Senador

Família, salário e queda nas pesquisas teriam feito Datena repensar candidatura


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Divulgação

Cinco dias após deixar o comando de seu programa na Band para ser candidato ao cargo de senador por São Paulo, José Luiz Datena surpreendeu o público com a possibilidade de rever sua decisão.

De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem do NaTelinha, três fatores teriam contribuído para a indecisão de Datena em voltar ou não à TV no último domingo (08) e abandonar definitivamente suas pretensões políticas nas próximas eleições.

O primeiro ponto seria a pressão familiar. O próprio apresentador já tinha relatado essa questão em entrevista à coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo na última quinta-feira (05).

“A mulher (Matilde) não dorme, chora o dia inteiro pedindo que eu desista. O filho [Joel] diz o tempo todo: ‘Ô pai, para com isso’. O outro filho, Vicente, também não quer. É difícil. É um jogo contra dentro de casa”, contou o apresentador.

O segundo fator foi a questão financeira. Sendo o artista mais bem remunerado da Band, Datena recebe mensalmente valores torno de R$ 300 mil. Atualmente, o salário de senador federal está fixado em pouco mais de R$ 33 mil, ou seja, representa aproximadamente 11% do que ganha na televisão.

Com seu alto padrão de vida e muitos compromissos assumidos, a dúvida seria como Datena sobreviveria com essa redução drástica em seus proventos pelo próximos quatro anos.

Pela lei, o jornalista poderia até retornar ao comando do "Brasil Urgente" após as eleições, mas como senador, teria que permanecer ao menos na terça, quarta e quinta-feira em Brasília. Com esse cenário, buscando conciliar sua vida política com a artística, teria que se ausentar da apresentação do policialesco da Band ao menos nesses três dias.

Com isso, pode existir a possibilidade do seu salário ser reduzido na mesma proporção com que diminui seus serviços prestados à televisão da família Saad.

A queda de 10 pontos percentuais na intenção de votos entre uma pesquisa divulgada em abril e outra em junho também pode ter contribuído para o apresentador repensar sua intenção de ser candidatar como senador.

Segundo pesquisa do Ibope em abril, contratada pela Band antes de sua confirmação nas eleições em outubro, Datena tinha 33% da preferência e liderava a corrida eleitoral, seguido por Eduardo Suplicy, com 32%, e Marta Suplicy, com 25%.

Porém, três meses depois, já com o anúncio da sua candidatura, Datena caiu de forma vertiginosa em nova pesquisa, também contratada pela Band e divulgada no dia 29 de junho.

Nela, o comunicador obteve 23% das intenções de voto, contra 29% de Eduardo Suplicy e 22% de Marta Suplicy. Ou seja, uma queda de 10% entre duas pesquisas do mesmo instituto e separadas pelo período de apenas três meses. Essa pontuação poderia ter assustado Datena e seus correligionários do DEM, partido em que é filiado.

Segundo fontes, até o dia 5 agosto, prazo final para as convenções partidárias definirem seus candidatos, ainda pode ocorrer uma nova reviravolta na intenção de Datena em concorrer ao senado por São Paulo.

Enquanto isso, a Band definiu que Joel Datena substitui seu pai no comando do diário "Brasil Urgente" e no semanal "Agora é Domingo". Netinho de Paula também foi convocado para assumir três horas do dominical que pertencia a Datena.

No programa de estreia na Band, Netinho de Paula marcou apenas 0,6 ponto de média, e em seguida, Joel Datena atingiu 1,8 pontos na audiência, segundo dados consolidados da Kantar Ibope na Grande São Paulo.

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