Record encomenda estudo para abandonar terceirização e voltar a produzir suas novelas
Emissora terceirizou todas as suas produções a partir de 2015
Publicado em 01/08/2019 às 04:50
A Record pode abandonar a parceria com produtoras independentes para levar ao ar suas novelas, séries e minisséries. É que a emissora encomendou um estudo de viabilidade para confirmar se a terceirização deste serviço é mesmo mais barato do ponto de vista financeiro.
Segundo apurou o NaTelinha, a sugestão partiu do departamento jurídico da emissora da Barra Funda, que entende ser o momento de voltar com as produções próprias sem a necessidade de terceirizá-las. O departamento alega que, com a nova lei trabalhista, os custos com pessoal cairiam consideravelmente.
A Record abandonou a produção própria e até alugou o Recnov, espaço onde funcionavam seus estúdios de dramaturgia, em 2015 e entregou para diferentes produtoras suas obras mais recentes. À época da mudança a justificativa foi de que, com a terceirização, o canal diminuía a folha de pagamento, além de evitar problemas futuros com ações trabalhistas.
Acontece que, ainda na gestão de Michel Temer, a legislação foi alterada e a relação entre patrão e empregado mudou sensivelmente no Brasil. Diante disso, o departamento jurídico acredita que não faz mais sentido manter as produções da dramaturgia nas mãos de produtoras independentes. Quem está a cargo do estudo, no entanto, é o setor financeiro, responsável por verificar se haverá mesmo economia.
Fontes na cúpula da Record garantem que a decisão será meramente matemática e pensando em economia. É que a relação entre emissora e produtoras sempre foi muito boa, com pequenas exceções. Segundo esses relatos, o canal está muito satisfeito com o modelo e, inclusive, mantém sintonia fina com a atual produtora de “Jezabel”, a Formata.
O estudo, embora encomendado, ainda não está pronto e não há nenhum movimento oficial da emissora visando cancelar o contrato com as produtoras. Caso a Record decida retomar suas produções, isso deverá ocorrer apenas daqui há dois anos, após levar ao ar “Gênesis” e “Atos dos Apóstolos”, além das próximas tramas das sete.
A nova legislação trabalhista permite que atividade meio também seja via contrato PJ (Pessoa Jurídica) e isso pode diminuir os custos com contratos de técnicos e profissionais como cenógrafos, câmeras, editores, entre outros. Sem as despesas como previdência, férias e décimo-terceiro salário, a emissora pode garantir economia, mesmo se comparado à terceirização da produção
Vale lembrar que quem está utilizando o Recnov atualmente é a Casablanca. Desde 2015, a produtora paga R$ 5 milhões anuais pelo espaço e o contrato de aluguel é válido até dezembro de 2020.
Procurada pelo NaTelinha, a Record negou que pretenda acabar com as parcerias de terceirização. "Não houve nenhuma encomenda de estudo neste assunto. A próxima novela 'Amor sem Igual', que substitui 'Topíssima' e já está em pré-produção, e as próxima novelas em 2020 serão gravadas no complexo da Casablanca, no Rio de Janeiro".