Fantasia 80 anos: Por que filme do Mickey entrou para a história do cinema
Produção mudou o jeito de fazer longas em todo planeta
Publicado em 13/11/2020 às 06:03
O Disney+ chega ao Brasil na próxima terça-feira (17) e prepara um especial do 92º aniversário de Mickey. A plataforma também irá comemorar o 80º aniversário de Fantasia e disponibilizará a obra em seu catálogo junto com Fantasia 2020. A produção é tratada como o principal filme da história de Walt Disney por revolucionar a história do cinema.
Inicialmente, Walt projetou Fantasia para ser um curta-metragem, mas o orçamento do projeto foi crescendo e o contador Roy, irmão do criador, explicou que o curta não conseguiria ter retorno financeiro. “Devido à sua natureza muito experimental e sem precedentes... não temos ideia do que se pode esperar de tal produção”, teria dito Roy ao irmão, segundo reportagem especial feita pelo Los Angeles Time.
Ben Sharpsteen, supervisor do filme, percebeu que o orçamento era quatro vezes maior do que o normal, mas Disney garantiu que a produção era uma oportunidade para oferecer ao público uma grande novidade de qualidade. Então foi decidido transformar o curta em um longa.
A produção reuniu diversos curtas e virou um filme. Walt Disney ficou tão encantado com o projeto, que planejou relançar o filme nos cinemas anualmente, sempre com um novo episódio. Entretanto, sua equipe o aconselhou a abandonar a ideia, porque ficaria muito caro.
A história mostra obras da música clássica com visuais extremamente criativos e originais da animação. As composições contam com Toccata e Fuga em Ré Menor, de Johann Sebastian Bach, Suíte Quebra-Nozes, de Peter Llich Tchaikovsky, O Aprendiz de Feiticeiro, de Paul Dukas, Sagração da Primaveira, de Igor Stravinsky, Sinfônia Pastoral, de Ludwing Van Beethoven, Dança das Horas, de Almicare Ponchielli, Noite do Monte Calvo, de Modest Mussorgsky e Ave Maria, de Franz Schubert.
Primeiro filme com som estéreo
Há rumores de que Disney encontrou Leopold Stokowski, em 1933, para testar a transmissão do som stereo pelas linhas de telefone. Stokowski teria descoberto o projeto para colocar música clássica em uma coletânea de desenho e convenceu Walt a mandar o longa para os engenheiros da Bell para viabilizar o som nas salas de cinema.
Disney teria adorado a ideia e considerou o projeto técnico viável. Ele se reuniu com a sua equipe de colaboradores e pediu que fosse feito a demonstração do som stereo, com a gravação da peça O Voo do Besouro, no qual o som orquestral do vôo pudesse circundar a plateia.
No início, enfrentou alguns problemas técnicos e também de equipamento. Contudo, após realizar ajustes, alcançou o seu objetivo. Atualmente, é considerado o primeiro filme norte-americano a ser exibido com som estéreo. Disney e a RCA desenvolveram um sistema com 90 alto-falantes para a noite de estreia do filme.
Mickey repaginado
Walt Disney nunca escondeu que seu personagem predileto era o Mickey Mouse e autorizou que Fred Morre redesenhasse o seu mascote para O Aprendiz de Feiticeiro. O camundongo ganhou sobrancelhas e a nova expressão foi festada em quatro animações antes de aparecer em Fantasia. Outra novidade em Mickey Mouse acabou sendo os olhos com pupilas.
Obra baseada
Walt Disney criou Fantasia através de um poema chamado O Aprendiz de Feiticeiro, de Goethe. O autor alemão se baseou em um conto da tradição oral para compor os versos, escritos no final do século XVIII. O que mais chamou a atenção de Disney foi o fato do texto oferecer lições para crianças e adultos.
Sucesso
O filme se tornou um grande sucesso de crítica e se tornou o 24º filme de maior bilheteria de todos os tempos nos Estados Unidos. Porém, a produção teve corte da distribuição para o mercado europeu durante a Segunda Guerra Mundial e arrecadou menos que a expectativa.
Ao longo do tempo, o filme ganhou diversos relançamentos, com modificações nas filmagens, áudios originais. Um dos remakes que mais se aproximou do original foi o Fantasia 2000.