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Em sua primeira entrevista, Carla Cristina fala sobre "Bom D+" e Carnaval

Cantora e apresentadora assumiu o programa da Record Bahia no lugar de Scheila Carvalho


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Carla Cristina conversa com o repórter Gabriel Vaquer, do NaTelinha

Em uma de suas melhores fases em sua carreira, a cantora e apresentadora Carla Cristina não esconde a felicidade pelo seu atual momento.

Famosa em todo o Brasil por fazer parte do grupo "As Meninas", dona do hit "Xibom Bombom", ela ressurgiu e mais forte do que nunca. Depois de ter feito algumas matérias para a Record Bahia, em programas como o "Se Liga Bocão", a moça foi convidada pela direção da casa para substituir a dançarina Scheila Carvalho, que esteve à frente do programa "Bom D+" por 12 anos.

Carla ficou surpresa com o convite, mas topou na hora, já que ela foi atrás de estudo para apresentar uma atração, como conta em uma entrevista exclusiva concedida ao NaTelinha na sede da Record Bahia, a primeira depois de sua contratação, em dezembro.

Atualmente, a atração não vem sendo gravada, já que está no ar o especial "Verão Bom D+", todo rodado em janeiro. Mas Carla Cristina vem gravando ações de merchandising. "Quando voltarmos, vou procurar dar a minha identidade ao programa", diz.

Carla está com a agenda lotada. Além do sucesso do "Bom D+", que marca médias de 7 pontos no Ibope aos sábados, às 13h45, ela está ensaiando o seu bloco na avenida, que é uma ação social. Engajada, A morena quer conscientizar o público da poluição nos mares e do meio ambiente, através do bloco "EcoAxé". "Eu sempre fui ligada a natureza, e sou doente por animais. A gente tem que esculhambar o que a gente está usufruindo?", conta.

Confira a entrevista na íntegra:

NNaTelinha - Primeiro, foi uma dificuldade pra marcar essa entrevista, porque você tá num momento muito especial da sua carreira... Foi convidada para o "Bom D+", tá bem na carreira musical... Como classifica esse momento?  

Carla Cristina -
Especial. Eu passei por uma fase de preparo, de amadurecimento, para agora, ter muita consciência de tudo, de cada passo que eu vou dar, e conseguir dar conta de tudo. Então, acho que é momento de maturidade, pra colher tudo que plantei durante o grupo "As Meninas" e depois da minha saída do grupo.


NaTelinha - Queria que você comentasse sobre esse seu convite pro "Bom D+", porque eu vi que você fez algumas matérias, mas não me recordo de você apresentando um programa de fato.

Carla -
Vou te contar que foi muito além disso. Essa coisa de fazer televisão, surgiu quando me convidaram, em novembro do ano retrasado, para apresentar um programa diário, ao vivão, na RedeTV! de Natal, sobre o Carnatal. E, além disso, fazer a cobertura da prévia. E o feed que eu tive de toda a direção da TV, do diretor do programa, me deu tanta motivação, eu não tinha a obrigação de ter uma DRT, porque eu era apresentadora, mas eu costumo dizer que palavras jogadas ao vento, elas voltam. Então, temos que tomar cuidado com que a gente fala! (risos)

Na época das Meninas, eu falei que o Brasil precisava de uma apresentadora negra. E já mudou comigo, né? (risos) Depois que eu saí de Natal, eu corri atrás do DRT, um processo demorado, carteira de trabalho vai para Brasília, e barará e tudo mais. E eu digo que tudo tem seu tempo. O tempo da gente é diferente do tempo de Deus, e eu sou a prova viva disso. Quando a carteira chegou, uma semana depois, a Record me ligou. O diretor Marcelo (Miranda, diretor do "Bom D+"), o Fábio (Tucilho, diretor geral da Record Bahia) e o Rafael Perantunes (ex-gerente de jornalismo, que agora fará parte da equipe do novo programa dominical da Record, "Domingo Show") me convidaram para uma reunião. Eu não sabia do que se tratava, pensei que poderia ser um quadro em um programa, por causa das matérias que eu vinha fazendo, sempre com a direção de Marcelo. Eu não percebi que ele estava me sondando! (risos) Danadinho, seu Marcelo Miranda...

Então, eles me falaram o seguinte: "Olha, o contrato de Scheila está chegando ao fim, não será renovado, e nós queremos que você faça o 'Bom D+'". Foi assim, na lata! É pegar ou largar! E mamãe, que não é besta, pegou! (risos) E aí, que já cheguei com tudo pronto, porque eu fui contratada quinze dias antes de começar o "Lual", então já tava tudo pronto, o programa de verão ja estava todo roteirizado, então, quando a gente voltar para gravar em estúdio, vou dar a minha cara para o programa. Mas a recepção tem sido incrível, os colegas tem adorado, estão super felizes, os artistas não recusam convites, estou sendo muito bem tratada e mimada. Jeniffer (Homann, assessora de comunicação da Record Bahia) me mima demais! (risos)

Tem sido tudo incrível, mas as pessoas acham que é tudo fácil, mas não é. É correria, é gravação, é matéria externa, é merchan fora do dia de gravação que tem que fazer, mas tem que está pronta para tudo, sem frescura. A gente tem que ir onde o povo está, para fazer matéria.
 


NaTelinha - Como é substituir a Scheila Carvalho? Qual foi seu pensamento? Deve ser complicado substituir uma pessoa que ficou em um lugar por muito tempo, imagino...

Carla -
O primeiro pensamento foi o seguinte: é um programa de sucesso, tem 12 anos no ar. Mas eu não posso chegar no lugar e não ser eu, eu tenho que colocar a minha identidade e dizer: "essa sou eu e pronto". As pessoas tem que me receber como Carla, é. As pessoas tem que me ver como Carla é na rua, se me encontrassem. Não posso ser uma na TV e outra fora dela. Quando você passa verdade no vídeo, você já ganha um ponto na galera. A primeira coisa que foquei foi que eu tinha que ser eu. Agora, não muito, porque já cheguei com tudo pronto, mas quando voltarmos no estúdio, você vai ver. Vai ter muita surpresa.


NaTelinha - Sem verdade não dá, né, Carla?

Carla -
Não dá, Gabriel. Não dá pra você ser uma coisa no palco, na televisão, e fora daquilo ali... Não dá pra ser mentira, o público saca na hora.


NaTelinha - Voltando para a carreira de cantora, acho que todo mundo te conhece como a cantora do "Xibom Bombom"...

Carla -
Bomxibomxi bom bom bom! (risos) Eu tive que parar em um posto, eu não tive tempo de almoçar, estava resolvendo umas coisas do Carnaval, e eu parei nesse posto pra comer um sanduíche, e aí as meninas do caixa: "E ela ali, né?". E depois: "Ah, é você mesmo! Parabéns! Tá bom o programa, viu? Bomxibomxi, bombombom!". Não tem jeito! (risos altos) E eu me orgulho, foi uma fase muito bonita da minha vida.


NaTelinha - Como surgiu aquilo tudo? Porque, até hoje, todo mundo conhece....

Carla -
O mundo todo! Meu irmão mora em Milão, na Itália, ele e a esposa, e ele me disse que o jingle de uma casa lotérica de lá é a música... Então, "As Meninas" surgiu assim: eu tenho um trabalho como cantora desde jovem....


NaTelinha - Desde os 12 anos, não é? Sei mais da sua vida que você mesma, cuidado. (risos)

Carla -
Cuidado, viu? Da vida pessoal, ninguém sabe! (risos) Quem manda no meu coração é um carioca, que ninguém sabe! (risos altos) É carioca, mesmo! Voltando para "As Meninas", eu comecei com 12 anos, fazendo show em barzinho, com pai e mãe colado, morrendo de medo de abandonar o colégio. Depois, banda Papa Léguas. Ganhei o título de cantora revelação do Carnaval, em 1996. Depois, lascou. Final de 1997, Cícero Menezes, o idealizador das Meninas, me convidou para fazer parte do grupo. Não tinhamos prentensão, nem quem gerenciava o grupo. Ninguém tinha ideia que ia acontecer o que houve, foi um 'boom'. No Brasil e no mundo inteiro. E de lá pra cá, Gabriel, mamãe ficou viciada na cachaça da música. São meus vícios, a música e a TV.
 


NaTelinha - E acabou por quê?

Carla -
Porque acabou. (risos) Então, eu sentia a necessidade, na verdade, vou falar por mim, porque teve um tempo de banda depois que eu saí. Eu sentia a necessidade de definir um repertório, eu fui cantora de barzinho, bem MPB. Eu nunca tive medo do recomeço na minha vida. Chamei a família inteira e disse que quando meu contrato acabasse, eu iria sair das Meninas. E eles me perguntaram se eu estava fazendo certo, se eu tinha noção do que estava acontecendo, se eu estava preparada para passar na rua e as pessoas não lembrarem de você. E eu disse que estava preparada para tudo. Eu acho que a única coisa que eu não estou preparada é para a morte, mas para o resto, tudo certo. Saí das Meninas, gravei meu primeiro solo, "Brasileira", gravei o segundo, "Coisas do Axé"...


NaTelinha - Eu ouvi o "Brasileira", muito bom.

Carla -
Você ouviu? Não tem uma pegada diferente? Tive uma chance de mostrar que era uma intérprete, ter Arlindo Cruz compondo uma música para você, Jorge Vercilo te dando uma música pra você cantar, para você que é amante da música, da MPB, isso é gratificante. Isso não pode ter um retorno para a mídia, mas aquele retorno do fã, da qualidade da música, isso é gratificante demais. E sucesso é consequencia. Quando você faz com amor, ele vem!


NaTelinha - Público. Como é que o público tem recebido você na rua, o povão?

Carla
- É novo, né. O programa tem dois meses comigo. Então, tá recente, mas as pessoas falam, "poxa, o programa tá massa", o feedback é excelente. Então, quando as pessoas falam que o programa com o Psirico foi ótimo, eu fico muito feliz.


NaTelinha - Como foi o do Psirico?

Carla -
Rapaz, eu não posso me juntar com Márcio Victor (vocalista da banda), que não presta. Eu não posso, sério. Acabou a gravação, Márcio Victor ficou um tempão, não queriam sair do palco.


NaTelinha - No Carnaval, o que você vai fazer?

Carla -
Quinta e domingo, aqui em Salvador, com um projeto que eu amadrinhei, o "EcoAxé". Na Barra, 21h. Me chocou a ideia desse projeto. Teve uma campanha de uma cervejaria, há três, quatro anos atrás, que era fazer recolhimento de lixo no porto da Barra. E só lá, foram uma tonelada de garrafas pet. Eu só imaginava as tartarugas marinhas, vendo aquele reflexo e se machucando. É uma vida, é um mar poluído. Eu sempre fui muito ligada com a natureza, muito mesmo. Surfei quando era mais nova, tenho meus bichos em casa, e eu sou doente por animais.

Uns dois, três anos atrás, meu pai falou que iríamos comprar uma fazenda. De gado ou de cavalo? Aí, eu falei, de gado. E ele perguntou se eu ia deixar lá e não ia fazer corte. E eu: "Claro, não vou deixar matar um!". Não deixo, tenho uma ligação forte com animal. Meu irmão comprou um aquário, ele quase me deu um infarto, porque eu vi um aquário de água salgada na casa dele. Ele falei tanta coisa, que ele desfez o aquário.

Então, pra mim, foi um choque ver aquilo tudo, aquela poluição toda, porque a gente usufrui daquilo. Quem não gosta de sair de barco? E de nadar? Tem que esculhambar o que a gente tá suando? Poxa, ser humano tem que ter consciência das coisas. Então, eu pensei em lançar um projeto. Quero ganhar dinheiro no Carnaval? Lógico que quero, mas eu preciso, independente da grana, de um patrocínio, que é pra cobrir custos. Tem dois anos que eu tento sair com esse projeto e não consigo sair. E esse ano, eu disse, que vou sair!
 


NaTelinha - Quando é um negócio muito comercial, tem tanta dificuldade assim pra conseguir patrocínio?

Carla -
Tem! Claro que tem! Todo mundo só quer retorno, visibilidade. E aí, a Petrobrás veio, abraçou, e patrocinou o projeto. A gente vai fazer uma campanha pré-Carnaval, que já começou. Já tem Busdoor, já neste fim de semana, já tem outdoor na cidade, e depois, a de conscientização. Não tem necessidade de sujar o meio ambiente, tem lixeira na cidade inteira, para que jogar na praia, no mar? É melhor até jogar no chão, porque a Prefeitura de Salvador faz aquela limpa diária, em questão de uma hora, a Barra fica limpa. Então, joga no chão, tem gente que ganha dinheiro até, é reciclável. E aí, eu resolvi colocar esse trio na rua, junto com a Carambola, que é uma agência de publicidade, fazendo tudo de divulgação e marketing. Vamos ter um trio todo decorado por um artísta plástico, meu figurino vamos ter alguns acessórios com alguns produtos recicláveis, os músicos também estarão assim.

Nossa intenção é mostrar que não precisa jogar na praia, no mar, joga no lixo, recicla, porque vai ter gente que vai lucrar com isso. Então, é isso que queremos mostrar, que se fizermos isso, a gente faz um Carnaval mais bonito.


NaTelinha - Só fará Carnaval aqui?

Carla -
Aqui, em Minas Gerais, e em Madre de Deus, que fica no interior da Bahia.


NaTelinha - Carla, para teminar, como você se define?

Carla -
Batalhadora, mulher de uma força incrível, não desisto fácil dos meus sonhos. Eu só desisto do meu sonho, quando vejo que vou prejudicar alguém com ele. Eu não quero uma felicidade só minha, eu quero que minha família esteja feliz, que meus amigos estejam felizes, que o meu público estejam felizes. Eu dependo de outras pessoas para que eu esteja feliz. Eu preciso dos meus amigos, quando tenho algum problema no coração, e eu acabo chorando no colo dele, sabe? Então, eu sou muito forte, eu nunca vou desistir do meu sonho, não quero passar por cima de ninguém. Sou guerreira.

Eu falo que eu não sou uma boa filha, porque comecei a trabalhar cedo, e minha mãe fica dizendo que sou louca, dizendo que tô falando bobagem, mas eu me cobro muito. Sou uma boa mãe, tiro isso pelos meus cachorros! (risos) Eu sou apaixonada, sou louca, sou uma boa amiga, mas sou aquela que chega e diz: "Você errou, você fez porcaria por isso, isso e isso". Falo a verdade na cara, tenho um defeito ou uma qualidade, que eu não sei qual é, mas mexa comigo, me esculhambe, mas não faça isso com uma pessoa que eu amo, porque eu viro uma leõa e parto pra cima. Sou mãezona, sou amiga, tenho uma força que eu não busco não sei da onde, estou sempre nas mãos de Deus. Eu busco ela bem da onde as pessoas acham que não vou buscar. Mas eu não caio. Nunca.
 

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