De sem espaço na TV a ativista política: Por onde andam as musas de Tieta
Atrizes fizeram muito sucesso com o público masculino na época
Publicado em 14/06/2020 às 08:00,
atualizado em 14/11/2023 às 16:19
Tieta (1989-1990) foi inserida no catálogo do Globoplay nesta semana e já é um dos grandes sucessos da plataforma de streaming. A trama de Aguinaldo Silva é uma das maiores audiências da história da televisão brasileira e sempre chama atenção por onde passa.
No fim da década de 1980 e início dos anos de 1990, muitas atrizes chamaram atenção por suas belezas, como é o caso de Betty Faria, Cláudia Ohana, Isadora Ribeiro, entre outras. Por conta disso, o NaTelinha mostra por onde anda essas musas.
Confira:
Isadora Ribeiro
Isadora nasceu em Curitiba e iniciou sua carreira em 1983, conquistando a admiração de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então diretor-geral da Globo, sendo escolhida para surgir no meio da água no encerramento da abertura do Fantástico. Ela se tornou a musa do emblemático vídeo clipe da revista eletrônica dominical, mas se queimou na gravação.
"Foi muito angustiante. Eu tinha que ficar quietinha, abaixadinha dentro da piscina até a água ficar espelho [parada]. Durante umas duas semanas foi a mesma coisa. Depois de um tempo falei que a água estava muito gelada e pedi para colocarem uma resistência. Acabei me queimando, encostei o braço na resistência", recordou em entrevista ao Superpop em 2017.
Em 1989, atuou em Tieta e polemizou ao aparecer nua na abertura e integrar o elenco como uma amante. A partir daí, foi convidada para realizar outros trabalhos como atriz, como Pedra Sobre Pedra (1992), Mulheres de Areia (1993) e Explode Coração (1995).
Em 2003, deixou a Globo e ficou um período longe dos folhetins. Seu retorno para as telenovelas ocorreu em 2010, quando assinou contrato com o SBT e fez parte de Uma Rosa com Amor, remake produzido por Tiago Santiago. No ano seguinte, esteve em Amor e Revolução, do mesmo autor.
Há oito anos longe da televisão, se tornou avó no ano passado aos 54 anos e atualmente vende presença virtual na pandemia. Em sua conta do Instagram, a musa dos anos 1980 tenta faturar ao ser mestre de cerimônia de reuniões e participações em aniversários.
Claudia Alencar
Com 69 anos, Cláudio começou sua carreira em 1964 e teve grande importância na luta conta a Ditadura Militar. Em 1972, foi presa e torturada por 20 dias pela Operação Bandeirantes (OBAN). Após ser solta, só voltou ao trabalho no mundo artístico em 1975, no teleteatro da TV Cultura.
Passou a atuar em novelas em 1976, pela TV Tupi e logo chegou a Globo. Em Tieta, foi a Mulher de Branco e arrancou suspiros dos homens que assistiam a trama de Aguinaldo Silva. Continuou na televisão durante anos após a produção e seu trabalho mais recente foi Rock Story (2017).
Em 2015, a atriz publicou uma foto caracterizada como Jesus Cristo e foi detonada nas redes sociais. "Coloquei para pedir paz e fui xingada de coisas horríveis. Só fui ousada. Nós, mulheres, temos que desbravar fronteiras", comentou.
Atualmente, ela se dedica aos livros, é artista plástica e, antes da pandemia, era figurinha presente nas praias do Rio de Janeiro. Em forma, ela é adepta a uma alimentação regrada e prática exercícios físicos frequentemente.
Luciana Braga
Com 57 anos, Luciana Braga tem uma carreira consolidada na televisão e está frequentemente integrando elencos de novelas. Sua estreia na TV foi em Sinhá Moça (1986), tendo papel de destaque na trama. Em Tieta, formou uma grande parceria com Cássio Gabus Mendes ao interpretar Maria Imaculada.
Com prestígio, teve papéis importantes e se destacou até no SBT, quando fez parte de Éramos Seis (1994). Ao retornar para Globo, enfrentou dois fracassos – Esperança (2002) e Bang Bang (2005), mas trabalhou em O Profeta (2006), um grande sucesso.
Com passagem de quase uma década na Record, voltou para Globo neste ano e fez participação especial em Éramos Seis como Zulmira. Casada com Maneco Quinderé, ela é mãe de uma menina chamada Isabel e voltou a estudar.
Betty Faria
Betty Faria é, sem sombra de dúvidas, a atriz mais bem sucedida da lista. Protagonista da novela, ela nunca escondeu que se sentia uma mulher bonita e teve muitos relacionamentos ao longo da vida, inclusive com Daniel Filho, ex-diretor de dramaturgia da Globo.
Após Tieta, Betty chegou a trabalhar em Portugal e também fez parte do elenco de Uma Rosa com Amor no SBT. Mas ela nunca perdeu o selo global e logo retornou para o canal, participando do sucesso de Avenida Brasil (2012) e A Força de Um Querer (2017).
Com muitos prêmios no currículo, Betty tem 79 anos e passou por um trauma no ano passado, quando seu filho com Daniel Filho se tornou alvo de investigação por supostamente está envolvido com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Na época, ela não quis se posicionar sobre o caso.
Recentemente, Betty se posicionou sobre a demissão de Regina Duarte do Governo Bolsonaro. "“A atriz que foi bonita, famosa, a namoradinha, se não trabalhar o ego, vai ficando magoada. Essa é a cilada. E quando aparece um trabalho que dá a chance de a pessoa aparecer, um trabalho em que ela se dá importância, acontece isso", afirmou.
Cláudia Ohana
Cláudia tem 57 anos e já foi uma das mulheres mais desejadas do país, posando para Playboy em duas oportunidades e se popularizando por mostrar pouca depilação. "Quando se fala em Claudia Ohana, a primeira imagem que vem à cabeça das pessoas é a de pelos, muitos pelos, pelos pra caramba!...Fui estereotipada", comentou em entrevista ao TV Fama em 2017.
Em sua participação no programa Amor & Sexo, em 2015, a atriz declarou que se depilava. "Eu me depilo, para frustração de muita gente", brincou.
Em Tieta, sua participação durou apenas na primeira fase, sendo a protagonista. Depois disso, fez sucesso em Rainha da Sucata (1990) e chegou ao seu auge ao ser protagonista de Vamp (1991), como Natasha. Em 1995, foi a musa de A Próxima Vítima e também de As Filhas da Mãe (2001).
Em 2017, ela teve um mal entendido com Ana Maria Braga e se desculpou ao vivo. "Eu errei muito. Queria te pedir desculpas, eu fui muito metida, vou pedir desculpas para o público também porque eu fui muito metida", declarou Cláudia para Ana Maria.
Com muitos trabalhos na carreira, sua última participação em novelas ocorreu em Verão 90 (2019). Meia irmã do autor João Emanuel Carneiro, é mãe de Dandara Guerra e avó de dois netos.
Luiza Tomé
Com 59 anos, Luiza Tomé ficou conhecida por ter uma forte personalidade e não ter muita cerimônia para falar o que pensa. Sua primeira aparição em novelas ocorreu em Dancin’ Days (1978) e logo foi conquistando seu espaço em outras produções.
Em Tieta, ela interpretou a teúda e manteúda de Modesto Pires (Armando Bógus), a personagem Carol. Seu trabalho encantou tanto Aguinaldo, que no ano seguinte foi chamada para Riacho Doce, depois Pedra Sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1994), A Indomada (1997) e Porto dos Milagres (2001).
Em 2006, fechou contrato com a Record e se manteve na emissora até 2017. Nesse tempo, ela tentou agredir a equipe do Pânico na TV e também se envolveu em polêmica com o autor Lauro César Muniz nas gravações de Máscara (2012). "Não é a primeira novela que faço do Lauro, mas com certeza será a última, me sinto humilhada. Ele não escreve pra mim! Me tira! É mais digno", afirmou na época.
Em 2018, ela reconheceu que se equivocou e pediu desculpas. "Fiquei muito triste, fiquei triste por ele. Eu me arrependi, depois pedi desculpa, pedi perdão várias vezes ao Lauro. Conversei por telefone, ele foi maravilhoso comigo", explicou no Superpop.
Ainda no mesmo ano, ela fez uma participação especial em O Sétimo Guardião e no ano passado foi uma das participantes da Dança dos Famosos. Foi casada por quase 20 anos com Adriano Facchini e é mãe de três filhos.
Tássia Camargo
Com 59 anos, Tássia Camargo sempre foi considerada uma mulher bonita, mas nunca fugiu de polêmicas. Sua carreira teve início no teatro na década de 1970 e seu primeiro grande sucesso ocorreu na minissérie Rabo de Saia (1984). Depois caiu na graça do público em O Salvador da Pátria (1989). Em Tieta, ela foi a personagem Elisa e posou para Playboy neste período.
Ela também foi a primeira apresentadora do Vídeo Show, em 1983, e logo foi considerada uma das principais promessas da Globo. Mas a atriz foi perdendo espaço na emissora ao longo do tempo e acabou indo para Record em 2006, tendo papel fundamental em Vidas Opostas, inclusive vencendo o Troféu Imprensa do ano seguinte, mas foi seu último trabalho na TV brasileira. Ela só retornou para os folhetins em 2019, em Portugal.
Mãe de três filhos, Tássia passou por um grande drama ao ver sua filha Maria Júlia morrer com apenas dois anos, vítima de rubéola. Ela procurou o Ministério da Saúde para que fosse feita uma campanha para conscientizar as pessoas sobre a doença, mas não obteve sucesso. É grande apoiadora do ex-presidente Lula e não poupa críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
"Saí do meu país chamado Brasil não apenas pela tranquilidade. Saí por não suportar mais o fascismo, sem generalizar. A esperança é a última a morrer, mas penso que com este retrocesso do atual governo desgovernado, levará mais de 30 anos para algo melhorar. Brasil este que, infelizmente, algumas pessoas acreditam ainda que o ex-presidente Lula não é um preso político", comentou em 2017 em entrevista para um portal de notícias de Portugal.