Opinião

Atuação da Semana: Emílio Dantas é o vilão que o Brasil merece

Ator tem feito um grande trabalho em Vai na Fé


Emilio Dantas como Theo na novela Vai na Fé
Emilio Dantas tem feito um excelente trabalho - Foto: Reprodução/Globo

Quando Emílio Dantas foi escalado para o papel de Theo, o vilão de Vai na Fé, muito se falou sobre seu papel mais marcante, o Rubinho de A Força do Querer (2017). Com a carreira ainda sendo construída, o ator poderia cair na armadilha de interpretar o mesmo personagem em novela diferente, era o medo. Mas o risco não poderia passar mais distante nos primeiros capítulos da novela das sete.

Se na primeira semana de Vai na Fé, Theo dava indícios de ser um personagem completo e muito menos moralista que seu melhor amigo, nos capítulos mais recentes o lado vilanesco já foi exibido de modo claro. Ele passa longe de ser complexo e uma espécie de antiheroi em que todos precisam enxergar as camadas, na verdade é o oposto disso. Trata-se de um vilão típico de folhetim e que tem um único objetivo na vida: impedir a felicidade dos mocinhos.

Muito dessa clareza está no texto, também nos flashbacks em que a novela entrega para o público durante todos os capítulos, porém a maior clareza das intenções do personagem está na construção dada por Emílio Dantas. O ator fugiu do bandido que havia montado para ser par de Bibi Perigosa (Juliana Paes) e entrega um sujeito vil e até pior.

Rubinho era rasteiro, um bandido típico em que não vê problemas em cometer crimes e usurpar a lei. Téo não é assim e Emílio mudou o tom porque empresta a ele todo o rebuscamento de um empresário bem sucedido e com visão de vida quase ilimitada. Se o vilão de A Força do Querer entregava carisma e boa vida, dessa vez o ator constrói um homem que busca a felicidade pisando nas pessoas ao seu redor.

Theo é mau e é capaz de qualquer coisa, tendo um lado sombrio que aparece poucas vezes. No dia a dia, ele é um homem comum, cansado de um casamento fracassado e que precisa lidar com um filho depressivo. Essa situação pode colocá-lo até como vítima diante do telespectador, não fosse pelo tom irritadiço entregue por Dantas. Esperto que só, o ator sabe que não poderia oferecer a armadilha de carisma porque senão o público poderia vê-lo como uma espécie de mocinho às avessas.

Há atores e atrizes que não sabem fazer vilões justamente porque são carismático demais e o telespectador sempre torce por eles. Neste caso, Emílio se despiu disso e entrega quase um vilão dantesco em que está, ou de mau humor, ou pronto para destruir a alegria de alguém. O texto nem sempre deixa claro, mas as expressões do personagens transmitem a verdade de que Theo é apenas mau, sem meio termo.

Emílio Dantas vem brilhando a cada sequência. Seja quando está em família e tendo que lidar com uma situação muito complexa, seja com o único amigo em que ele pode mostrar-se como realmente é ou até quando finge ser bonzinho ao lado do mocinho. O único momento em que Téo foi, de fato, terrível, se deu no primeiro encontro com Sol (Sheron Menezzes) e ali, Dantas brilhou ainda mais. Ele é o vilão que o Brasil merece.

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