Chamas da Vida chega ao fim beneficiando atores secundários
Publicado em 30/04/2009 às 23:18
O último capítulo de Chamas da Vida foi ao ar na noite da última terça-feira com sensação de dever cumprido. A trama de Cristianne Fridman sofreu com a difícil concorrência contra a reprise de Pantanal, com o Big Brother Brasil, com as mudanças de horário e mesmo assim se isolou como terceira novela mais assistida da nova fase da dramaturgia da Record. Ficaram para trás grandes títulos como a bem sucedida A Escrava Isaura e Vidas Opostas e pela frente, apenas Caminhos do Coração e Prova de Amor.
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Entre os pontos altos de Chamas da Vida esteve uma maior dedicação aos atores secundários, que em alguns momentos ganharam visibilidade máxima e deixaram grandes nomes do casting da emissora atuando em segundo plano. Diferente dos autores da Record - e também da Globo -, Cristianne Fridman promoveu atores novatos ou esquecidos pela mídia em papeis importantes e decisivos, a fim de mostrar o talento que tinham.
O caso mais surpreendente dessa promoção esteve no famoso incendiário, fato que se estendeu nas últimas semanas como grande mistério da novela. No último capítulo a empregada Darlene, de Claudiana Cotrim e Léo, interpretado por Rafael Queiroga (foto/centro) se revelaram como incendiários misteriosos e autores de inúmeros crimes que até então eram credenciados a vilã Vilma, de Lucinha Lins. Claudiana e Rafael nunca atuaram em papeis de tamanha relevância.
Veja fotos de Lipe apanhando
Veja fotos dos personagens de Chamas da Vida
Outro investimento de Cristianne Fridman foi em André di Mauro (foto/direita), que deu vida ao pedófilo Lipe, responsável por grandes picos de audiência. Cogitava-se o nome dos mais conhecidos Luiz Henrique Nogueira e Petrônio Gontijo, que não puderam aceitar. André di Mauro, que nem contrato fixo com a Record havia assinado, aceitou e teve em Chamas da Vida um dos seus papeis mais renomados e elogiados de sua carreira.
A delegacia de Tinguá também foi bastante movimentada e foi cenário de diversos conflitos entre os próprios policiais. Quase todos eles protagonizados pelo pouco conhecido Zeca Carvalho, que dava vida ao corrupto Xavier, e por Ricardo Pavão na pele do delegado Fausto. Zeca Carvalho ganhou mais notoriedade quando as farsas de seu personagem foram descobertas. Elas eram tantas - e tão densas - que foram responsáveis pelos famosos ganchos no final do capítulo.
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Também pode-se citar outros exemplos, como o de Andréia Horta (foto/esquerda), a rebelde Beatriz. Ao longo de sua carreira, trabalhou em apenas 4 produções, sendo apenas 1 global - a minissérie JK. Andréia atuou na má-sucedida Alta Estação, protagonizou o sucesso Alice na HBO e novamente, teve em Chamas da Vida o momento mais destacante de sua carreira.
Embora Cristianne Fridman tenha dado importante destaque aos atores de menor renome em Chamas da Vida, essa prática não é inédita. Em Bicho do Mato, onde dividiu a autoria com Bosco Brasil, Cláudio Mauro, que dava vida ao vilão sentimental Hilton, ganhou espaço no decorrer dos capítulos. O papel de Cláudio começou como auxiliar de serviços gerais de um luxuoso prédio no Rio de Janeiro e terminou como cúmplice do vilão Ramalho, de Jonas Bloch, em suas maldades. O mesmo destaque ocorreu com Regina Sampaio, intérprete da governanta Frederica, que na reta final assumiu ser irmã de Ramalho e após sua morte, teve funções notáveis até o último capítulo.