Luto

Morre Frei Isaías Borghetti, um dos responsáveis pela introdução da TV a cores no Brasil

Religioso dirigiu a TV Difusora de Porto Alegre


Frei Isaías Borghetti em pé com expressão séria
Frei Isaías Borghetti era referência em Comunicação - Reprodução

Morreu, na madrugada desta segunda-feira (5), aos 87 anos, o Frei Isaías Borghetti. O religioso era uma das referências na comunicação e fez parte da introdução da TV a cores no Brasil. O quadro do veterano piorou nas duas últimas semanas por complicações de Parkinson, como perda rápida dos sentidos e movimentos.

O católico, que morreu na Casa São Frei Pio, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, atuou em rádios do interior gaúcho e no jornal Correio Riograndense. Foi dirigindo a TV Difusora de Porto Alegre, atual Bandeirantes, durante a primeira transmissão a cores do país, que ele ganhou reconhecimento nacional.

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Durante sua trajetória, Frei Isaías Borghetti também contribuiu para entidades como a Associação Gaúcha de Rádio e Televisão (Agert) e o Sindicato das Empresas de Rádio Difusão do Estado (Sindirádio).

Nascido em agosto de 1936, na cidade de Marques de Souza, ele foi ordenado em dezembro de 1965, aos 29 anos. Se formou em Filosofia pela Unijuí, cursou Teologia no Convento São Lourenço de Bríndisi de Porto Alegre e era pós-graduado em Jornalismo, atuando como professor de Comunicação Social na PUC-RS e na UCS.

Frei Borghetti foi velado na Capela da Casa de Saúde São Frei Pio e sepultado no Memorial dos Capuchinhos, junto à Igreja Imaculada Conceição.

Professor Ferraretto lamenta morte de Frei Isaías Borghetti

Nas redes sociais, o doutor em Comunicação Luiz Artur Ferraretto lamentou a morte do Frei Isaías Borghetti. "Sem dúvida, foi um pioneiro. E uma figura muito querida", definiu ele.

"Pessoalmente, eu gostava muito dele. Se tive uma babá eletrônica, essa foi a TV Difusora, canal 10, de Porto Alegre. Várias vezes, agradeci ao frei pela emissora que ele e seus colegas de projeto e ousadia deram ao Rio Grande do Sul", lembrou.

"Muito criança, sem entender direito o porquê da imagem ser ainda, lá em casa, em preto e branco, assisti a histórica transmissão da Festa da Uva. O receptor colorido, na realidade, nunca chegou na residência da minha família em Rio Grande. Na luta pela sobrevivência, comida e estudo eram mais importantes. No entanto, lembro das tardes de domingo com as duas sessões do Matinê Difusora e do Domingo no Cinema, dos almoços com o Portovisão, dos fins de tarde com as séries de Irwin Allen, das notícias do Câmera 10 e dos debates do Camisa 10. Curiosamente, é como se tudo, na saudade, ganhasse as cores alardeadas pela publicidade do canal 10."

"Recordo, também, do sorriso do frei nas vezes em que disse isso pra ele. Dia triste. É da vida. Vai em paz - não teria como ser diferente", concluiu o professor.

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