Outros tempos

Há 30 anos, Globo deu série especial só para Regina Duarte

Hoje detonando a emissora, atriz foi a estrela de Retrato de Mulher, programa concebido para ela


Regina Duarte na série Retrato de Mulher, exibida na Globo em 1993
A cada episódio de Retrato de Mulher, Regina Duarte aparecia caracterizada como uma nova personagem - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 20/04/2023 às 04:45,
atualizado em 20/04/2023 às 15:38

Quem vê Regina Duarte detonando a Globo nas redes sociais pode não se lembrar ou nem mesmo acreditar, mas a atriz foi a queridinha número 1 da emissora. Há exatos 30 anos, em 20 de abril de 1993, o canal lançou com certo entusiasmo a série Retrato de Mulher, que colocava fim às férias da então Namoradinha do Brasil, fora do ar havia três anos.

Depois de emplacar sucessos nas novelas – a última tinha sido Rainha da Sucata (1990) –, Regina Duarte passou um tempo longe da televisão. A série de 1993 foi pensada especialmente para ela, um projeto concebido em parceria com o roteirista Doc Comparato e o diretor Del Rangel, e teve o título provisório de Profissão: Atriz.

O piloto foi ao ar como especial de fim de ano em 1992 e contou com a participação de Bibi Ferreira (1922-2019), veterana no teatro e bissexta na TV. No ano seguinte, episódios mensais passaram a ser exibidos na Terça Nobre. Entre os diferenciais, a produção era em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tradicionalmente é feita a dramaturgia da emissora.

A exaltação a Regina ficava evidente desde a abertura, que trazia fotos de diversos momentos da vida da artista ao som de O Lado Quente do Ser, na voz de Maria Bethânia. A cada episódio, a atriz aparecia em frente a um espelho, se arrumando, e apresentava a personagem a que daria vida naquele dia, sempre envolvida por um drama do universo feminino.

Série da Globo com Regina Duarte foi criticada na imprensa em 1993

Retrato de Mulher sofreu fortes críticas na imprensa. Foram inevitáveis as comparações com Malu Mulher, outra atração estrelada pela atriz e que se tornou um marco nos anos 1970. O tom feminista da primeira série havia cedido espaço ao “puro conformismo e elogio cristalizado do mundinho pequeno-burguês”, segundo análise de Marília Martins no Jornal do Brasil.

Já um texto publicado na Folha de S. Paulo, em maio de 1993, disse que a série “torturava o público”. O jornalista Luiz Caversan questionou: “como Regina Duarte teve coragem de deixar ir ao ar uma coisa tão ruim?”. O episódio detonado flertava com o humor e acabou sendo “uma catástrofe”, do roteiro à direção, na opinião do crítico.

Autores hoje renomados, como Maria Adelaide Amaral, Ricardo Linhares e Walcyr Carrasco, assinaram algumas histórias. Exibido nas noites de terça-feira, o programa deu boa audiência – chegando a registrar 49 pontos na Grande São Paulo; a média da então novela das oito, Renascer (1993), era de 60. A atração saiu do ar em dezembro daquele ano, após nove episódios.

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