Opinião

"Aberração", diz deputado Paulo Alexandre Barbosa sobre PEC da Blindagem

Parlamentar afirma que o projeto é um atentado contra a democracia e promove a impunidade


Deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa - Foto: Divulgação
Deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa - Foto: Divulgação
Por Redação NT

Publicado em 20/09/2025 às 16:56,
atualizado em 20/09/2025 às 17:18

A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana, com 344 votos favoráveis, uma Proposta de Emenda à Constituição, a chamada PEC da Blindagem, que proíbe a abertura de ações criminais contra deputados e senadores sem autorização do Parlamento.

Apenas 133 parlamentares foram contrários à medida, entre eles o Deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), o único representante da Baixada Santista a dizer não à PEC.

A proposta prevê mudanças na Constituição para que processos contra deputados e senadores só possam avançar na Justiça com a autorização do Legislativo, incluindo casos de corrupção, desvio de verbas ou outros crimes graves. Além disso, o texto retoma o voto secreto nas decisões sobre prisões em flagrante por crimes inafiançáveis, como racismo ou tráfico de drogas.

Convicto de seu posicionamento, o deputado ressalta que o país precisa de mais transparência e a PEC só beneficia quem tem algo a esconder.

“Essa PEC amplia privilégios e cria uma barreira contra o combate à corrupção. Com ela, para mim, os políticos assumem o papel de juiz, porque passam a decidir sobre os próprios processos, quando deveriam responder perante a Justiça como
qualquer cidadão. Votei contra porque não aceito esse tipo de blindagem, que só serve para proteger quem tem algo a esconder. O Brasil precisa de mais transparência e punição para criminosos, todos eles, e não de mecanismos que incentivam a impunidade”, ressaltou o parlamentar.

\"Aberração\", diz deputado Paulo Alexandre Barbosa sobre PEC da Blindagem

Segundo Paulo Alexandre, esse formato já existiu até 2001 e se mostrou ineficaz, pois apenas uma solicitação foi aprovada diante de 253 pedidos feitos pelo Supremo para processar parlamentares.

“A experiência mostrou que esse sistema é feito para engavetar processos e livrar a cara de quem comete crime. É um enorme retrocesso e uma afronta ao povo brasileiro, que exige ética daqueles que elegem e respeito às instituições”, completou.

Agora, o deputado espera que o Senado não avance com o projeto. Ele ainda ressaltou seu compromisso de continuar combatendo privilégios e defendendo a igualdade.

“Nosso mandato vai continuar lutando para que ninguém esteja acima da Justiça. É o mínimo que se espera de um país que quer ser sério e combater a corrupção”, finalizou.

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