Governo Federal recebe denúncias de racismo na série "O Sexo e as Nêga"
Publicado em 10/09/2014 às 08:14
Uma semana antes de estrear na Globo, "O Sexo e as Nêga" já é vitima de reclamações de comunidades negras, que veem racismo no seriado.
A Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial recebeu três denúncias que apontam racismo no programa, pelo que foi divulgado até agora pelo canal. As principais reclamações são por conta do título, que segundo a secretaria dá a entender que negras seriam prostitutas.
O órgão governamental vai analisar as queixas sobre a série e pode pedir providências à emissora, caso entenda que seja necessário. Na internet, uma campanha de boicote já está sendo iniciada, e cerca de 5 mil pessoas já aderiram.
Na coletiva de imprensa do programa, que aconteceu nesta última segunda (08), o autor Miguel Falabella ironizou o fato: "Eu já vi as críticas na internet. Só no Brasil as pessoas falam do programa antes de assistir. Eu escolhi esse nome como uma prosódia do jeito carioca de falar, inclusive por isso não tem o 'r' em negras. Por esse motivo também tinha que ser eu mesmo falando o nome no final da vinheta. As pessoas precisam encarar com humor. Mas é isso, as pessoas têm que protestar mesmo. Este país precisa de protestos!".
Para criar a série, Miguel Falabella se inspirou em sua camareira, que mora na comunidade Cidade Alta, que fica no bairro Cordovil, na zona norte do Rio. A comunidade não é pacificada, portanto a produção tem de ter jogo de cintura para gravar no local.
Procurada pela reportagem do NaTelinha, a Central Globo de Comunicação disse: "'Sexo e as Negas' é um programa de ficção que tem como principal objetivo entreter e divertir o telespectador. As manifestações populares são livres, e a Globo respeita a diversidade. O programa, que não estreou ainda, traz uma abordagem leve e bem humorada do universo feminino".
"O Sexo e as Nêga" estreia no próximo dia 16 de setembro, após "Tapas e Beijos", na Globo.