Que loucura

PM invade UTI e prende médica que se recusou a divulgar boletim de policial internado

Policiais invadiram uma UTi para prender a médica


carro da PM
PM invadiu UTI para prender médica que não havia cometido crime - Foto: Reprodução/Internet

Em São Paulo, no domingo (1º de outubro), uma médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ipiranga, localizado na zona sul da cidade, foi detida por policiais militares sob a acusação de desacato. A prisão ocorreu após ela se recusar a fornecer informações sobre o estado de saúde de um colega que estava internado na unidade.

Segundo testemunhas entrevistadas pela TV Globo, uma equipe da Polícia Militar foi até o hospital para obter informações sobre o policial aposentado que havia sido admitido na UTI. Eles solicitaram o boletim médico, mas a médica se negou a fornecer as informações, alegando que era fora do horário de visitas e que o procedimento do hospital exigia que o boletim fosse entregue apenas aos familiares.

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Como resultado, os policiais prenderam a médica dentro da UTI e a conduziram ao 17º Distrito Policial. A médica declarou em uma entrevista à emissora que foi algemada e retirada da UTI, deixando os pacientes sozinhos por algum tempo, enquanto estava sob custódia.

De acordo com o boletim de ocorrência divulgado pelos policiais, a acusação de desacato se deve ao fato de a médica supostamente ter atirado um documento no rosto de um tenente da PM.

O Hospital Ipiranga lamentou o incidente e anunciou que oferecerá apoio integral à médica envolvida no caso. A instituição explicou que, de acordo com a legislação, as informações médicas só podem ser compartilhadas com familiares, responsáveis legais ou mediante ordem judicial.

Conselho reclama de truculência da Polícia

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) destacou a importância dos médicos seguirem seus deveres éticos, incluindo o sigilo e a confidencialidade, conforme estabelecido pelo Código de Ética Médica. O Cremesp também declarou que apoiará a médica, que agiu de acordo com suas prerrogativas éticas e não deve ser coagida a violar o decoro profissional.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que está investigando a conduta dos policiais envolvidos no incidente e repudiou veementemente o ocorrido, enfatizando que os fatos relatados não estão em conformidade com os valores e o treinamento da instituição policial.

Até o momento, a Secretaria da Saúde do estado não respondeu às solicitações da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações e esclarecimentos.

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