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Mauro Beting e PVC dizem estar realizados com novo programa no Fox Sports

Comentaristas agora comandam atração sobre análises táticas no futebol


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José Eduardo Romanini (da Footstats), Mauro Beting e PVC comandam o "Raio Fox"

Os dois são alguns dos maiores comentaristas de futebol da televisão brasileira, e gozam de grande credibilidade junto aos seus seguidores, telespectadores e ouvintes. Mauro Beting e Paulo Vinícius Coelho são contratados do Fox Sports desde 2014, e ambos estrearam juntos um programa sobre análises táticas no futebol na última sexta-feira (1).

Trata-se do "Raio Fox", que vai desenhar o futebol brasileiro para o seu telespectador, em parceria com o site de estatísticas Footstats. Em entrevista exclusiva para o NaTelinha, eles explicaram o formato e Mauro não escondeu a felicidade em colocar o programa no ar.

"Sou entusiasta do Footstats desde o início. Quase fiz com eles, em 2006, em outra emissora, o programa que hoje estreamos no Fox Sports. Em televisão, fui o primeiro comentarista a usar (e até abusar) de estatísticas, a partir de 1995, no Sportv. Hoje, com os recursos gráficos, e com a companhia e a condução de um craque como o PVC, posso dizer que é a realização de um sonho", disse.

Leia a entrevista na íntegra:

NaTelinha - O que representa a estreia do "Raio Fox" pra vocês?

Mauro Beting -
Um sonho pessoal e profissional. Sou entusiasta do Footstats desde o início. Quase fiz com eles, em 2006, em outra emissora, o programa que hoje estreamos no Fox Sports. Em televisão, fui o primeiro comentarista a usar (e até abusar) de estatísticas, a partir de 1995, no SporTV. Hoje, com os recursos gráficos, e com a companhia e a condução de um craque como o PVC, posso dizer que é a realização de um sonho.  

PVC - A tentativa de fazer um programa diferente de tudo o que está aí. É mais um raio-X do jogo do que uma mesa redonda como tantas atuais. E eu gosto de mesa redonda. Mas a tentativa é ser mais radiográfico.

NaTelinha - O que este formato traz de diferencial para a cobertura esportiva na TV?

Mauro Beting - Algo que eu e o PVC e mais alguns poucos jornalistas da nossa idade fizemos, e muitos jovens (ainda bem) fazem cada vez mais: entender que o futebol só pode ter chute em campo, não fora dele. Estatística e tática podem não ser os assuntos mais interessantes, mas são importantes. E a função do jornalista também é tentar fazer mais interessantes os assuntos importantes. Afinal, são os números do placar que definem os jogos e, no Brasil, infelizmente, mais do que deveriam, definem empregos e competências. Números e análises que podem ser transmitidos com conteúdo e leveza. Esse é o nosso desafio.

PVC - A ideia é fazer um vídeo game, quase. Repleto de gráficos e análises. Os gráficos têm de aparecer mais do que nós, os comentaristas

NaTelinha - Muitos comentaristas defendem a ideia de que o telespectador não quer saber de tática no futebol, e sim "da resenha". Vocês, notoriamente, pensam o contrário. Por que explicar a tática para o amante do futebol é tão importante?

Mauro Beting -
Nosso desafio é mostrar que nem toda “doença” do futebol é como “virose” de diagnóstico de posto de saúde. São vários os motivos que explicam a derrota. Inclusive, no futebol, o imponderável. Isso também botamos na conta. Muitas vezes, quem não sabe o motivo da derrota, não conhece o motivo da vitória. Não temos a pretensão de ensinar o beabá. Nem de reinventar a bola. Mas é bacana mostrar em números e discussões algumas situações que o torcedor sente, mas que não tem a prova, o número, a imagem.

O futebol é tão maravilhoso que, mesmo assim, mostrando dados, contra fatos, há argumentos. Por isso a resenha também é fundamental. Posso passar horas só contando histórias do futebol e outras horas só comentando a matemática do jogo. Sempre na cabeça com uma frase do ex- ministro Roberto Campos: “as estatísticas são como os biquínis. Mostram muito, mas não o essencial”. Nossa intenção é tentar mostrar o essencial.

PVC - É importante aumentar a cultura do jogo. Quem não se interessa não assiste. Mas tem público, especialmente entre os jovens, ávidos por entender o jogo em vez de ouvir apenas que o juiz errou. Mas a ideia é ter histórias surpreendentes, números que mostrem o que não vimos. Técnicos de futebol também vão gostar, espero.

NaTelinha - Qual vai ser seu grau de envolvimento no formato da atração?
 
Mauro Beting -
Faço parte do time desde o início. Desde a elaboração da pauta, das telas, vídeos, de todo o conteúdo. Mas nem sempre consigo fazer tudo que gostaria por todos os demais compromissos profissionais que tenho. O PVC é o cabeça do processo. Em todos os sentidos. O José Eduardo Romanini (da Footstats) é craque na análise da informação.

PVC - A criação é da Fox, a ideia também. A partir dela, Mauro, José Eduardo e eu elaboramos o programa e a ideia dos gráficos e análises táticas serem as mais importantes. Embora comentarista, também é o primeiro programa que eu ancoro.

NaTelinha - Se sente feliz neste momento no Fox Sports, realizado profissionalmente?

Mauro Beting -
Muito. Até por a emissora me dar a chance de realizar tudo que faço em outros veículos: rádio Jovem Pan, meu blog no UOL, minha coluna na nova Playboy, gravação do PES, livros que escrevo, filmes que dirijo, palestras que dou, eventos que apresento, museus e exposições em que presto curadoria.

Fox Sports é um canal que me permite não apenas exercer minha versatilidade, mas me dá condição de eu ser o cara com humor (não necessariamente engraçado) que sou. É um canal jovem que conseguiu rapidamente maturidade impressionante. Mérito do comando, dos eventos que têm, da paixão com que mostra, e da equipe redondinha que formamos.

PVC - Está bem legal. Comentar os jogos da Libertadores, participar dos programas e a repercussão que o canal tem alcançado.

NaTelinha - O futebol brasileiro é notoriamente atrasado em questão tática no futebol, em relação ao futebol internacional. Essa diferença será ressaltada no programa?

Mauro Beting -
Sim. Mas sem pachequismo, e nem toda subserviência ao futebol internacional. Eu, PVC e José Eduardo Romanini adoramos estudar estatísticas e a história do jogo. Tenho 14 livros publicados, fiz curadoria do Museu da CBF e do Pelé, e documentários que contam a história do esporte. Mas não sou saudosista. Tento aprender o passado para projetar o futuro do futebol. Mas curto o presente de ver um craque de todos os tempos como Messi.

Vamos contar história, mostrar a matemática, e jogar um pouco mais de luz no futebol. Um programa tanto para o boteco quanto para a prancheta. Uma das conclusões de cada programa pode levar a isso. O Brasil ainda sabe o que fazer com a bola mais que os rivais. Mas para voltar a ganhar mais jogos, precisa aprender a jogar sem ela. Um dos tantos temas que iremos abordar.

PVC - Não é a ideia central. A ideia é mostrar os porquês. O que aconteceu na semana deu certo ou errado e por quê.

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