Notícias

"Não estou entrando nessa pra vencer Datena e Rezende", diz Neila Medeiros

A partir do dia 23, jornalista assume o novo "Aqui Agora" no SBT


ed2e7cd0b54e463314cdd20b1c8f7cc4.jpg
Divulgação

Na noite da última quarta-feira (11), o SBT mais uma vez surpreendeu os telespectadores com uma nova alteração.

Por ordem de Silvio Santos, a reprise da novela "Carrossel" será cancelada, e no dia 23 estreia no lugar uma nova versão do "Aqui Agora", com Neila Medeiros, que recém chegou de São Paulo, vinda da filial de Brasília.

O que também repercutiu foi o anúncio sobre a mudança. Lido no ar pelo locutor da emissora, o texto diz: "A reprise de Carrossel não deu o resultado esperado pela direção artística desta emissora. Por esta razão, deixará de ser exibida, voltando a nossa programação dentro de 1 ano. Esse horário terá como atração Neila Medeiros, a unica jornalista capaz de apresentar sozinha o programa Aqui Agora, enfrentando Datena e Marcelo Rezende. Estreia segunda-feira, dia 23 de setembro".



Assim como o público, Neila Medeiros também ficou surpresa com a novidade. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, a jornalista comentou: "Recebi a notícia com muita surpresa, como todo o Brasil. Mas o desafio é o que move o jornalista e nós gostamos disso".

Ela se disse honrada pela chamada, e rasgou elogios a Silvio Santos, que muito provavelmente foi o autor do texto. "A ousadia, pioneirismo e genialidade do Silvio Santos não são novidades para ninguém. (...) De televisão ele entende, e se acha que eu posso, eu quero poder", comentou.

Neila está empolgada com o novo desafio, mas mantém os pés no chão. "Pode parecer estranho mas não estou entrando nessa pra vencer Datena e Rezende. Estou entrando para preencher uma demanda de mercado e da emissora", comenta.

Confira a entrevista na íntegra:

NaTelinha - Você passou 5 anos no SBT de Brasília e consagrou várias vitórias por lá. Quão importante foi este ciclo em sua carreira?

Neila Medeiros -
Muito importante. Comecei na TV em Natal-RN e sempre foi um ambiente de muito aprendizado. Em Brasília me aproximei de uma realidade mais nacional, foi um amadurecimento.


NaTelinha - A possibilidade de emplacar o "Aqui Agora" ou qualquer outro jornal já estava em pauta quando você foi convidada para vir para São Paulo?

NM -
Certamente não me tiraram de uma praça forte e com excelentes resultados sem nada em vista. Mas eu realmente não sabia o que estava por vir.


NaTelinha - Como você recebeu a notícia de que iria assumir o "Aqui Agora" em uma nova versão?

NM -
Com muita surpresa, como todo o Brasil. Mas o desafio é o que move o jornalista e nós gostamos disso.


NaTelinha - Qual foi sua reação ao assistir a chamada no SBT que dizia que você era a única jornalista capaz de comandar o "Aqui Agora" sozinha e enfrentar os concorrentes - cujo texto possivelmente foi escrito pelo próprio Silvio Santos?

NM -
Foi inesperado. Não sei se foi ele mesmo quem ditou, mas se foi só posso me sentir honrada. A ousadia, pioneirismo e genialidade do Silvio Santos não são novidades para ninguém. Não se pode negar o magnetismo desse artista e o sucesso do empresário que construiu uma emissora querida, popular e que dá o que falar. O SBT é querido nas ruas e entre os concorrentes há 32 anos. De televisão Silvio entende, e se acha que eu posso, eu quero poder.


NaTelinha - O horário das 18h é bastante competitivo, afinal há o "Cidade Alerta", da Record, e o "Brasil Urgente", da Band. Como vê seus concorrentes e como pretende disputar com eles? Acha que tem chance de vencê-los?

NM -
Pode parecer estranho mas não estou entrando nessa pra vencer Datena e Rezende. Estou entrando para preencher uma demanda de mercado e da emissora. O horário é bom sim e não é de ninguém, é do povo.

Quanto mais opções forem oferecidas, melhor pra sociedade. Quem trabalha com jornalismo diário tem concorrência à porta todos os dias, e não importa se é o fenômeno do Datena ou a experiência do Rezende. Num programa de emissora pequena o apresentador da concorrente na região também expira atenção. Audiência e concorrência são desafios diários da nossa profissão.


NaTelinha - Você comandou durante algumas semanas a edição matinal do Jornal do SBT. Como foi essa experiência?

NM -
Deliciosa. Foi um mês de participação. Conheci profissionais de outras cidades, São Paulo e o Brasil me conheceram um pouquinho também. Fazer o jornal no lugar do César Filho é uma responsabilidade também porque a experiência dele vem de outros carnavais, já fez muito na televisão e é amado pelo público. Ele é um artista generoso. No "SBT Manhã" são duas horas segurando no gogó. Adoro.


NaTelinha -  Houve, tanto em Brasília como em SP, algum tipo de censura por parte do SBT na suas cobranças de políticos e da administração pública?

NM -
Graças a Deus e a essa emissora, não. Isso é liberdade de imprensa e editorial. É isso que as pessoas esperam em casa. É poder fazer a denúncia grave e se indignar como todo mundo. Apresentador não é manequim, pensa, sente… Acho que o importante é ser ético e ter responsabilidade.


NaTelinha - O SBT não tem um bom histórico recente de jornalísticos na faixa das 18h e 19h. Experiências como o "SBT São Paulo", "Boletim de Ocorrências", "Aqui Agora" e "SBT Manchetes" foram algumas das apostas dos últimos 10 anos mas nenhuma vingou. Como e por que acredita que desta vez o resultado possa ser diferente?

NM -
Se eu não acreditar nem saio de casa. Se está na minha mão vou fazer a minha parte para que dê certo e sei que a nossa equipe também. O SBT vive um momento muito positivo. É líder de audiência em algumas faixas de horário e vice líder em dezenas de programas espalhados pelo Brasil.

Erra quem pensa que as mudanças que mais prejudicam são as que vão para o ar. Isso não é nada. Quem arrisca mais está mais sujeito ao sucesso e a descoberta do que não cabe. A direção de Marcelo Parada no jornalismo acrescentou muito a emissora e valorizou as pratas da casa. Eu participei ativamente das mudanças que só solidificam o jornalismo.

Muitos profissionais novos estão mostrando seu talento e gente experiente nós também temos. O jornalismo está estruturado e nós já temos essas experiências passadas para entender com confiança o que funciona e o que não funciona.


NaTelinha - Apresentar em rede nacional exige responsabilidades maiores. Recentemente, programas foram extintos, apresentadores dispensados e existe toda uma pressão por resultados. Você se vê preparada para aceitar uma possível rejeição ou até mesmo um fim prematuro do Aqui Agora?

NM -
Sei de todas as possibilidades, mas nada disso vai me fazer parar. Estou na minha verdade, fazendo o que eu amo e acredito. Meu trabalho e dos meus colegas é importante, ajuda pessoas, informa, esclarece, traz dignidade a quem grita por isso e pede justiça. Se não for em rede nacional, vai ser em algum lugar. Eu trabalho para Deus, para o próximo e para mim. Isso é sucesso.




NaTelinha -  Mulheres como âncoras de jornais policiais não é algo comum. Acredita que exista preconceito ou que se trata de falta de interesse das emissoras nestas apostas? Como o toque feminino pode melhorar uma atração que tende a ser tão pesada?

NM -
Nem quero caracterizar o programa de policial porque nem só de polícia se monta o programa que todo mundo quer. Tem que ter um pouco de tudo. Mulheres também sentem a dor da violência, também tem força pra lutar pelo que é certo, pra administrar a casa cheia de demandas por todos os lados. Acho que a mulher faz a coisa de forma mais humanizada e graciosa, mas com toda força e energia que a situação pedir. Não se preocupe que já já tá cheio de mulher em toda parte.


NaTelinha -  Marcelo Rezende ganhou destaque na Record por sua afinidade com sua produção, por brincadeiras e por amenizar o clima em meio a tantas informações chocantes e tristes. Como você avalia seu futuro concorrente, que já tem mais de 30 anos de carreira?

NM -
Quero mais é que ele continue fazendo o que faz e bem. Vida longa e sucesso. Me informo com ele todos os dias.


NaTelinha -  Há algum tempo, Datena vem dizendo que não aguenta mais apresentar programa policial. Você entende o sentimento dele? Qual sua opinião sobre isso?

NM -
Entendo demais. Quem pensa que jornalista ama violência e mostrar desgraça está enganado. Quem gosta disso é o povo. Se o jornal tem menos violência o povo muda de canal. É fato. Se você abrir um site de notícias e tiver várias manchetes positivas e uma bomba, qual você vai ler primeiro?


NaTelinha -  Apresentar um jornal policial exige uma estabilidade emocional grande, afinal a maioria das notícias nenhum âncora gostaria de dar. Como é lidar com isso e depois do fim do programa seguir com sua vida sem se abater?

NM -
Oração e fé. Quem tem fé não cai. Já vi Datena assumir ao vivo que não vive sem Jesus e chorei de emoção em casa.


NaTelinha -  O "SBT Brasília" cresceu também por conta de matérias de prestação de serviço, como falta de saneamento básico, filas nos hospitais e da falta de assistência do governo junto à comunidade. Pretente levar estas abordagens para o "Aqui Agora" ou o foco será o mesmo da essência do jornal, que é nas pautas de polícia?

NM -
Um jornal é feito para a sua comunidade. Tem que tratar das questões da comunidade. "Aqui Agora" é um jornal para todo mundo participar. Há de ser um palco para brilharem as notícias mais relevantes e as informações mais precisas. “Tamo junto”.
 

* Com João Gabriel Batista
 

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado