Após nota 9, Carolina Kasting é chamada de "gordofóbica" e se defende: "respeito"
"Eu fiquei realmente chateada, acho que não foi coerente", disse Mariana Xavier
Publicado em 28/08/2017 às 13:08
A repercussão da nota nove dada por Carolina Kasting a Mariana Xavier no "Dança dos Famosos" do último domingo (27), continua repercutindo nesta segunda-feira (28). A atriz e jurada técnica recebeu várias críticas após o programa e pela reação causada na participante do quadro do "Domingão do Faustão".
Mariana Xavier não escondeu sua indignação ao receber apenas 9 pontos após sua apresentação dançando forró. Ao vivo, sem o uso do microfone, ela disse: "Foi ruim? Estou chocada".
Após o programa, Mariana gravou um vídeo (veja no final da reportagem) comentando a nota: "Eu não consegui disfarçar, todo mundo tem o direito de dar a nota que quiser, eu fiquei realmente chateada, acho que não foi coerente nem com as notas e nem com a justificativa que foi dada. Apesar desse 9, continuamos no páreo. Eu sou uma mulher real e sensível, a minha missão é levar alegria para vocês".
Já Carolina Kasting se defendeu dos ataques sofridos pelos internautas em seu Instagram. Muitos fãs de Mariana detonaram a atriz.
Em seu blog, Carolina se justifica: "Quando eu comecei minha carreira na televisão, não existia internet, muito menos redes sociais e isso não impediu que eu fosse ameaçada de morte porque minha personagem era a antagonista da trama das nove na Globo. Os tempos vão mudando e a forma das pessoas colocarem seu ódio para fora também. Acredito que, diferente do que a maioria parece acreditar, a internet não é um lugar sem lei, não se pode fazer qualquer coisa na internet, não se pode agredir aos outros. Leis básicas de convivência e respeito com o próximo deveriam ser respeitadas".
Carolina também comentou no Twitter sua nota: "Você estão equivocados de considerar 9 uma nota ruim".
Internautas deixaram recados do tipo: "Isso é Gordofobia!", "Achei ridículo esse noveeeeee!!! Esse jurados tem que escolher melhor", "Ridícula. Em todos os sentidos. Deu um show de horror", "Coitada de vc encostada e tomara q fique por muitos anos pelo seu preconceito", "Foi injusta pq a apresentação da Mariana não inferior as outras", "Não entendi a lógica mandou a outra se amar e tal pq é alta e a gordinha ela achatou como assim? Dois pesos duas medidas, não mandou bem!", "Gordofóbica, sem noção".
Houve também internautas que saíram em sua defesa, mas os comentários detonando a atriz e jurada dominam seus posts nas redes sociais.
Confira a defesa na íntegra:
Tenho vinte e cinco anos de carreira, quarenta e dois anos de idade, me formei em dança e teatro, aprendi com meus pais que a força e a determinação de correr atrás de um sonho aliadas a ética de não passar por cima de ninguém, era o que me levaria ao sucesso.
Todos que me conhecem sabem que posso ser tudo, menos preconceituosa. Sabem que me preocupo mais com o outro do que comigo mesma e que principalmente, não considero o ódio uma moeda de troca.
Considero, sim, que o amor é a única coisa que poderia salvar o mundo, mas as vezes me parece que para cada abraço vai existir mil palavras ofensivas e que para cada gesto de amor, vai sempre existir trilhões de bofetadas. Raramente penso assim, só quando perco as esperanças no ser humano mas na maior parte dos meus dias eu acredito no amor. Acredito em ser uma pessoa amorosa com todos que me cercam, com o garçom que serve a minha mesa no restaurante, com o motorista que buzina atrás de mim, com meu filho, com o passeador de cães, com o porteiro do meu prédio, com a minha filha, com meu amigo que morro de saudades e nunca consigo encontrar, com meu marido, com meus pais, com a minha ajudante que cuida da minha casa e dos meus filhos e que por isso já virou da família, com o seu filho que já considero meu, e assim vai… eternamente amor.
Não consigo conceber não ser assim, mas me preocupo em ser assim nos meus atos e não apenas no meu discurso, para que eu não cometa a injustiça que considero inaceitável, para que, pelo avesso eu não tenha exatamente o mesmo preconceito que estou acusando no outro. E assim mergulhe num mar de hipocrisia.
Quando eu comecei minha carreira na televisão, não existia internet, muito menos redes sociais e isso não impediu que eu fosse ameaçada de morte porque minha personagem era a antagonista da trama das nove na Globo. Os tempos vão mudando e a forma das pessoas colocarem seu ódio para fora também.
O que me preocupa é que o outro passou a ser uma pessoa desprovida de direitos, ele não tem mais o direito de achar o que acha, mesmo que seja uma opinião baseada em princípios reais, não tem o direito de expressar e de ser quem ele é.
Sempre fui e sempre serei defensora da liberdade de expressão, do direito de ir e vir, da liberdade de sermos quem somos com nossas diferenças. Uma sociedade de pessoas que pensam da mesma forma seria uma sociedade manipulada para tal e portanto, seríamos fantoches.
O ser humano tem que ter o direito ao básico e ao exercício intelectual para existir como indivíduo.
Acredito que, diferente do que a maioria parece acreditar, a internet não é um lugar sem lei, não se pode fazer qualquer coisa na internet, não se pode agredir aos outros. Leis básicas de convivência e respeito com o próximo deveriam ser respeitadas.
Será que esse ódio todo não vem da frustração de não poder estar no lugar do outro?
O fato é que o meu direito termina onde começa o direito do outro.
E respeito é bom e eu gosto.
Mariana Xavier comenta reação; assista: