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Sindicato dos Jornalistas do Rio critica privilégios da Globo no Carnaval


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Divulgação

O Sindicado dos Jornalistas do Rio de Janeiro divulgou uma nota nesta sexta (07), onde critica alguns privilégios que a Rede Globo teve na cobertura do Carnaval deste ano.

A entidade diz que, mesmo com as melhorias em relação ao ano passado e com a fiscalização, muitas coisas ainda não mudaram. Segundo eles, apenas a Globo tem acesso aos entrevistados de escolas de samba, mestres-salas e porta-bandeiras, dentre outros membros.

Além disso, dezenas de seguranças impediram o acesso dos jornalistas que não eram da emissora carioca a personalidades no local, o que caracteriza uma “política de favorecimento". Um repórter do jornal "O Dia" teria sido agredido, mas o caso foi levado à Polícia Civil, cujos agentes localizaram o autor, que foi autuado e levado em seguida ao Juizado Especial local.

A Globo ainda não se pronunciou sobre as acusações do sindicato.

Confira o comunicado na íntegra:

"Legítimo instrumento de luta da categoria, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro agiu preventivamente e também na própria Avenida Marquês de Sapucaí para fiscalizar as condições de trabalho da categoria nos dias de folia. O tratamento dispensado pelos organizadores do evento aos jornalistas foi avaliado como melhor do que nos anos anteriores — houve um inédito serviço de lanche e melhor estrutura na Sala de Imprensa. Ainda assim foi possível observar alguns empecilhos graves ao pleno exercício profissional dos profissionais de imprensa na cobertura das escolas de samba.

A principal queixa referente aos organizadores se referiu à própria política de organização da cobertura do espetáculo, que, conforme testemunhou o Sindicato, privilegiou de modo abusivo o acesso a entrevistados por apenas um veículo de comunicação, a Rede Globo.

Dezenas de jornalistas em plantão na Apoteose sofreram notório cerceamento ao seu trabalho em função do uso de seguranças e de equipamentos a serviço da própria Riotur/Liesa, como o Carvalhão, para impor a exclusividade das entrevistas à Rede Globo, instalada no palco da Praça da Apoteose. Mesmo quando as personalidades demonstraram interesse em conceder entrevistas aos demais veículos credenciados para a cobertura, foram impedidos de fazê-lo por dezenas de seguranças. Houve jornalistas feridos no tumulto provocado por essas situações.

O Sindicato manifesta total repúdio a essa política de favorecimento a uma única emissora nas condições da cobertura jornalística do evento, mesmo que esta detenha os direitos de transmissão do evento. Direito de transmissão não pode ser confundido com a liberdade de cobertura de um espetáculo público como o Carnaval. O direito dos jornalistas ao trabalho não pode ser cerceado.

Na semana anterior ao espetáculo, o Sindicato visitou o Ministério Público do Trabalho para reivindicar atenção dos seus fiscais às condições de trabalho dos jornalistas na Sapucaí. Vamos encaminhar nesta semana as denúncias e situações que foram constatadas de violação de direitos.

Em função de um histórico lamentável de agressões de seguranças do evento contra jornalistas, o Sindicato também conversou com o responsável pela equipe de seguranças do Sambódromo.

O principal caso de violência notificado pelo nosso Sindicato partiu de um folião que agrediu um repórter fotográfico do jornal O Dia no setor 11. O caso foi levado à Polícia Civil, cujos agentes localizaram o autor, que foi autuado e levado em seguida ao Juizado Especial local. O Sindicato, em apoio ao jornalista, acompanhou todos os procedimentos.

Os organizadores não informaram ao Sindicato até a tarde desta última quarta-feira (5/3) quantos jornalistas trabalharam credenciados na Sapucaí ao longo deste Carnaval 2014".

 

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