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Karine Alves e Lívia Nepomuceno falam de carreira e programa no Fox Sports

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Fotos: Divulgação

Duas mulheres que são representantes claras da nova geração do jornalismo esportivo e que provam que futebol também é lugar para elas. É assim que dá pra definir as jornalistas Karine Alves e Lívia Nepomuceno, apresentadoras de "O Melhor do Fox Sports", que vai ao ar no Fox Sports 2 e é um dos grandes sucessos da emissora atualmente. A atração é exibida de segunda a sexta, das 15h30 às 17h e tem elevado os números do canal esportivo.

Karine e Lívia ainda estão começando. A primeira já havia trabalhado no Rio Grande do Sul, na RBS/Globo, e está na Fox desde seu início, em 2012. Já Lívia é a caçula do canal, e chegou no início do ano, onde se destacou na cobertura da Copa do Mundo de 2014.

Nesta entrevista exclusiva para o NaTelinha, feita na sede do Fox Sports em São Paulo, Karine e Lívia falam dos desafios de comandar um programa à tarde, sobre o momento atual da emissora e também sobre a participação delas na produção de "O Melhor do Fox Sports".

Confira os melhores momentos da entrevista:

NaTelinha - Meninas, qual é o principal desafio de apresentar um programa esportivo à tarde, num horário que vocês não têm tanta concorrência, se comparado ao horário do meio-dia? Como vocês encaram isso?

Karine Alves
(foto/esquerda) - É um horário mais tranquilo, mas ao mesmo tempo, como é no horário da tarde, a gente não quer só trazer o jogo, a gente não quer só levar isso pro programa. A gente quer levar isso e outras informações. A gente quer levar Instagram do jogador, redes sociais, quer conversar com as pessoas pelo Facebook, a gente quer trazer o público pra gente, mas também levar o lado B da informação. Por exemplo: o Palmeiras quase foi rebaixado. Hoje, vamos trazer um convidado para falar melhor disso.

Lívia Nepomuceno - Engraçado que você falou que a concorrência não é tão forte como no horário do "Fox Sports Rádio", mas acho que a nossa concorrência é até diferente. Porque a tarde é o público que vai da mulher até o adolescente, e tem filme, tem novela, tem programa de interatividade, o leque é entretenimento e o leque abre demais. Então, a gente tem que captar o que a molecada gosta hoje em dia, que é essa coisa de rápido, de ser dinâmico. A redes sociais bombando e a gente traz as rede sociais. A molecada está no Twitter, no Facebook e a gente usa justamente pra deixar o programa mais dinâmico, porque o horário da tarde tem filme em um canal, novela no outro, programa feminino no outro, então a gente tem que trazer essa leveza da tarde, de um jeito dinâmico, para entreter o nosso público.


NaTelinha - Até porque, o público da tarde é meio que uma incógnita, você não sabe exatamente o que ele é...

Karine Alves -
Quem tá em casa, e a gente sabe, tá lá no seu sofá, relaxando depois do almoço, e a gente tenta levar essa coisa descontraída. Muita gente diz pra nós assim: "nossa, parece que vocês estão na sala da minha casa". É isso que a gente quer. Não é aquela coisa de ler o teleprompter, a gente descontrai, a gente improvisa, muitas vezes falamos algo que não está no roteiro. São coisas nossas pra levar aquela coisa mais humana para o programa.


NaTelinha - Vocês são mulheres, e há algum tempo havia esse estigma de que o jornalismo esportivo era um meio muito masculino, principalmente nos anos 70 e 80. Como vocês veem este antigo estigma quebrado?

Karine Alves -
Acho que não é o fato de ser mulher, hoje, na nossa realidade, é o fato de ter competência. Nós duas, por exemplo, nos envolvemos totalmente na produção do programa, não chegamos lá e só apresentamos. Por exemplo: Campeonato Inglês. A gente vê os gols, quem fez os gols e damos ideias para os editores. É um grupo, seja homem ou mulher, só muda a idade. Mas a questão de conhecimento, de intelecto, a gente acompanha tudo da mesma forma. A gente traz sugestões, mas também aceita sugestões. Essa questão de mulher que acompanha futebol ou esportes que muitas pessoas ainda alimentam, pelo menos aqui na Fox, a gente não sente.

Lívia Nepomuceno (foto/acima) - Até porque, a mulher gosta de esportes. A mulher pratica esporte. A mulher assiste esporte. Se você ver algum campeonato no fim de semana, vai ter várias mulheres na arquibancada. Então, isso acabou se tornando normal. Virou uma coisa normal. A gente sabe do que faz, a gente sabe do que está falando. Então, por que a gente não pode estar fazendo também? Então, assim, muitas pessoas questionam, já foi pior, hoje em dia está mais fácil, está aumentando a cada dia e a gente acha isso ótimo.

Karine Alves - Ainda sobre isso, acho que não é a questão de ser mulher, acho que o toque feminino é que faz diferença. Na hora do programa, a gente brinca: "Ah, tô fazendo um tricô aqui com a Lívia", pra dizer que estamos conversando e tal. É uma brincadeira, lógico, mas é uma linguagem que o homem entende, que a mulher entende, que a molecada entende e que nenhum homem vai trazer, ou vai trazer de uma outra forma.


NaTelinha - Em quem vocês se inspiraram para serem jornalistas?

Lívia Nepomuceno -
Ah, foi uma coisa muito engraçada, no meu caso...


NaTelinha - Você foi miss, não é, Lívia?

Lívia Nepomuceno -
Sim, eu fui miss. (risos) Eu fui miss, mas sempre fui uma pessoa muito do esporte. Eu treinava volêi, eu treinava jiu jitsu, eu gostava de assistir futebol, de assistir corrida com o meu pai no domingo. Minha grande paixão, meu motivo para vir trabalhar com esporte, foi a minha paixão por esporte. Quando eu estudava de manhã e o pessoal queria dar um "rolê" depois, dava 11h30, 12h, eu falava que tinha que ir embora, que tinha marcado algo com minha mãe, mas eu ia para casa ver a prévia e o pós da rodada do fim de semana, as matérias que eles bolavam, a forma que os jornalistas contavam as histórias do fim de semana, o enredo, a narração do final do Campeonato Carioca, de um Flamengo e Vasco, essas coisas me cativavam. É estar na rua, é procurar notícias para estar sempre lendo, é se juntar para ver a corrida, isso tudo me influenciou a escolher minha profissão, o simples fato de gostar do esporte. Isso que me trouxe a paixão pelo esporte.

Karine Alves - O caminho dela, ouvindo aqui, é meio parecido com o que eu fiz. (risos) Claro, queria ser jornalista, me tornei jornalista, mas eu não comecei pelo futebol, comecei com esportes olímpicos. Então, fui experimentando muito, fazendo muita matéria participativa, quando eu ainda trabalhava no Rio Grande do Sul. Eu fui gostando disso, eu sempre fui muito curiosa. Eu fui gostando do formato, da linguagem, do diferente. Eu prestava atenção em todos os repórteres, para aprender. E aqui na Fox, no dia a dia, a gente acaba aprendendo com nossos colegas, com o Osvaldo Paschoal, com o Mauro Beting, que é monstro, com o futebol na carreira, né, claro, mas eu sempre gostei de prestar a atenção na linguagem, eu sempre gostei de ver para aprender a misturar essa coisa de entretenimento com informação. Sempre busquei isso na minha carreira, por isso a gente fica tão feliz em vir trabalhar com o que a gente gosta.

Lívia Nepomuceno - A Karine citou o Osvaldo e o Mauro. Imagina como é pra gente, que via essa turma no sofá de casa e agora trabalha com eles, numa emissora do peso da Fox? Desculpa, mas o Mauro Beting é meu parceiro de trabalho! O Paschoal, que é uma pessoa super querida, super competente no que faz, é meu parceiro! É um prazer enorme, trabalhar na emissora que a gente trabalha, com o peso da Fox, com a estrutura que tem e trabalhar com essas caras que a gente vê desde o berço.

Karine Alves - E é legal que a gente conversa com eles. Vamos supor: estamos conversando sobre o rebaixamento do Palmeiras. A gente pede a visão do Mauro, ouve o que ele tem a dizer como jornalista e como torcedor também, porque ele é palmeirense, a visão dele de um cara brincalhão e a gente vai aprendendo, observando. O Paschoal na Copa, por exemplo, a gente fez alguns programas com ele algumas vezes e nós aprendemos tanto, porque ele já cobriu Copa tantas vezes. Copa do Mundo era a minha primeira e ele me ajudou muito.

Lívia Nepomuceno - Na Copa, eu dividi bancada muito com o Flávio Gomes, que é um cara super culto, que entende muito. Tem o gênio dele, mas o que ele falou é ponta firme, eu assino embaixo. Mesmo com a experiência que eles tem, eles abrem o leque para os mais novos e aprendem também, falam: "olha, não tinha pensado nessa visão". Então, é uma experiência muito boa.

Karine Alves - Aqui é uma coisa meio familiar, né? De verdade. Se entrar o Mauro Beting aqui, já senta, já brinca, já descontrai. Não tem esse negócio de você aqui, eu ali. Se quiser ligar, pode ligar, eles dão muita abertura, eles se dão muita abertura. Na época de lançamento do canal, era todo mundo no camarim se arrumando, um ajudando o outro e tal.


Foto: NaTelinha


NaTelinha - A Karine tá desde o início, não é? A Lívia é mais caçula....

Karine Alves -
Sim, eu entrei aqui seis meses depois do início, em 2012. Sou da segunda leva.

Lívia Nepomuceno - E eu sou a caçula. Eu cheguei aos 45 do segundo tempo. Eu fechei com a Fox no final do ano passado, comecei a trabalhar em janeiro e tem sido um ano mágico. Como eu falei: trabalhar na Fox, numa empresa respeitada, que se vende onde ela passa, trabalhar com pessoas como Mauro Beting, Osvaldo Paschoal, Benjamin Back, Renata Cordeiro, pessoas que estão no meio há muito tempo, peguei o ano em que o Brasil recebeu a Copa no quintal de casa, que não terminou muito bem, mas faz parte, né? No meu primeiro ano, trabalhando, eu fiz uma Copa do Mundo no Brasil, trabalhando, de segunda a segunda, passei meu aniversário dentro da Fox. Eu lembro que no dia do meu aniversário, falaram que eu podia folgar, e eu falei "não!". Eu queria trabalhar, eu queria mostrar a Copa no meu país. Uma final de Copa no Maracanã? Quantos anos esperamos por isso de novo? Reviver uma história como essa foi incrível. E o programa é um programa que me identifico, eu me identifico com a Karine. Então, você ter uma parceria, ter um programa ao vivo diário, trabalhar na Copa... Eu só tenho a agradecer. Eu amo o que faço, eu não tenho do que reclamar.


NaTelinha - Você estava no Rio e veio para São Paulo, não é, Karine?

Karine Alves -
Isso. Eu sou de Porto Alegre e fui chamada pro Rio. Fiquei lá quase dois anos, comecei como repórter, após fui apresentar jornal, depois como eu era meio louquinha, meio cara de pau, eu fui fazer o "Parada Fox" e com a exposição, surgiu esse projeto para vir para São Paulo fazer o programa, que era uma coisa mais descontraída. A Lívia, o Ricardo Martins e eu. O Ricardo acabou indo para outro projeto, mas já tinha essa coisa, essa identidade de ser mais descontraída, de misturar essa coisa de jornalismo e entretenimento. Fica mais descontraído, mais agradável, né? Eu me sinto mais Karine. A gente se sente muito Karine e Lívia no ar. As mesas que ficam trocando WhatsApp durante o jogo rolando. Isso eu acho que a gente preza muito, essa coisa da personalidade. A gente veio de caminhos diferentes, como você viu. Ela foi miss e eu vim de um outro berço lá no Sul, passei por outra empresa, até chegar na apresentação do que eu queria. A gente se complementou.


NaTelinha - Tem aquele estigma de que TV fechada não se preocupa com audiência. Se preocupa ou não?

Lívia Nepomuceno -
Isso é lenda. Qual é o objetivo de se preocupar com a audiência? É você saber que o programa está dando certo, se está no foco, se está no rumo certo, se é isso mesmo. Se não for, vamos rever os conceitos, então eu tenho isso como lenda. Você tem que se preocupar com o seu produto, com o que o seu público quer. Você tem que olhar os números e ver qual é o rumo, ver qual dia foi bem, falar que esse dia foi bem ou não.

Karine Alves - Até porque, a gente trabalha para o público. Então, a gente quer agradar, informar mais, satisfazer o desejo daquele telespectador. Por exemplo: vamos seguir por esse caminho de trazer coisa mais alternativa, de história de fora do gramado? As pessoas estão gostando? Nosso programa é uma revista eletrônica, não é um telejornal. E na revista, a gente circula por tudo. Quantos eventos tem a Fox? WWE, Campeonato Inglês, Campeonato Italiano... Então tem um leque gigantesco e a gente precisa trazer aquilo. E para saber se o pessoal está gostando, a gente precisa estar ligado nos números.


NaTelinha - Mas não é uma paranoia, como algumas vezes é na TV aberta, não é?

Karine Alves -
Claro, é diferente. E qual seria a outra razão? A gente se preocupa para trazer o melhor para aquelas pessoas. Como a Lívia falou, a gente tem uma gama gigante de público: o idoso, a criança, o adolescente... Quando eu fazia o "Parada Fox", eu ia entrevistar o idoso e ele virava criança. (risos) É bem isso. Eu perguntava e todos respondiam com a mesma alegria. Então por que a gente não pode atingir todos com a mesma linguagem?

Lívia Nepomuceno - Existe o cuidado com a audiência, mas deixa a neura para as outras. (risos)

Karine Alves - Olha a quantidade de eventos da Fox. WWE que bomba pra caramba, por exemplo, campeonatos de futebol exclusivos... Então, para que se preocupar? (risos)

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