Filho de Chaves diz que não fala com Kiko e revela fim trágico da série
Publicado em 19/05/2020 às 23:39
Filho de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), criador de Chaves e Chapolin, Roberto Gómez Fernández falou sobre sua relação com os atores ainda vivos do elenco das séries mexicanas, Carlos Villagrán (Kiko), Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha), Edgar Vivar (Sr. Barriga) e Florinda Meza (Dona Florinda), sua ex-madrasta.
Durante entrevista ao Fórum Chaves, maior comunidade brasileira de fãs da série exibida por SBT e Multishow, Fernández respondeu sobre a série biográfica sobre Chespirito (apelido de Bolaños) e disse que Florinda, que não tinha boa relação com os filhos do marido, poderá participar.
"Creio que todos os envolvidos na vida do meu pai terão que participar Não obviamente como atriz, porque deveremos ter uma atriz que faça sua personagem, mas sim, a participação de Florinda, sem dúvida, é essencial”, afirmou o filho de Bolaños.
Sobre Carlos Villagrán, que deixou os programas em 1978 e rebatizou Quico para Kiko com o intuito de trabalhar com o personagem, Fernández foi direto: não fala com o ator. "A verdade é que nós não temos nenhuma relação. Digamos que nossos caminhos se distanciaram. Não há nenhuma relação”, revelou.
Sim, isso passou pela mente dele em algum momento, terminar dessa forma, e minha irmã o convenceu de que não era uma ideia muito boa porque poderia chocar as crianças. Graciela era a que mais tinha capacidade de aconselhar meu pai
Roberto Gómez sobre final trágico
Outra atriz que brigou com Bolaños por direitos autorais pode reatar o contato com a família do criador de Chaves. Roberto Gómez Fernández admitiu uma aproximação com Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, para incluir a personagem no desenho animado e outros produtos da série.
"Creio que seria uma grande notícia incorporar a Chiquinha, por razões muito óbvias. Neste momento, não posso vê-los, mas minha equipe e eu queremos nos aproximar dela. Já temos uma pequena aproximação indireta, mas sempre ressaltei o carinho que tenho pela Maria Antonieta. Tivemos alguns problemas no caminho, mas não são problemas que não possamos resolver”, contou.
O único ator vivo do elenco de Chaves que mantém bom relacionamento com os herdeiros de Bolaños É Edgar Vivar, o Sr. Barriga. “É um grande amigo, uma pessoa extraordinária. Ele estudou medicina e não concluiu, mas é uma pessoa extraordinariamente culta, sensível, muito nobre, e vai acrescentar muito na série biográfica”, elogiou o filho de Chespirito.
Final trágico
Além da produção sobre a vida do criador de Chaves, Roberto Gómez Fernández falou sobre um livro inédito escrito por seu pai, chamado Adeus, Amigo, a respeito de uma de suas paixões: futebol.
"Este é um grande ensaio que está praticamente finalizado sobre futebol. Não darei muitos detalhes, mas ele quis ser um jogador e, sendo apaixonado por futebol, pouco a pouco, certas coisas da indústria o decepcionaram. Ele começou a escrever sobre isso. 'Adeus, amigo' futebol, ele se despede como um fanático, de forma mais ou menos poética”, explicou.
Fernández também confirmou um final trágico para Chaves. Segundo ele, Bolaños pensou em matar o garoto órfão, vítima de um atropelamento, para encerrar a série. Uma das filhas do comediante, Graciela, o convenceu a desistir da ideia.
"Sim, isso passou pela mente dele em algum momento, terminar dessa forma, e minha irmã o convenceu de que não era uma ideia muito boa porque poderia chocar as crianças. Graciela era a que mais tinha capacidade de aconselhar meu pai”, contou Fernández.
Chaves no Brasil
O diretor, que veio ao Brasil no ano passado para assistir ao espetáculo Chaves - Um Tributo Musical, relembrou como a peça brasileira o emocionou.
"Fantástico, de verdade. Esperava um musical, mas não que me deixaria tão comovido. Quando começamos a ver como seria o espetáculo, tínhamos sérias dúvidas. Havia um grupo de palhaços, e a princípio me soava estranho e alheio aos personagens, mas para minha surpresa foi extraordinário. Nos emocionou, nos divertiu, rimos muito, mas nos levou às lágrimas”, recordou.
Fernández elogiou a dublagem brasileira e disse que seu pai chegou a aprender português para se apresentar no Brasil, porém a turnê não saiu do papel.
"Fantástica, porque algumas vozes são parecidas, outras não, mas captaram a essência de cada personagem e ficou genial. Infelizmente, falo muito pouco português, mas entendo que a tradução é muito boa. Nos primeiros episódios, há coisas muito mexicanas, mas depois meu pai, com a intenção de internacionalizar, deixou menos local. A versão brasileira é muito boa, por isso conseguiram fazer com que um personagem aparentemente muito mexicano, como Don Ramón, se tornasse um ícone maravilhoso do Brasil, Seu Madruga, e isso não seria possível sem a dublagem.
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