Entrevista exclusiva

Isabella Santoni sobre viver Catarina de O Cravo e a Rosa: "Imprimimos nosso DNA"

Atriz está em cartaz no teatro com adaptação da novela de sucesso


Isabella Santoni como Catarina Batista na peça O Cravo e a Rosa, baseada na novela de sucesso da Globo
Isabella Santoni interpreta no teatro a "megera" Catarina Batista, vivida por Adriana Esteves na TV - Foto: Rodrigo Lopes/Divulgação
Por Walter Felix

Publicado em 07/02/2025 às 05:00,
atualizado em 07/02/2025 às 12:45

Quando a personagem Catarina Batista apareceu na TV pela primeira vez, em 2000, Isabella Santoni tinha apenas 5 anos. Com as constantes reprises de O Cravo e a Rosa, foi um desafio para a atriz, hoje aos 29, se distanciar da criação feita por Adriana Esteves ao encarnar o papel na peça baseada na novela da Globo. Atualmente, o espetáculo está em cartaz no Rio de Janeiro (RJ).

Em entrevista ao NaTelinha, Isabella Santoni conta que Pedro Vasconcelos, diretor da peça e responsável pela adaptação, orientou o elenco a não rever a novela. “Ele gostaria que tivéssemos espaço para criação em cima do texto, que fizéssemos o exercício de construir os personagens como se aquele roteiro estivesse sendo lido pela primeira vez.”

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Isabella Santoni sobre viver Catarina de O Cravo e a Rosa: \"Imprimimos nosso DNA\"

O objetivo de imprimir o próprio DNA ao projeto foi cumprido, na percepção da atriz. Seu par romântico, Julião Petruchio, vivido por Eduardo Moscovis, ficou com Dudu Azevedo no teatro. A própria novela de Walcyr Carrasco já era baseada em um clássico dos palcos: A Megera Domada, de William Shakespeare.

Isabella ainda não teve a chance de conversar com Adriana Esteves, intérprete original da personagem: “Infelizmente não tivemos a oportunidade de nos encontrarmos, mas tenho certeza que a proximidade com ela seria um deleite para qualquer ator, em qualquer circunstância. Adriana é uma referência para toda uma classe apaixonada pelo seu ofício”.

Ambientada na São Paulo dos anos 1920, a história acompanha o amor e o ódio entre Catarina, uma mulher feminista e voluntariosa, e Petruchio, um caipira machista que, para salvar sua fazenda da ruína, precisa conquistar “a fera”. O elenco tem ainda João Camargo (Batista), Catarina de Carvalho (Bianca), Rosana Dias (Mimosa), Marcello Gonçalves (Seu Calixto), entre outros nomes.

O espetáculo está em segunda temporada no Rio e, em seguida, começa a turnê por outras cidades. Com interação com a plateia, a montagem tem tido salas lotadas e boa recepção do público presente, segundo Isabella. O trabalho representa mais um tipo diverso na carreira da atriz, que está longe das novelas há sete anos, desde Orgulho e Paixão (2018).

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Desde então, o foco tem sido diversificar os papéis. Na TV, ela teve grande destaque em Malhação (2014), Ligações Perigosas (2016) e A Lei do Amor (2016). Recentemente, no streaming, fez uma bandida na série Dom, do Prime Video, e poderá ser vista em breve em A Divisão, do Globoplay.

“Tenho muito a realizar, inclusive como produtora e pensando paralelamente em projetos autorais”, diz ela sobre o afastamento das novelas. “De toda maneira, mais importante ainda do que o ‘onde’, é qual é o trabalho e a personagem, se é um roteiro incrível que a gente não tem vontade de parar de ler. Essa é a prioridade.”

Leia na íntegra a entrevista com a atriz Isabella Santoni

NaTelinha: Como tem sido, até aqui, a experiência com o espetáculo O Cravo e a Rosa? Quais respostas estão chegando até você e o que esse trabalho trouxe para a sua carreira?

Isabella Santoni: Tem sido especial e necessária, já que trouxe um sentimento de reencontro com as raízes do nosso ofício, nos palcos. Voltar ao teatro, onde temos esse contato tão próximo com o público, ainda mais nesta peça, onde de fato existe interatividade com a plateia, e ainda vivendo uma personagem com essa potência, é algo irrecusável.

"E os feedbacks têm sido incríveis, lotamos a casa todos os dias na primeira temporada, e a cada apresentação era possível não apenas ver as reações da plateia mas a reação de cada uma dessas pessoas que vinha nos cumprimentar e fazer comentários tão gentis na saída."

NaTelinha: Qual contato você teve com a novela de 2000 para fazer o espetáculo? De que forma a obra original serviu de inspiração para o seu trabalho?

Isabella Santoni: Nosso diretor, Pedro Vasconcelos, pediu que não reassistíssemos à novela porque gostaria que tivéssemos espaço para criação em cima do texto, que fizéssemos o exercício de construir os personagens como se aquele roteiro estivesse sendo lido pela primeira vez.

Algo que, claro, não é fácil, porque temos no imaginário as interpretações da novela, mas que acho que conseguimos fazer com sucesso, imprimimos de alguma maneira nosso DNA ali. Quando a novela foi ao ar pela primeira vez, eu era muito pequena, tinha 5 anos, mas ela se tornou um clássico da TV e foi reprisada várias vezes.

Eduardo Moscovis e Adriana Esteves em O Cravo e a Rosa
Eduardo Moscovis e Adriana Esteves na novela O Cravo e a Rosa, exibida entre 2000 e 2001 - Foto: Divulgação/Globo

NaTelinha: Você teve alguma troca com Adriana Esteves? Houve algum tipo de “bênção” para criar a sua Catarina?

Isabella Santoni: Infelizmente não tivemos a oportunidade de nos encontrarmos, mas tenho certeza que a proximidade com ela seria um deleite para qualquer ator, em qualquer circunstância. Adriana é uma referência para toda uma classe apaixonada pelo seu ofício.

NaTelinha: Você teve papéis de grande destaque em novelas. A mais recente, Orgulho e Paixão, já faz 7 anos. Sente falta de atuar em novelas? Pretende voltar em um curto prazo?

Isabella Santoni: Sempre tive o plano de ter uma carreira versátil, não apenas em matéria de personagens, o que tive nas novelas, mas também de fazer mais cinema, streaming, teatro, tudo, inclusive mais TV. E me sinto uma privilegiada disso ter acontecido, já que depois de Orgulho e Paixão, eu fiz minha primeira protagonista nos cinemas, em Missão Cupido, filme com o Lucas Salles, Ágatha Moreira e grande elenco.

Depois, comecei a ter boas oportunidades em diferentes streamings, que já estavam ganhando cada vez mais força, conquistei o papel da Viviane, em Dom, do Prime Video, uma personagem diferente de tudo que eu tinha feito.

“Embora eu já tenha feito desde mocinha de época, passando por uma personagem que era lutadora super carismática, mas meio sem paciência e bem desapegada de convenções ou grande vaidade, até outra personagem mais sensível e que ainda por cima teve leucemia e precisou raspar a cabeça, agora, ter vivido uma criminosa, como foi essa minha estreia no streaming, foi uma baita novidade. E ainda reforçou que o mercado audiovisual, ainda bem, não me vê dentro de estereótipos.”

Tenho vontade de ser vista como aquela carta curinga na manga que pode viver qualquer coisa independente da minha aparência, é isso que busco. Aliás, em breve, estarei também em uma participação especial na próxima temporada de A Divisão, do Globoplay, trabalho já gravado, mas que ainda não foi lançado.

Então, voltando à sua resposta, ainda tenho muito a realizar, inclusive como produtora e pensando paralelamente em projetos autorais. Então, vai ser ótimo fazer muito mais streaming, TV, cinema e teatro! De toda maneira, mais importante ainda do que o "onde", é qual é o trabalho e a personagem, se é um roteiro incrível que a gente não tem vontade de parar de ler. Essa é a prioridade.

Rafael Vitti e Isabella Santoni em Malhação
Rafael Vitti e Isabella Santoni fizeram sucesso como casal entre 2014 e 2015 em Malhação - Foto: Divulgação/Globo

NaTelinha: Com a Karina de Malhação, há 10 anos, você conquistou muitos fãs. Aquelas pessoas te acompanham até hoje? Você mantém um contato próximo com elas?

Isabella Santoni: Acompanham até hoje e eu sou extremamente grata por esse apoio e carinho, a "esquentadinha" deixou grandes lembranças. Na saída da peça, quando temos a chance de conversar um pouco mais com aqueles que vão nos prestigiar, pude dar muitos abraços em rostos que lembro desde o início da minha carreira.

Além disso, as redes sociais também vieram para aproximar essa conexão. Ali a gente tem acesso fácil ao que estão querendo nos dizer, podemos interagir e responder.

Tento sempre retribuir da maneira que consigo um pouco do apoio que sempre senti, mas nem sempre é fácil, especialmente nesse mundo acelerado em que a gente vive, na urgência de querer realizar tudo. Mesmo que o dia às vezes pareça ter 27 horas, ele não tem. No fim, olhar para trás e ver esses 10 anos me deixa feliz e com mais vontade ainda de também olhar para frente, ansiosa pelo que vem a seguir!

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