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No ar em reprises, Bia Nunnes deseja retorno: "Estou com saudades da televisão"

Longe do vídeo há sete anos, atriz está em Amor com Amor se Paga e O Cravo e a Rosa, reapresentadas no Viva e na Globo, respectivamente


À esquerda, Bia Nunnes aos 26 anos em sua estreia em novelas, em Amor com Amor se Paga (1984); à direita, a atriz hoje, aos 63 anos
"A televisão permite ao ator um encontro com milhões de espectadores, com a possibilidade de reprises a qualquer tempo e lugar", reflete Bia Nunnes - Fotos: Reprodução

Bia Nunnes está no ar no Viva com a reprise da novela Amor com Amor se Paga (1984), que marcou sua estreia no gênero há 37 anos. A partir desta segunda-feira (6), ela também bate ponto na Globo com a reapresentação de O Cravo e a Rosa (2000). Afastada da TV há sete anos, ela não descarta um retorno à telinha. “Cá entre nós, estou com saudades da televisão”, revela, em entrevista exclusiva ao NaTelinha.

Os mais saudosos têm comemorado a chance de ver (ou rever) Amor com Amor se Paga, novela que fez sucesso na década de 1980 e só foi reprisada uma vez, em 1987. Na trama escrita por Ivani Ribeiro, Bia Nunnes é a romântica Elisa, filha do avarento Nonô Correia (Ary Fontoura). Foi o primeiro papel em novelas da hoje veterana atriz. “Elisa era uma jovem oprimida, romântica e amante da literatura, que descobre o amor e se liberta”, define a intérprete.

“Depois de uma década atuando nos humorísticos da Globo, receber o convite da emissora para mergulhar na teledramaturgia pelas mãos da grande Ivani Ribeiro, em uma novela baseada no clássico de Moliére [a peça O Avarento, de 1668], e tendo o prazer de contracenar com Ary Fontoura, Berta Loran, Yoná Magalhães, Carlos Kroeber, Wanda Kosmo, Chica Xavier, foi um ponto de virada na minha carreira naquele momento, pelo qual sou grata e reconhecida.”

Ela lembra que o modus operandi de se produzir uma novela era totalmente diferente na década de 1980. E também muito divertido. “Foi a minha primeira novela, e eu era acarinhada por todos. Há 37 anos, gravávamos nos estúdios do Jardim Botânico. Todas as novelas eram gravadas lá. Era sempre um grande encontro de elencos. Atualmente, avançamos em tecnologia e grandes estúdios.”

Muitas das cenas eram rodadas em Teresópolis (RJ), que servia para as gravações externas para o casarão que abrigava o núcleo principal da trama. “A rotina era puxada, mas quando o trabalho do dia era encerrado, nos reuníamos para jantar, contar casos, ler poesias e falar do trabalho e da vida, naquele friozinho da Serra.”

Papel de Bia Nunnes em História de Amor impulsionou exames preventivos de câncer de mama: “Ajudou a quebrar o tabu”

No ar em reprises, Bia Nunnes deseja retorno: \"Estou com saudades da televisão\"Bia Nunnes como Marta na novela História de Amor, de Manoel Carlos - Foto: Reprodução/Acervo Globo

Em O Cravo e a Rosa, que também retorna ao vídeo, Bia Nunnes interpreta Dalva, uma mulher madura e batalhadora, mas que não adormeceu para o amor. A atriz é mais lembrada pelo papel de Marta em outra novela das seis, História de Amor (1995). A personagem, melhor amiga da protagonista Helena (Regina Duarte), descobria um câncer de mama no decorrer da história.

“Marta me levou, como atriz, ao engajamento na luta pela conscientização das mulheres. E se hoje essa enfermidade é encarada com muito mais otimismo, colaborando imensamente em tantas curas, deve-se também àquela campanha”, opina a atriz. Na época, a abordagem acendeu um alerta e aumentou o número de mulheres preocupadas em fazer exames preventivos, segundo o Instituto Nacional do Câncer.

“Marta, uma jovem mãe e esposa da classe média brasileira, ao descobrir sua doença, tem sua intimidade revelada: exame de toque, consultas com o médico e o passo a passo do tratamento. Tudo isso ajudou a quebrar o tabu. Foi de grande contribuição para a conscientização das mulheres e da importância da medicina preventiva.”

 

Filha de pioneiro, atriz quer voltar para a TV: “Encontro com milhões de espectadores”

No ar em reprises, Bia Nunnes deseja retorno: \"Estou com saudades da televisão\"Ary Fontoura e Bia Nunnes contracenam como pai e filha em Amor com Amor se Paga - Foto: Reprodução/Acervo Globo

Filha do pioneiro Max Nunes (1922-2014), criador de alguns dos primeiros programas de humor na TV, a artista frequenta estúdios e camarins desde a infância. Seu último trabalho na TV foi na série Sexo e as Negas (2014), do amigo Miguel Falabella. Em novelas, o último papel fixo foi como a ardilosa Damiana de Aquele Beijo (2011), também de Falabella. Depois, dedicou-se mais às peças de teatro.

“Comecei muito cedo e tive a oportunidade de conviver com grandes mestres. No palco, me sinto segura, e minha alma, confortável. Um grande amigo e outro mestre, Ney Latorraca, tem um pensamento ótimo a respeito: ‘Se existe um lugar onde você não é alcançado pelas chatices do cotidiano, esse lugar é o palco!’”, destaca a atriz.

“A televisão permite ao ator um encontro com milhões de espectadores, com a possibilidade de reprises a qualquer tempo e lugar. Ainda que, com todas as tecnologias, o teatro possa ser registrado, ele é sempre do momento. Um encontro marcado com hora e lugar. E a relação do ator com o público ao vivo é pessoal e intransferível. Mas cá entre nós, estou com saudades da televisão.”

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