Nathalia Dill explica vilania de Fabiana e crava: "Ela nunca quis aquela vida de convento"
Em entrevista exclusiva, atriz não descarta mudança de sua personagem em "A Dona do Pedaço"
Publicado em 13/08/2019 às 06:50
Em “A Dona do Pedaço”, Nathalia Dill vem se destacando como Fabiana. Desde que deixou o convento onde foi criada, a ex-noviça vem dando um banho de esperteza e malandragem.
Durante bate-papo exclusivo com o NaTelinha, a atriz de 33 anos elogiou a personagem e confessou que tem se surpreendido com cada passo da vilã. “Fabiana é muito safa! Ela pensa rápido. Sem contar que é calculista”, analisa.
Para o papel, Nathalia buscou inspiração em alguns filmes com personagens de personalidade dúbia como, por exemplo, o clássico “A Malvada” (1950), estrelado pela saudosa Bette Davis, além de estudar muito o texto.
“Fabiana é um grande desafio!”, afirma. “Ela reage a cada pessoa que cruza o seu caminho de uma maneira específica. Em uma mesma cena, ela tem mil intenções e cada hora é de um jeito. Ela é muito intuitiva, não tem uma conduta previsível. E eu adoro como Fabiana me surpreende”, comemora.
De acordo com a atriz, o fato de a moça ter saído do convento demonstra que ela não se encaixava naquele ambiente. Estava ali por obra do acaso, já que foi separada da família ainda criança. “A Fabiana não tinha valores muito compatíveis com aqueles que eram pregados no convento. Ela nunca quis aquela vida”, defende.
Fora do clausuro, a personagem é o tipo de pessoa que está no lugar certo, na hora certa, e acaba levando vantagens. Na opinião da Nathalia, não é apenas sorte, mas saber como agir sem que as emoções atrapalhem. “Ela sabe bem onde está pisando e faz toda uma leitura de cenário antes de tomar qualquer decisão”, alega.
No entanto, isso não a impede de quebrar a cara. Segundo a atriz, nessa hora prevalece a frieza da vilã. “Claro que também dá umas escorregadas às vezes, mas acho que ela tem tanto sangue frio e jogo de cintura que consegue reverter as situações”, opina.
Sobre a relação com Rock (Caio Castro), a intérprete da ex-noviça acredita que ela gosta do rapaz, mas sabe separar o sentimento da vontade de se dar bem. “Acho que gosta. Só que ela gosta mais dela [risos]. Mas além da questão romântica, ela vê em Rock um grande parceiro das armações dela. Ele é a pessoa que mais a conhece. Ela confia muito nele”, pondera.
Nathalia Dill não sabe dizer se Fabiana é má, e sim uma mulher invejosa e egoísta. “Ela pensa nela, em como ela pode se dar bem. E ela está muito bem sendo assim, não tem um grande remorso das coisas que faz”, enfatiza.
A atriz acha que qualquer um é capaz de se modificar, até mesmo a Fabiana. “Não sei o que poderia fazer ela mudar, mas nada é impossível. E eu realmente acredito que as pessoas mudem. Então, continuem acompanhando para ver o que vem por aí para Fabiana”, sugere.
Nathalia Dill defende boas história e comemora receptividade do público
Nathalia Dill estreou na TV em “Malhação”, na temporada de 2007 que está sendo reprisada pelo Canal Viva. Na novelinha, ela foi a protagonista Débora Rios, moça rica, mimada e capaz de tudo para se dar bem.
A atriz não tem preferência pelas mocinhas ou vilãs, pois cada uma tem sua complexidade. “Vilã e mocinha têm suas características e suas dificuldades. A vilã apronta todas e é preciso ter muita energia para doar na hora da cena. Já a mocinha passa por situações complicadas demais, muitas cenas de choro... E é igualmente desafiador”, aponta.
“É necessário também muita energia para estar ali inteira, doando para a personagem”, diz. “Eu gosto de interpretar tanto a mocinha quanto a vilã. Agora, por exemplo, sou a vilã, mas em ‘Orgulho e paixão’ eu interpretava Elisabeta, uma mocinha que me trouxe também tantas coisas boas. Não tem como escolher”, sinaliza. [risos].
Com 22 anos de carreira, Nathalia também não pensa em um personagem específico que ainda gostaria de interpretar. Para a estrela, o fundamental é contar muito bem uma história e ter a receptividade do público.
“Eu acho que o mais importante é contar boas histórias. É levar o público numa jornada com a gente, fazer com que ele se interesse pela nossa narrativa, que se envolva”, afirma.
“É muito bom quando percebo a repercussão nas ruas, nas redes sociais. É uma mostra de que estamos cumprindo bem nosso papel e que as pessoas embarcaram conosco naquela história”, conclui.