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Apresentadora do TV Fama diz: "tenho horror a esse mundo das celebridades"

Em entrevista exclusiva, Flávia Noronha fala sobre carreira, vida pessoal, "TV Fama", "Bastidores do Carnaval" e mais


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Divulgação/RedeTV!

Com Fabrício Falcheti e Thiago Forato
 

No comando do "TV Fama" desde 2010, juntamente com Nelson Rubens, muitos pensam que Flávia Noronha é glamourosa e se sente uma celebridade. Nada disso.

Simples, caseira e adversa a este mundo que noticia todas as noites na RedeTV!, Flávia se divide entre o trabalho no programa e sua mais recente e maior paixão: sua filha Nina, que nasceu há cinco meses.

A jornalista tem 31 anos e começou sua carreira na BandNews. De lá, foi para a RedeTV! em 2008, de onde não saiu mais. Passou pelo jornalismo geral, até chegar no "RedeTV! Esporte", onde se destacou bastante. Depois, como nos relata nesta entrevista exclusiva feita por telefone, foi convidada para apresentar o "TV Fama", que confessa, relutou a aceitar: "tinha medo de ficar rotulada como fofoqueira".

Flávia também apresenta o controverso "Bastidores do Carnaval", que tem alta repercussão e boa audiência, por ser nonsense e até abusado: "A gente não mostra somente famosos, nós mostramos mulheres bonitas que estão lá se preparando. É isso. O povo gosta de ver. A gente gosta de colocar pessoas polêmicas, sempre variando o estilo".

Por fim, Flávia responde as críticas que seu programa sofre, por dar muito espaço para as chamadas "sub-celebridades": "O 'TV Fama' lança celebridades. Os famosos começaram de baixo, como sub-celebridades. O programa lançou a Valesca Popuzuda, ninguém sabia quem era ela aqui em São Paulo. No Rio de Janeiro sabiam quem era a funkeira... Então aqui abrimos esse espaço. É totalmente ridículo dizerem que a gente tem só sub-celebridade".

Veja a entrevista na íntegra:

NaTelinha - Você já foi âncora da Band News TV. O que mudou na profissional Flávia Noronha e na pessoa de lá para cá?

Flávia Noronha -
Mudou totalmente. No BandNews foi em 2008, eu fiquei nove meses só lá. Foi meu primeiro emprego como jornalista, como apresentadora, no pique de ao vivo, de responsabilidade de não errar. E eu era uma menina, era muito insegura ainda. A BandNews me serviu de escola, de base para eu poder ir para a RedeTV!. E lá eu comecei como garota do tempo, fui para os esportes, e a BandNews me deu essa preparação, foi o primeiro passo.

Eu mudei completamente. Comecei lá com 25 anos e agora estou com 31. Essa fase é muito importante na vida da mulher, e muda totalmente. BandNews me deu maturidade e malandragem do ao vivo para ir para a RedeTV!, e a RedeTV! me deu mais ainda oportunidades de fazer várias coisas. Foi um passo de cada vez, sabe?

NaTelinha - Você é uma das poucas jornalistas, fora da Globo, que conseguiu fazer com sucesso a transição do jornalismo pro entretenimento. Como ela foi feita? Era um desejo antigo seu?

Flávia Noronha -
Na verdade, eu nunca pensei em ir para o entretenimento. Aconteceu naturalmente. Foi o esporte que me abriu essa porta do entretenimento, porque até então eu só era do jornalismo. Fui garota do tempo, apresentei o "Leitura Dinâmica - 1ª edição", fazia o plantão no "RedeTV! News", era uma coisa mais séria.

Depois eu comecei a fazer o esporte na RedeTV!, e nele você pode se soltar mais, pode brincar, uma coisa que o jornalismo de bancada não te permite. E no esporte, a diretora na época, a Mônica Pimentel (superintendente artística da RedeTV! entre 1999 e 2013), me viu no "RedeTV! Esporte", e teve um "Bastidores do Carnaval" que a Íris Stefanelli não pôde apresentar. Ela me chamou, gostou de mim, começou a me elogiar e tal, mas ficou por aí. E depois de um tempo, ouvi boatos na verdade de que ela me queria no "TV Fama".

Mas minha primeira resposta foi não. Não quero sair do jornalismo, porque eu gostava bastante. Eu queria me firmar e fazer carreira no esporte. Na época, o diretor do "TV Fama" disse que eles estavam me querendo. Eu relutei bastante pra aceitar. Eu tinha medo de ficar rotulada, estereotipada como fofoqueira.


NaTelinha - O Nelson Rubens costuma dizer que o "TV Fama" é uma espécie de "Jornal Nacional" dos famosos. Você concorda?

Flávia Noronha -
Concordo. É um programa jornalístico com entretenimento, porque a gente tem fonte e tem comprovação. Checamos as informações, não deixa de ser um jornalismo com entretenimento. Não somos um programa de fofocas barato. É um “Jornal Nacional” da fofoca. É o único programa que está no ar há mais de 10 anos, tentam imitar e ninguém consegue, tanto que falam que vão ter aquele “momento TV Fama”, falam bem ou mal, mas falam do “TV Fama”. É o único que sobreviveu a esses anos.


NaTelinha - Qual é a sua participação nas edições diárias do "TV Fama"? Você dá ideias, ajuda nas pautas, algo do tipo?

Flávia Noronha -
Agora que eu estou meio numa licença-maternidade eu apresento apenas. Mas, antes, vou lá, dou ideia de pauta, eu que escrevia os textos da abertura, junto com o Bruno Marone, o produtor. A gente mudava junto as cabeças das matérias... Damos ideia, eu participava bastante, gravava todos os offs. Mas, eu vou voltar. Acabo chegando em cima da hora. Minha filha tem apenas cinco meses.


NaTelinha - Muita gente critica o "TV Fama" e a RedeTV! por darem muito espaço a sub-celebridades. Como você responde a essas criticas?

Flávia Noronha -
O “TV Fama” lança celebridades. Os famosos começaram de baixo, como sub-celebridades. O programa lançou a Valesca Popuzuda, ninguém sabia quem era ela aqui em São Paulo. No Rio de Janeiro sabiam quem era a funkeira... Então aqui abrimos esse espaço. É totalmente ridículo dizerem que a gente tem só sub-celebridade.

Existem celebridades de emissoras diferentes. Por que uma celebridade da RedeTV! é menos que uma da Globo? Só por que ela é maior? Celebridade é qualquer pessoa que está na mídia, que gera notícia.

Por que a Geisy Arruda é sub-celebridade? Ela não é. Ela é mais celebridade que muita global porque tem muito mais notícias e cliques em sites como o UOL. A gente não julga ninguém como sub-celebridade. Nós lançamos celebridades que menos conhecidas para a mídia.

A Anitta também. Ninguém dava nada pra ela. Era uma cantora de funk normalzinha como mais uma. Abrimos espaço e vimos um potencial nela. Agora virou celebridade, mas antes era sub-celebridade. Sempre olhamos ela como celebridade.

O “TV Fama” é um lançador de celebridade. Quem critica assim, está totalmente equivocado.


NaTelinha - Você e o Nelson comandaram recentemente mais um "Bastidores do Carnaval". Muita gente diz que o programa é tão ruim que é bom, e que ele já é uma marca do Carnaval na TV. Qual a sua visão da cobertura? Não acha que exageram um pouco no nonsense?

Flávia Noronha -
É bem isso mesmo. Os “Bastidores do Carnaval” é um programa polêmico que tem muita gente que fala mal, mas todo mundo assiste, dando uma zapeada. É uma alternativa do Carnaval na mídia. Ou a Band mostra Recife, bloco. A Globo tem as escolas de samba. E quem mostra o que está acontecendo com as celebridades? Não tem.

A gente não mostra somente famosos, nós mostramos mulheres bonitas que estão lá se preparando. É isso. O povo gosta de ver. A gente gosta de colocar pessoas polêmicas, sempre variando o estilo.

Mostramos bastante essas gostosonas, o Léo Áquila... Eu gosto, acho que tem tudo a ver com o “TV Fama”, é como uma continuação do programa. Um pouquinho mais picante, falamos mais de bumbum, pessoas seminuas mas o horário permite, está tudo dentro do contexto.

E não é porque a mulher está mostrando a bunda que eu vou mostrar a minha também. Não me vulgarizo por isso. Estou apenas cobrindo, mostrando a beleza dela, mostrando a bunda da outra, mas a minha está tapada.


NaTelinha - O que pensa sobre o Nelson Rubens?

Flávia Noronha -
O Nelson Rubens é uma pessoa muito inteligente e um rato de televisão. Muita gente acha que ele tem a personalidade muito forte, mas me dou muito bem com ele. Me respeita muito, e também o respeito. Temos uma relação de amizade. Nunca saí pra tomar um chope com ele, mas nos intervalos das matérias a gente conversa, fala sobre a vida, ajudo ele em algumas coisas... Nos falamos bastante.

Às vezes eu também tenho personalidade forte. Falo algumas coisas e ele diz: “Você não deveria ter falado assim”. E eu digo: “Não se mete, Nelson”. Mas depois eu paro pra pensar e 90% do que ele fala, tem muita razão. Ele é macaco velho e me dá muitas dicas. Temos que ser bem neutros na hora de chamar a matéria.

NaTelinha - Você, recentemente, deu à luz sua primeira filha, Nina. O que mudou na sua vida com a chegada dela?

Flávia Noronha -
Mudou tudo como pessoa. É a melhor coisa do mundo. É um amor que nunca senti por ninguém. E é uma responsabilidade pro resto da sua vida. Então, me deixa mais focada no trabalho. Preciso trabalhar pra dar um futuro para a minha filha. E me melhorou muito como ser humano, o que realmente importa é o amor, família, porque o resto tudo passa.

Eu perdi minha mãe há um mês e foi tudo meio junto. Ela conheceu a neta, mas morreu antes de ela completar quatro meses. Eu era muito ligada com a minha mãe. Ela é meu tudo agora.

NaTelinha - Quando você teve a Nina, a Iris Stefanelli lhe substituiu no "TV Fama". Falou-se que você estaria com medo de perder seu posto, de "ter o seu tapete puxado". O que é verdade nesta história? Qual sua versão dos fatos?

Flávia Noronha -
A verdade é que a Nina não estava ganhando peso e teria que ter uma mamadeira em algum horário no dia, além do meu peito. Eu trabalho das 16h às 21h. Dentro dele, se eu sair às 17h, é uma mamada. Ela não precisava de mim. Se eu ficasse longe da minha filha oito horas, 12 horas, se eu trabalhasse num emprego “normal” eu não voltaria, ficaria minha licença-maternidade inteira. Mas meu caso é específico e meu trabalho é muito tranquilo, graças a Deus, e amo o que faço. Eu trabalho desde os meus 15 anos. Nunca fiquei sem emprego. O máximo acho que foi 1 semana.

Tive a Nina, fiquei os primeiros 20 e poucos dias curtindo ela, mas sem fazer nada o dia inteiro. Não voltei a trabalhar com medo de me trocarem ou perder meu emprego, se tiverem que me trocar, vão fazer isso comigo no ar ou não. Meu contrato vence em abril. Não sei se vão renovar ou não. Eles sempre avisam em cima da hora, mas ainda não sei.

Eu teria um contrato de qualquer maneira até abril. Se fossem me tirar, teriam que continuar me pagando, então pra mim tanto faz. Se eu tivesse medo de perder meu emprego, eu seria uma ridícula, porque estaria colocando meu emprego em primeiro lugar. Minha filha é mais importante que a RedeTV! que eu amo, mas não tem comparação o amor de uma filha, por amor de uma empresa. Eu voltei porque me sinto mal e para não cair numa depressão pós-parto. Me deu forças para emagrecer mais rápido, para me sentir mais bonita. Estava 15 quilos mais gorda.

Se a Íris teve a intenção de ficar no meu lugar e conquistar o posto de apresentadora de novo, está no direito. Eu faria a mesma coisa. Se ela não quiser ser mais repórter, faria a mesma coisa. Não acho que ela tentou puxar meu tapete. Acho que ela cansou de ser repórter e chegou no limite. Tanto que ele foi remanejada e foi para o “Muito Show”. Ela está pensando nela, e está certo. É o mundo da sobrevivência. Cada um pensa no seu.

NaTelinha - Como você se define?

Flávia Noronha -
Eu vi uma entrevista da Eliana falando assim: pra chegar onde cheguei não fui boazinha, não fui bobinha. Quando me defino no trabalho é isso, não sou nada boba. Sou muito trabalhadora. Meu marido às vezes fala que dou mais valor ao trabalho, "pra jantar você está cansada, mas pro trabalho não".

Minha mãe não trabalhou, vivia às custas do meu pai, se separou e ficou na mão. Eu tenho uma coisa dessa de adolescente que preciso trabalhar pra ser independente. Então sou focada no meu trabalho e determinada no que quero. Não existe impossível. 90% do sucesso é insistência, não desistir do que você quer.

E sou muito menos encrenqueira do que as pessoas acham. Isso é uma imprensa mentirosa, nunca me ligaram para perguntar meu outro lado, como no caso da Íris, isso saiu no começo quando entrei no “TV Fama”, em 2010. Isso nunca aconteceu. Você pode fazer uma entrevista com o diretor do “TV Fama”, ele veio me chamar. Como puxei o tapete de uma pessoa se a emissora não queria renovar com ela? Tenho super pé no chão.

Eu não sou celebridade. Você não me vê em nenhuma festa, eu sou na minha. Eu tenho horror a esse mundo, sou totalmente caseira. Gosto de ficar em casa, curtir minha família. Sou mais simples do que vocês imaginam.

Tenho total consciência que eu não sou apresentadora, eu estou apresentadora. Tudo pode acontecer. É um emprego como qualquer outro.


NaTelinha - Você pensa em continuar na TV? Apresentar outro programa?

Flávia Noronha -
Eu não penso. Penso muito o dia a dia. Amo televisão e não gostaria de sair, mas tudo tem seu tempo. Nada é para sempre. Enquanto eu puder estar e me darem a oportunidade, eu quero ficar, apresentar.

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