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Nadadora Joanna Maranhão desabafa e choca jornalistas, que se solidarizam

Atleta foi atacada nas redes sociais, o que prejudicou sua atuação na Olimpíada


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Reprodução/SporTV

Competindo na tarde desta terça-feira (9) nos Jogos Olímpicos, a nadadora Joanna Maranhão fez um desabafo sobre palavras ofensivas que teve de ler em sua página no Facebook.

Em entrevistas que deu para SporTV e ESPN Brasil, Joanna disse que entrou em choque com a mensagem e que o baixo resultado em sua prova - ficou em sétimo - foi exatamente por causa disso: "Tentei ficar fora de rede social, mas fui no Facebook e vi uma enxurrada de agressões. Alguns dizendo que eu merecia ser estuprada, que minha história é uma grande mentira. Eu tentei segurar a onda, mas agora eu desabafei. É muito duro receber esse tipo de tratamento".

Joanna completou e disse que o Brasil é um país machista e homofóbico: "O Brasil é um país muito racista, muito machista, muito homofóbico, vem de uma cultura futebolística que as pessoas acham que quando chega em um esporte olímpico elas têm o direito de nos tratar como tratam um jogador de futebol quando não ganham. Acho que nem os jogadores de futebol merecem esse tratamento que a gente tem. Eles têm, nós muito menos".

O desabafo da nadadora chocou quem estava transmitindo natação nos canais que fazem os Jogos Olímpicos. Luís Roberto, da Globo, disse ter ficado incrédulo ao ouvir: "As pessoas ainda não sabem usar essa ferramenta poderosa que são as redes sociais. Uma coisa é fazer a critica, é normal dizer que o Luís Roberto não está narrando bem o jogo. Outra é ofender, dizer que uma mulher merece ser estuprada por exemplo".

Quem também se manifestou, e foi muito aplaudido, foi o narrador Milton Leite, do SporTV. Após a entrevista de Joanna ao vivo, ele foi categórico: "Lamentável isso que aconteceu com a Joanna, pra dizer o mínimo. O Brasil nas redes sociais é um país conservador, racista e misógino".

Por fim, Flávia Delaroli, comentarista de natação da ESPN, onde transmitia a prova junto com Fernando Nardini, também lamentou o que aconteceu: "Eu admiro muito ela, tem um coração de ouro, quer 'educar o mundo', quer mudar o mundo, ela é ativa nas redes sociais em relação a política, e ela sabe disso. Acho que a Joanna se sabotou, como atleta experiente que é, com quatro Olimpíadas, que não devia ter olhado coisas na internet. Não era o momento, era hora dela se concentrar, e ela deu um tiro no pé e realmente se afetou. (...) E os próprios brasileiros deram um tiro no pé, porque vocês agrediram uma das grandes atletas do Brasil, que tinha chance de ser a primeira mulher semifinalista dos 200m borboletas. Então fica aí a tristeza generalizada".

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