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Que história de amor que nada; as de vingança também enchem os olhos do público

Coluna analisa história de vingança contada em "O Outro Lado do Paraíso"


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Fotos: Divulgação/TV Globo

A novela mais bem-sucedida da década até então é "Avenida Brasil", de 2012. Não só pela audiência, mas também pela repercussão e engajamento do público em discutir a novela em seus círculos sociais.

A história de João Emanuel Carneiro que envolvia uma vingança particular de Nina (Débora Falabella), uma menina que fora abandonada num lixão pela madrasta Carminha (Adriana Esteves), parou o país.

 Enquanto nos horários das 18h e 19h é a história de amor que fala mais alto e é derradeiro na hora do público assistir a novela ou não, na faixa das 21h a possibilidade de pesar um pouco mais na tinta em temas polêmicas e delicados ajudam a fazer com que as histórias contadas ganhem contornos mais "sombrios".

Que história de amor que nada; as de vingança também enchem os olhos do público

No ar desde outubro, "O Outro Lado do Paraíso" tem tudo para se consolidar como o maior sucesso desde "Avenida Brasil". A semelhança principal é o norte do folhetim: a vingança.

Desta vez, Clara (Bianca Bin) é quem dá as cartas. Depois de se casar e viver sendo espancada pelo marido Gael (Sérgio Guizé) e ter sido internada num hospício pela sogra Sophia (Marieta Severo), ela está sedenta por vingança daqueles que ajudaram a magera no plano.

Repetindo a exaustão que quer se vingar de todos, "de um por um", a história tem tudo para crescer ainda mais na audiência e na boca do público até seu desfecho, entre abril e maio.

Tem chão. As festividades irão passar, o horário de verão terminar, e até o friozinho chegar para que o share comece a subir, principalmente na Grande São Paulo.

Embora alguns rumos na história possam ser questionados, como o de que Gael tem um "espírito do mal" dentro de si, responsável por bater em Clara, é inegável o poder de Walcyr Carrasco.

Que história de amor que nada; as de vingança também enchem os olhos do público

Contar histórias de amor, e também de vingança, é seu forte, como em "Chocolate com Pimenta" (2003), por exemplo.

Sem núcleos cômicos, "O Outro Lado do Paraíso" é densa. E tensa. Não há nada que possa ser chamado como válvula de escape.

Nesse ponto (e só nesse), lembra a mal-sucedida "A Lei do Amor", que terminou em março. Muita tensão, vingança, vilanias e essa coisa toda que não convenceu ninguém.

"O Outro Lado do Paraíso" não tem respiro. É tensão, mas tem uma história bem contada (de vingança) e que principalmente, prende o público.

Novela não é receita de bolo, mas Walcyr Carrasco parece ter algo do tipo na manga, tamanho sucessos emplacados nos últimos anos.

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