Travessia estreia com promessa de pôr fake news na berlinda
Novela de Gloria Perez vai debater tema controverso
Publicado em 09/10/2022 às 08:00
A partir desta segunda-feira (10), a Globo estreia Travessia, a substituta de Pantanal na faixa das 9. Escrita por Gloria Perez, a novela vai ao ar com a promessa de colocar a mão num dos assuntos mais controversos do século XXI: as fake news. E a produção começa justamente num momento em que o tema vem sendo debatido à exaustão, por causa das .Eleições 2022 e com troca de acusações dos dois candidatos, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Substituir Pantanal não vai ser uma tarefa fácil. O remake da obra da Manchete em 1990 sai de cena tendo cumprido sua missão e resgatado o telespectador para o horário. E Travessia tem de enfrentar alguns problemas, além dos costumeiros viúvos da novela anterior. Ela entra no ar no final do ano, no início do calor, em plena disputa eleitoral. Ainda terá de enfrentar as festas de fim de ano e a Copa do Mundo.
Mas Gloria Perez dá de ombros para isso e avisou que vai debater um tema delicado. Brisa, a protagonista vivida por Lucy Alves, será vítima de uma fake news terrível por meio de deepfake. Alguém vai colocar o rosto dela no corpo de uma sequestradora de bebês e a mocinha é acusada de ser a criminosa, tendo sua vida destruída por uma brincadeira. A prática vem ganhando cada vez mais notoriedade e até Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional, foi vítima recentemente.
A história de Travessia
No interior do Maranhão cresceram Ari (João Bravo/Chay Suede) e Brisa (Mariah Yohana/Lucy Alves). Ele, filho adorado de dona Núbia (Drica Moraes), uma comerciante local que destinou todas as economias para dar ao menino condições de galgar um futuro melhor.
Já Brisa é uma jovem que cresceu órfã e tirou desta ausência forças para se tornar uma mulher determinada e batalhadora. Ela pulsa a cultura de seu estado: dança em rodas de Tambor de Crioula e se apresenta em grupos de Bumba Meu Boi. Não tem medo do trabalho, ganha a vida como lavadeira, e encara o que for preciso para garantir seu sustento.
Na adolescência, Ari e Brisa eram sinônimo de implicância mútua. Mas, aos poucos, o coração falou mais alto e eles engataram um romance. Puro e despretensioso. Pelo menos no início. As coisas aceleram quando eles descobrem que estão esperando um bebê.
Quem não gosta nada disso é Núbia. Para ela, o filho "estudado" e promissor merecia coisa melhor do que gastar com esse casamento o tempo e o dinheiro que poderia estar usando para ser um homem bem-sucedido na capital São Luís, onde se formou. .
A ideia da festa de casamento de Ari e Brisa parece simples, não fosse uma oportunidade que pode virar a vida do casal: uma chance de Ari viajar para o Rio de Janeiro. Lá, ele poderá investigar mais de perto os passos da construtora Guerra, que está planejando derrubar um dos casarões históricos do Maranhão e construir no lugar um moderno shopping center – projeto que ele está decidido a combater.
Mas a viagem, que tinha tudo para ser promissora, vira um imbróglio. Brisa, que apoia e confia nos planos de Ari, topa adiar a data do casamento, só que ele demora tempo demais em terras fluminenses e passa a dar cada vez menos notícias. Ela estranha o comportamento e, preocupada, decide ir atrás do "namorido".
Quando está na rodoviária de São Luís, prestes a embarcar, se vê em meio a uma grande confusão. Trata-se de uma deepfake. Um vídeo foi editado de maneira irresponsável, do outro lado do mundo, e o rosto de uma criminosa foi trocado pelo seu. O material viraliza nas redes sociais e, a partir deste momento, atravessa de maneira transformadora a vida da jovem.
Brisa sofre com a deepfake
Em Portugal, um grupo de jovens faz uma manipulação de imagem em um vídeo, trocando o rosto de uma mulher que corre com uma criança no colo, que identificam como uma sequestradora caçada pela polícia, por outro rosto escolhido de forma aleatória. É Brisa. E como na internet as coisas parecem se espalhar na velocidade da luz, a história ganha nas redes contornos mais dramáticos, sendo acrescentadas novas informações no boca-a-boca.
Prestes a pegar um ônibus com destino ao Rio de Janeiro para reencontrar seu amor, a maranhense é reconhecida na rua. Logo a informação se espalha e, em efeito cascata, Brisa é cercada. Há muita tensão e ela ainda não entende o que está acontecendo. Precisa sair daquela cena de terror.
É nesse momento que o destino de Brisa cruza com o de Oto (Romulo Estrela), um hacker, sem endereço fixo, meio nômade, que está em uma missão secreta em São Luís. Sua estada na cidade deve ser o mais invisível possível, por isso ele se assusta ao se deparar com aquele tumulto no meio da rua. Além dos ânimos inflamados das pessoas, já há policiais no local e até emissora de televisão fazendo a cobertura. Oto precisa sair dali rápido e sem chamar atenção. Ele consegue escapar, mas não tem ideia da "surpresa" que está levando consigo: Brisa se esconde no porta-malas do carro de Oto e o pesadelo de ambos começa.
Quem é quem em Travessia
Brisa (Lucy Alves)
Batalhadora e independente, Brisa (Lucy Alves), que é órfã, mora no interior do Maranhão com o noiv e o filho deles. Forte e aguerrida, ela é lavadeira e dança em grupos de Tambor de Crioula e Bumba Meu Boi. Não foge a qualquer trabalho que garanta o sustento e a felicidade de sua família.
Ari (Chay Suede)
Inteligente e idealista, ele é o filho de Núbia (Drica Moraes). Estudou em São Luís, mas sempre passava as férias no interior, com a mãe. Prestes a se casar com Brisa, com quem tem um filho, Tonho, viaja para o Rio de Janeiro para recolher provas contra a demolição de um casarão histórico de São Luís. Com seu professor e grande mentor, Dante (Marcos Caruso), Ari luta pela preservação do patrimônio histórico e cultural do Maranhão.
Oto (Romulo Estrela)
Hacker, trabalha com Moretti (Rodrigo Lombardi) e é o homem de confiança do empresário. Leal, direto. Sem endereço fixo, leva uma vida um pouco nômade: vai para onde seu trabalho exigir, não tem grandes amarras que o prendam a qualquer lugar.
Núbia (Drica Moraes)
Mãe de Ari (Chay Suede), tem um comércio no interior do Maranhão, onde vive. Mulher trabalhadora, de classe média, depositou todas as economias que conseguiu com o trabalho na educação e criação solo do filho único, e enxerga nele a possibilidade de ascensão que sempre sonhou. Encrenqueira, vaidosa, deslumbrada, ambiciosa.
Dante (Marcos Caruso)
Professor humanista e profundo conhecedor da história do Maranhão. É o mentor de Ari (Chay Suede) e enxerga o "discípulo" como seu sucessor na luta pela preservação do patrimônio histórico de São Luís.
Guerra (Humberto Martins)
Astuto, explosivo e ágil, o empresário carioca é dono de uma construtora que herdou do pai. Seu atual principal projeto é ganhar a licitação da venda de um dos casarões da zona histórica de São Luís para construir um moderno shopping center. É pai da mimada Chiara (Jade Picon), que ele esconde ser filha biológica de seu arqui-inimigo, Moretti (Rodrigo Lombardi).
Chiara (Jade Picon)
Mimada e manipuladora, a jovem é acostumada a ter tudo o que deseja. Todos pensam que é filha de Guerra (Humberto Martins), mas seus pais biológicos são, na verdade, Moretti (Rodrigo Lombardi) e Débora (Grazi Massafera).
Cidália (Cassia Kis)
Assessora e aliada de Guerra (Humberto Martins) na construtora. É uma mulher objetiva. Independente, sofre os preconceitos que atingem a mulher que não quis se casar nem ter filhos. Tem no trabalho sua principal motivação. Sonha em se tornar sócia da empresa na qual trabalha desde que foi fundada, pelo pai de Guerra.
Débora (Grazi Massafera)
Débora é de origem humilde, mas se acostumou facilmente às mordomias que vieram junto com o noivado com o afortunado Guerra (Humberto Martins). Sabe de sua exuberância e não se importa de usá-la a seu favor. Acaba se envolvendo com Moretti (Rodrigo Lombardi) e engravidando. Pouco depois, sofre um acidente de carro, mas consegue dar à luz Chiara (Jade Picon). Participação especial na primeira fase da trama.
Helô (Giovanna Antonelli)
A delegada está de volta. Depois de um final feliz ao lado de seu amado Stênio (Alexandre Nero) em Salve Jorge (2013), ela retorna completamente remodelada. Ainda atuando como delegada, mas agora apurando casos de crime virtuais, a poderosa está solteiríssima após a milésima separação com o crush.
Stênio (Alexandre Nero)
Já o advogado continua do mesmo jeito como era em Salve Jorge. Completamente apaixonado por Helo, mas incapaz de afastar a profissão da relação dos dois. Tanto que volta a defender bandidos que a mulher prendeu e isso fez com que eles se separassem de vez.