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Deborah Secco emociona plateia ao detalhar laboratório para personagem

Entrevista vai ao ar no programa "Ofício em Cena" desta terça (23)


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Divulgação

Nesta terça-feira (23), a Globo News exibe mais uma edição do "Ofício em Cena". Desta vez, Bianca Ramoneda entrevista Deborah Secco.

Grávida, a atriz emocionou a plateia ao falar sobre como mergulha à fundo no laboratório de suas personagens.

“Eu nunca, na vida, conseguiria interpretar ou fingir algo muito distante de uma experiência ou de um sentimento real. Se eu não soubesse o que é maldade, eu não saberia nunca fazer a maldade. Se eu não soubesse o que é tristeza, eu jamais conseguiria chegar perto desse sentimento”, disse ela sobre suas preparações para os filmes "Bruna Surfistinha" e "Boa Sorte".

Deborah Secco surpreendeu o público ao detalhar que morou sete dias numa casa de prostituição, dormindo na cama onde os atos aconteciam, porque ela queria entender o que as garotas realmente sentiam, da hora que entravam no quarto até quando saíam.

"Alguma coisa era perdida ali naquele tempo de 40 minutos, uma hora. Eu via que perdia, mas não conseguia detectar o que que era porque elas são muito defendidas. Fiquei um dia e não consegui. Voltei no dia seguinte e nada e resolvi ficar lá. Pensei: vou ter que ficar aqui, morar aqui, vou ter que me expor, me abrir, mostrar para elas as minhas dores para que elas mostrem as dores delas pra mim. Porque as dores delas são muito, mas muito diferentes do que eu posso imaginar. E eu nunca vou poder interpretar se eu não imaginar. Se eu não souber como é, não vou conseguir chegar perto disso de verdade. Eu acho que eu estou longe de ter feito exatamente o que é, mas se eu cheguei um pouco perto do que é esse incômodo é porque eu me propus a ser devastada por elas para que eu pudesse devastá-las assim", explicou.

E disse mais: "Eu nunca vou esquecer. Um dia eu me sentei no chão da cozinha com elas comendo um baião de dois, com uma colher e um isopor na mão, eu e mais duas meninas. Foi quando uma delas me disse que tinha sido estuprada pelo padrasto aos sete anos e, quando foi falar com a mãe, a mãe disse: 'não, filha, não reclama porque a gente não pode perder ele'. Ela aguentou mais três anos e fugiu de casa aos 10. Chegou em São Paulo com a roupa do corpo e começou a se prostituir. E aquela dor que eu senti naquele momento foi o que me fez fazer aquele filme completamente diferente do que eu iria fazer antes, se não soubesse dessas histórias".

"Ofício em Cena" vai ao ar às 23h30, na Globo News.

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