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Série polêmica sobre "Os Trapalhões" vai despertar perplexidade e choque, avisa diretor

Documentário com os bastidores de "Os Trapalhões" vai revelar puxada de tapete no grupo


Os Trapalhões
Divulgação

A história e os bastidores polêmicos, ainda inéditos, de "Os Trapalhões" serão contadas no documentário de cinco episódios "Trapalhadas Sem Fim", dirigido por Rafael Spaca, 38. Em fase de pós-produção e sem data de estreia na TV, de acordo com ele, a série despertará ao público perplexidade e choque.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Rafael conta que gravou 62 depoimentos num total de 70 horas de material bruto. Além de antigos funcionários do quarteto, diversos artistas participaram do documentário, entre eles Lucinha Lins, Supla, Tony Ramos, Caetano Veloso, Angélica, Fábio Jr, Christina Rocha e Ney Matogrosso.

"Vamos dizer que 80% foram extremamente elogiosos, com recordações bacanas e tal; agora, tem o outro lado que tem uma veia mais crítica que revela nuances do grupo. A questão da convivência e do próprio Renato (Aragão). Sempre sai na imprensa que ele não gosta disso ou daquilo; o documentário tem pessoas se expondo e mostrando se já saiu por aí corresponde ou não com a verdade. O Renato gosta de ser chamado de Didi? Tem uma pessoa que trabalhou com ele que vai responder essa questão. Os Trapalhões se davam bem entre eles? Por que o Renato ficou rico e outros pobres? O Zacarias morreu de quê? Todas as boatarias,  folclores e todos os mitos relacionados aos Trapalhões estão sendo abordados", revela o diretor.

Rafael Spaca pesquisa sobre a história de "Os Trapalhões" há cerca de oito anos e a ideia de produzir o documentário surgiu depois de escrever dois livros sobre o grupo: "O cinema dos Trapalhões pra Quem Fez e Quem viu", em 2016, e "As HQs dos Trapalhões", de 2017.

Puxada de tapete em "Os Trapalhões"

Série polêmica sobre \"Os Trapalhões\" vai despertar perplexidade e choque, avisa diretor

"Teve puxada de tapete (nos bastidores dos Trapalhões). Essa é a grande questão. A gente vai chocar o público. Eu fico imaginando o que vai causar em quem assistir. Tudo que eu vi sinto que vai causar perplexidade aos fãs. Entre os quatro não tinha ninguém ingênuo. Só que o Renato, como líder do grupo, podia ter feito mais por eles, ter sido mais generoso e leal. Eu digo leal no sentido que ele teve um período, isso tá documentado e registrado porque tem uma pessoa que viu, que o Renato não foi tão generoso e tão leal como companheiro de trabalho", aponta Rafael, que promete detalhar as divergências financeiras que culminaram na ruptura do grupo em 1983.

E completa: "Aquilo lá trabalhava como uma orquestra ou banda. O Renato não sabe fazer humor sozinho, ele próprio já disse que precisa da escada. Como ele precisava muito daqueles três o Renato podia ter sido mais leal e generoso. Você imagina como era a divisão de lucros? Quantos por cento para o Renato e para os outros? Você vai cair pra trás quando assistir esse documentário. Por isso que estou falando sobre essa questão da generosidade".

Para o diretor, quem tem formação em rádio e TV, a relação de amizade entre eles nunca mais foi a mesmo depois que Didi, Dedé, Mussum e Zacarias retomaram a parceria após a separação. "Aceitaram por que não tinha como. Era melhor algo do que não ter nada", adianta.

Rafael Spaca lamenta que Renato Aragão não tenha aceitado participar do "Trapalhadas Sem Fim". "Até para uma forma de contrapor o que está sendo dito por algumas pessoas", explica. Além disso, Spaca diz que só irá conversar com Dedé Santana se o líder do grupo voltar atrás na decisão.

"O Renato não viu ainda o documentário, mas eu tenho notícias de que ele tá com raiva de mim. Eu não sei como ele conseguiu fazer esse juízo sem saber como é o documentário", questiona.

Sem revelar valores, Rafael Spaca conta que bancou toda a produção sobre o grupo e classifica o projeto como "cinema raiz". "Andávamos de Metrô, BRT e ônibus com o equipamento no Rio. Tudo era contado".

Ainda sem data de estreia, ele tem uma carta de intenção da TV Cultura para exibir os cinco episódios de "Trapalhadas Sem Fim". Mas Spaca ainda pretende negociar com outras emissoras na TV aberta, paga ou streaming.

O formato circense de "Os Trapalhões" estreou na TV Excelsior em 1966 com o nome "Os Adoráveis Trapalhões". Depois de uma passagem pela Record, foi na TV Tupi, em 1974, que aconteceu a famosa formação: Renato Aragão (Didi), Manfried Sant´anna (Dedé), Antonio Carlos (Mussum) e Mauro Gongalves (Zacarias).

Um ano depois, migraram para a Globo, onde atingiram seu auge. O  programa humorístico ficou sendo exibido por 18 anos, aos domingos.

"O Renato Aragão é humano como todos nós. Eu estou humanizando a figura dele. ‘Trapalhadas Sem Fim’ vai mostrar que os quatro tinham várias camadas e nuances. Eram geniais, incríveis, sensacionais, mas também tinham suas fragilidades e cometeram alguns erros como todo mundo", completa o diretor.

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