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Band deve ser o novo canal parceiro da Disney no Brasil

Disney deixou o SBT no final de agosto, após três anos


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Divulgação

Após a Walt Disney Company não renovar contrato que durou três anos com o SBT, a disputa para atrair o dinheiro e o conteúdo qualificado do conglomerado de mídia se tornou um leilão de vantagens protagonizado pela Band e RedeTV!.

Conforme adiantou o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, os representantes dos dois canais brasileiros estiveram nas últimas semanas na Argentina, negociando o contrato com a empresa norte-americana.

Porém, segundo fontes do mercado ouvidas pelo NaTelinha, a Band deve ser a nova emissora que exibirá o conteúdo do grupo Disney no país, a partir de 2019. As conversas entre as duas empresas estariam bem adiantadas e o anúncio é aguardado para os próximos dias.

No leilão de vantagens que se tornou a disputa pela Disney, a Band ofereceu faixas no período matutino, vespertino e seu grande trunfo: no horário nobre, que foi tão cobiçado pela Disney na antiga parceria com o canal de Silvio Santos.

Diferente da RedeTV!, que tem seu prime time diário já desenhado, a Band está atravessando uma reformulação integral. Ou seja, a programação que a emissora do Morumbi irá formatar para 2019 será baseada no motor que será essa nova parceria de conteúdo.

Band deve ser o novo canal parceiro da Disney no Brasil

Na costura do acordo com a Band e o grupo americano, existiria também a possibilidade de parcerias de produções, nos mesmos moldes que o SBT fez com a Disney no recente seriado teen, "Z4".

Também conta a favor do Grupo Bandeirantes de Comunicação o fato do canal já atingir uma audiência, em sua média-dia, superior a da RedeTV!. De acordo com a Kantar Ibope SP, de segunda a sexta entre 7h e meia-noite, a Band atinge médias de 2,5 a 2,8 pontos, contra 0,6 a 1 de média da concorrente. Para a vitrine que a Disney busca em torno da sua marca no Brasil, esse fator é visto com destaque.

RedeTV!

O NaTelinha apurou que nas rodadas de conversas entre a empresa do Mickey e os representantes da RedeTV! na Argentina, a emissora brasileira teria ofertado o espaço de seis horas diárias, dividida em três blocos. Horários que atualmente são ocupadas por concessionárias.

Na proposta inicial, dentre algumas variações, os programas e desenhos da Disney ocupariam de duas horas a três horas da programação no período da manhã e o restante na faixa da tarde.

Em conversa com fontes envolvidas, para a RedeTV! seria um excelente negócio. Além de manter o faturamento mensal no azul, qualificaria suas faixas e teria fôlego para sair do traço, ao mesmo tempo, suas chances de ultrapassar a Band na média-dia da audiência seriam maiores.

Além da desvantagem de um Ibope menor, outro fator contra a RedeTV! está relacionado a divergências do passado, em torno do seriado "Donas de Casa Desesperadas", que foi produzido e exibido pela emissora numa parceria com a Disney em 2007.

SBT

Alguns motivos teriam contribuído para a Disney não renovar seu contrato milionário com o SBT, no fim de agosto.

De acordo com pessoas ouvidas pelo NaTelinha, um deles seria o fato de Silvio Santos ter proposto um alto reajuste no novo acordo, que estaria atrelado ao dólar.

Seus emissários, dentre outras alegações, disseram que diante do aumento da moeda americana no mercado brasileiro, o impacto do aumento no caixa da Walt Disney Company Brasil seria, de certa forma, amenizado.

Mas os executivos da Disney não teriam concordado em pagar um valor superior para ter as mesmas duas horas diárias do "Mundo Disney" na faixa matutina. Além disso, a Disney teria mostrado interesse de uma hora no primetime do SBT e a parceria ser estendida também para a área comercial, opções rejeitadas pela emissora de Silvio Santos.

O SBT teria feito uma contraproposta, manteria o mesmo valor, porém, sem as duas horas do domingo, dia estratégico comercialmente na emissora. Mas a proposta também foi recusada.

Durante as conversas, o conglomerado de mídia americano se mostrou interessado em uma sociedade com o canal aberto de Silvio Santos, que atualmente é permitida por lei em até 30% para grupos estrangeiros, segundo notícia publicada pelo jornalista Ricardo Feltrin.

Mas sem chegar ao um denominador que julgassem vantajoso para ambos, as empresas decidiram encerrar uma parceira milionária e inédita na TV aberta do país, que existia desde 2015.

Disney

Para a Disney, ter sua presença na TV aberta brasileira seria uma estratégia de disseminar seu conteúdo para diversas plataformas no país, fortalecendo sua marca.

No Brasil, o conglomerado de mídia e seus produtos estão presentes, principalmente, em rádios, internet e TV paga. Com a antiga parceria com o SBT, os estúdios Disney detinham um espaço diário em um canal de televisão aberta que penetrava 95% dos lares brasileiros.

Outra vantagem: todas as inserções comerciais que eram exibidas durante o bloco "Mundo Disney" eram vendidos no mercado publicitário pela empresa do Mickey com um leque de opções de plataformas ou todas juntas.

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