Filho de Raul Gil comemora renovação com o SBT: "é onde se sente em casa"

Apresentador faz aniversário nesta sexta-feira (27) e renova por mais seis meses com a emissora

Fotos: Divulgação/SBT

Por Redação NT

Publicado em 27/01/2017 às 16:08

Por Sandro Nascimento e Diego Falcão

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Raul Gil renovou seu contrato com o SBT após meses de indecisões. Segundo informações do site Notícias da TV, o apresentador permanece na emissora com o mesmo programa. A decisão de manter Raul partiu do próprio Silvio Santos, que antes havia definido pelo término do acordo, por questões estratégicas.

O NaTelinha procurou Raul Gil Jr., filho e diretor do "Programa Raul Gil", que por telefone deu mais detalhes da renovação de contrato.

Nesta sexta-feira (27), o apresentador completa 79 anos. Para Raul Jr., o pai não é mais "nenhum garotinho" e ficar no SBT é como estar em casa: "É claro que prefere ficar na segurança dele, na casa dele, no SBT, onde se sente em casa".

Confira a entrevista na íntegra:

Sobre a renovação de contrato do SBT com Raul Gil, a produção vai ser a mesma ou terá algo diferente?

Raul Gil Jr. - É isso mesmo, renovamos. Estamos voltando a gravar dia 6 e com a mesma estrutura. Não tivemos tempo de fazer qualquer alteração do programa. Após o Carnaval deve ter mudanças de quadros.

Eu e meu pai pensamos em voltar com o quadro do chapéu ("Pra Quem Você Tira o Chapéu"), mas nada efetivado.

A renovação é uma reviravolta. O Raul Gil tem tudo a ver com o SBT...

Raul Gil Jr. - A gente só pode agradecer ao SBT. Não havia nenhum interesse nosso em sair. Compreendo os planejamentos dentro da emissora. Naquele momento (da demissão) não fazíamos parte dos projetos novos da emissora. Alguma coisa ali deve ter pesado, acredito.

Temos dados excelentes índices de audiência, o faturamento continua o mesmo até com as reprises do programa. Somos segundo lugar. Em time que se ganha, não se mexe. Em alguns estados o programa é primeiro lugar. Graças a Deus tomaram a decisão da gente poder voltar. Estávamos esperançosos e não tínhamos interesse em sair do SBT, da família SBT.

Um lugar que gostamos, nos damos bem, Guilherme Stoliar (presidente do Grupo Silvio Santos) é meu amigo, o vice-presidente (José Roberto Maciel) também. Somos próximos. Em outra emissora não teríamos isso.

A possível ida de Celso Portiolli para os sábados tem o objetivo de aumentar a audiência da faixa, mas custaria mais caro. O "Programa Raul Gil" dá audiência e traz faturamento?

Raul Gil Jr. - Uma reportagem do Meio & Mensagem dizia que o "Programa Raul Gil" era o melhor custo beneficio da televisão brasileira em relação a audiência, faturamento e gastos, que gira em torno de R$ 100 mil. Desde que estamos no SBT, a conta nunca ficou no vermelho. Mesmo em um ano de dificuldades financeiras para todos.

Raul Gil ficou triste com a demissão. Como está seu pai com a reviravolta do contrato?

Raul Gil Jr. - Ele está bem, mais tranquilo. Hoje é o aniversário dele. Toda mudança leva tempo, adaptação e temos uma história bacana no SBT. Teríamos que sair e montar um novo programa, outros moldes, mudanças, demandaria tempo, trabalho. Ele está com 79 anos. Não é um garotinho. E é claro que prefere ficar na segurança dele, na casa dele, no SBT, onde se sente em casa.

Raul Gil estava negociando com outras emissoras, como RedeTV! e Band, conforme foi noticiado?

Raul Gil Jr. - Johnny Saad (presidente da Band) é amigo do meu pai. Deixamos as portas abertas em todas as emissoras, na RecordTV, na RedeTV!, existe a proximidade, carinho, amizade, meu pai tem uma amizade grande com o prefeito do Rio de Janeiro, tem amizade com vários bispos da Igreja Universal, temos o carinho das igrejas evangélicas.

É fato que as pessoas ligam e conversam, mas nada de efetivar uma reunião com nenhum emissora. Até então, como tínhamos dois meses de contrato com SBT, meu pai me disse que só depois iria ver o que fazer. Mas existia uma esperança se realmente iria acontecer a saída do programa.

Seu pai chegou mesmo a pedir participação nos comerciais do Grupo Silvio Santos veiculados no intervalo do programa?

Raul Gil Jr. - O país inteiro está em crise, isso é fato. A Rede Globo está mandando gente embora. Muito do dinheiro que ia para a televisão está indo para internet. Meu pai, graça a Deus, tem um patrimônio muito grande e são grandes as responsabilidade dele. De alguma forma ele precisa ficar sustentando isso. Em alguns momentos ele dizia: "Tá apertando aqui para eu pagar minhas dívidas, o Silvio (Santos) não tem nada a ver com isso, mas eu preciso achar uma outra forma de rendimento com o programa".

Mas quero destacar que ele sempre deixou claro que o Silvio não tinha a nada a ver com isso. A gente entrava em conversas com a diretoria para tentar achar essa segunda forma de rendimento. Numa dessas conversas, vinha o assunto, porque a gente era sócio. Mas entendemos que todos os comerciais do SBT, Jequiti, Tele Sena e Baú, fazem parte do Grupo Silvio Santos e aquilo vinha no pacote. Mas essas reuniões nunca foram na ideia de reclamar, mas de reivindicar.

Quanto tempo será o contrato?

Raul Gil Jr. - Conversei ontem (26) com o presidente do Grupo Silvio Santos, Guilherme Stoliar, que tenho um grande carinho. Ele me confirmou que não muda nada. Então, acredito que o contrato seja o mesmo de seis meses.

Quando entramos no SBT em 2010, tinhamos um contrato de seis meses e mantivemos isso por seis anos. É uma coisa lógica, se não está bem pra você ou da outra parte, não tem porque ficar segurando.

Vou dar um exemplo que não é o caso, mas se meu pai recebe uma proposta milionária de outra emissora, e agora como fica? Ele vai conversar com o SBT. Da mesma forma foi o Silvio, que em um determinado momento achou que tinha que tirar o programa do ar. Estamos muito felizes de estar voltando para o SBT.

O Brasil está passando por um crise absurda. Não é o SBT, não é Globo, não é a Coca-Cola, não é a Nestlé. É todo mundo. Nós temos que nos adaptar e encontrar novas opções para faturamento, abrir uma segunda opção para o anunciante de ficar na TV e na internet. Precisamos começar abrir planos de negócios diferentes.