Danilo Gentili fala sobre carreira e "The Noite" grava pegadinha com o NaTelinha
Publicado em 02/03/2018 às 14:21
Danilo Gentili e o elenco do “The Noite” se reuniram com alguns jornalistas na tarde desta quinta-feira (1) na sede do SBT, localizada na região de Osasco (SP), para anunciar novidades da nova temporada do talk-show. E decidiram receber a imprensa de um modo nada convencional.
O NaTelinha esteve presente com a repórter Michele Marreira, que conta sua experiência inusitada:
“Chego à sede da emissora de Silvio Santos às 14h, horário combinado. Bebo uma água, checo algumas mensagens no celular e logo me direciono à van que me leva até o Estúdio 1. Cumprimento poucos colegas da imprensa e a assessora da casa. Ao chegar no camarim, reviso minha pauta, anoto mais duas perguntas para fazer ao meu entrevistado. Antes, faço um rápido lanchinho oferecido pela produção. Estou pronta. Pego meu bloquinho e caneta; sou a primeira jornalista rumo ao encontro do apresentador Danilo Gentili. Logo de cara achei curioso o aparato montado no local: iluminação, câmeras, até microfonada fui... Pensei que fosse um bate-papo informal, puro engano, o mais estranho estava por vir...
Não era Danilo e sim Juliana, sua irreverente assistente de palco, a minha entrevistada. Pensei, como assim? Não preparei nenhuma pergunta para ela! Mesmo com a inusitada surpresa, me apresentei e iniciamos a entrevista – totalmente improvisada por mim. Minha primeira pergunta foi como se reinventar em um programa diário, quais eram os desafios. Resposta normal. Na segunda, já passo a estranhar seu comportamento, ao tentar me desconcertar indagando se eu seria “gordofóbica”, pelo fato de elogiá-la por estar mais magra, após Ju contar que tinha perdido muitos quilos.
Levei na esportiva como dizem. Estaria eu numa pegadinha? Justo eu sempre tão atenta? Nossa conversa tendia a ser constrangedora pelo conteúdo sem sentido algum. Mas não é que foi ficando cada vez mais engraçado! Ao encerrar nossa “entrevista” me dirigi novamente até o camarim, dessa vez, separadamente dos demais colegas.
Não é que eu estava participando (involuntariamente) do quadro de maior sucesso da atração: 'O Mestre Mandou'. Não darei muitos detalhes justamente para não estragar a surpresa, que deve ir ao ar a partir do dia 12 de março, depois da meia-noite, no SBT”.
Ainda durante a tarde de ontem, Danilo Gentili contou novidades da carreira e fez um balanço de sua trajetória, agora pra valer. Confira:
Quais são os desafios de fazer um programa diário?
Danilo Gentili - É difícil um programa diário como o nosso funcionar por tanto tempo, ainda mais dentro das nossas limitações, em um programa de entrevistas que não tem o casting da Globo. Então, quando uma atração assim dá certo temos que pensar nas novidades, ao mesmo tempo, não traindo o público tirando aquilo que ele gosta. O talk-show é como um telejornal; qual a inovação do “Jornal Nacional”? Nenhuma, são dois caras na bancada apresentando diversas notícias. Inovamos em quadros, mantendo a essência que são as entrevistas. Continuaremos trazendo artistas internacionais quando vierem ao Brasil, sempre terão espaço aqui. A gente entende ser isso que o público gosta de assistir. O Murilo Couto e o Léo Lins no decorrer do ano vão apresentar novos quadros, e ao longo do tempo vai nascendo novas ideias.
Qual é o entrevistado dos seus sonhos que ainda não rolou no programa?
Danilo Gentili - O entrevistado dos sonhos são pessoas legais e divertidas, que renda assunto. Um exemplo esses dias foi a MC Loma e as Gêmeas Lacração, as três meninas foram demais, me surpreendi e me diverti, pois não as conhecia pessoalmente.
Estamos em ano de eleições. Você tem planos de entrevistar os candidatos à Presidência da República?
Danilo Gentili - Em ano de eleição, por lei, somos até proibidos de convidar um e não chamar os outros. Mas isso já aconteceria naturalmente no programa, a graça do talk-show é que venham todos, sempre foi assim. Durante a minha história nesse formato, já entrevistei diversas pessoas de esquerda e direita, é um espaço para conversarmos livremente, a estrela não sou eu e sim o convidado. Não o trago aqui para mostrar que eu tenho razão e ele o errado. Considero sagrado o momento em que ele vem e fala o que pensa, eu concordando ou não. O princípio da liberdade não serve apenas para quem eu concorde, preciso respeitar a forma como a pessoa expõe seus pensamentos.
Se você fizer uma pesquisa no YouTube, vai ver que eu já entrevistei Bolsonaro, Jean Wyllys, Luciana Genro, Levi Fidelix, pode perceber que eu os deixo falar em tudo que eles acreditam. Não sou contra candidatos que eu não concorde, sou contra o cerceamento de liberdade de expressão, no meu programa seja de direita, esquerda ou centro vai falar tudo o que quiser desde a época que eu entrevistava na Band.
Qual balanço você faz da trajetória do “The Noite” desde a estreia em 2014 até aqui?
Danilo Gentili - Eu procuro não parar e olhar para trás. E sim entender que mais um ano está começando e tento fazer tudo melhor. Confesso que eu tenho até medo de fazer esse balanço, porque isso pode ser uma armadilha, sabia? De repente posso me perguntar o que deu certo há cinco, quatro anos atrás... Para repetirmos e ficar fazendo a mesma coisa. Penso no programa futuro e não do passado.
De que forma você se reinventa, então?
Danilo Gentili - Entendo que todos nós do “The Noite”, desde produção, roteirista, direção, que o programa é como nossa vida, hoje não será exatamente como ontem, embora sejamos a mesma pessoa e moremos no mesmo lugar. Um dia difere do outro. Não importa se estou entrevistando o cara pela décima vez. Naquele dia vamos parar tudo e realizar uma entrevista sob medida para aquela pessoa. Há um ano ou seis meses quando esse entrevistado veio, era outra situação. O que difere uma gravação da outra é isso, não somos uma linha de produção, onde temos um padrão de entrevista, encaixando o convidado.
De que maneira você encara a concorrência dos demais programas no mesmo gênero de talk-show?
Danilo Gentili - É muito positivo. Ano passado fui divulgar meu filme no Porchat, que já falou que quando o filme dele sair vai ao meu programa. É bom para o público que tem mais opções e nós artistas também.
Qual o sentimento com os números de bilheteria do seu filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”?
Eu não me gabo de nada, tudo isso foi Deus! Meu sentimento é de gratidão a ele.
Danilo Gentili sobre sucesso
Danilo Gentili - Batemos a meta, mais de um milhão de pessoas, são pouquíssimos filmes que atingem esse número. Confesso que fiquei surpreso, achei que seria pior. Já estou numa segunda empreitada no cinema, eu realmente quero cavar um espaço no cinema da mesma forma que consegui na TV, com o intuito de apresentar coisas diferentes que o cinema nacional vem mostrando. Meu segundo filme se chamará “Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro” é um terror cômico, de baixo orçamento, trash.
Quero experimentar novas formas, que dá muito trabalho, sim, mas minha ideia é ganhar experiência para que as coisas fiquem mais fáceis e me firmar nesse mercado.
Podemos esperar Danilo Gentili na literatura esse ano?
Danilo Gentili - Sim. Estou trabalhando em um livro chamado “Zumbis no Congresso”, será uma publicação interativa, onde a pessoa inicia a leitura escolhendo qual caminho seguir. Pretendo lançar ainda este ano.
Cinema, livro, programa de TV, foram diversas conquistas ao longo dos anos. Qual o sentimento quando você analisa tudo isso?
Danilo Gentili - Eu não me gabo de nada, tudo isso foi Deus! Meu sentimento é de gratidão a ele. Eu trabalho muito? Verdade, porém, não confio na “força do meu braço”. Eu posso morrer de trabalhar, mas se Deus não estiver à frente, nada acontece. Eu o agradeço por todas essas conquistas, mesmo quando não tinha nada disso eu já era grato mesmo assim. E se um dia eu perder continuarei com esse mesmo sentimento. Programa de TV, trabalho... É secundário. O mais importante é o que mencionei, às vezes falho em minhas tentativas de manter um relacionamento com Deus, não sou perfeito, mas sempre continuarei no caminho, tentando!