ser criticada, a jurado do The Voice insistiu no tema. "Quando eu era criança, eu sempre queria me ver na televisão e hoje eu vejo muito mais de mim nos lugares. Isso se chama representatividade. A gente precisa se ver nos lugares pra saber que a gente pode estar onde a gente quiser" cravou.
Iza critica meritocracia
Ainda levantando opiniões sobre temas controversos, a cantora aproveitou o espaço e criticou a meritocracia. "Quando falam de meritocracia eu fico muito chateada, na real. Porque os caminhos e as oportunidades nunca foram as mesmas", contou ela.
"Existe uma lacuna social de oportunidades e de preenchimento de vagas que é muito grande, sabe? É bom deixar para as pessoas que contratam, que recrutam funcionários: que vocês olhem para nós. Não só para nós, mas para todos como pessoas capazes de fazer qualquer coisa", encerrou.